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Coletivos feministas defendem atuação conjunta contra o machismo

Coletivos feministas defendem atuação conjunta contra o machismo

O assunto foi tema da Roda de Conversa promovida nesta terça pela Rede Gazeta, em parceria com a Casa do Saber Ri, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher

Publicado em 13 de março de 2019 às 01:12

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Da esquerda para a direita: Juliana Faria, Maria Paula, Aisha Jacob e Priscila Gama. (Monica Zorzanelli)

Unindo forças. É dessa forma que feministas acreditam que o mundo pode ser um lugar melhor para as mulheres que lutam diariamente contra o assédio e diferentes tipos de violência. O assunto foi tema da Roda de Conversa promovida nesta terça (12) pela Rede Gazeta, em parceria com a Casa do Saber Ri, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Os coletivos Think Olga, Não é Não! e Das Pretas marcaram presença no debate.

Entre as participantes do evento estava a atriz, ativista e embaixadora da paz, Maria Paula. Segundo ela, o momento histórico atual é propício para que as mulheres sejam protagonistas. “Muitas mulheres lutaram para estarmos aqui. Agora chegou a nossa vez. O machismo eu já julgo como algo que está no passado.”

Já a jornalista Juliana de Faria, do coletivo Think Olga, compartilhou o primeiro assédio que sofreu na vida, quando tinha apenas 11 anos. “Dois homens me assediaram na rua e eu comecei a chorar. Uma vizinha me viu e perguntou o que tinha acontecido. Eu contei tudo e ela me respondeu ‘deixa de besteira, você vai sentir falta desse tipo de atenção quando for mais velha’”. A militante contou que, naquela época, se calou porque entendeu que seu próprio corpo era público.

Anos depois, cansada de ver cenas de assédio sendo repetidas e até mesmo classificadas como “manifestações naturais de masculinidade”, Juliana decidiu dar um basta: “Percebi que estava na hora de eu mesma falar sobre o assédio. Surgiu então nossa campanha ‘Chega de fiu-fiu’ porque nós, mulheres, não vivenciamos os espaços públicos da mesma forma que os homens. Nós somos podadas.”

Fundadora do movimento Não é Não! que ganhou as ruas do carnaval em diferentes cidades do Brasil por meio das tatuagens temporárias, a estilista Aisha Jacob contou que o coletivo também dá palestras em escolas do Rio de Janeiro para falar sobre o feminismo. “Esse ano foi o primeiro carnaval que teve a lei do não. Finalmente entenderam o que estamos falando. A mensagem que eu deixo para as mulheres é: denunciem e façam boletins de ocorrência. Precisamos dos dados para mudar nossa realidade.”

Os alimentos arrecadados na entrada do evento foram doados ao Movimento de Mulheres de Cariacica, que desempenha um trabalho de suporte na cidade.

“Somos um grupo de mulheres que doam seu tempo e seus ofícios para ajudar no atendimento daquelas que foram vítimas de violência. Damos até suporte jurídico. Temos nossa página no Facebook onde recebemos a maior parte das denúncias e damos o encaminhamento necessário”, ressaltou a idealizadora da iniciativa, Vilmara Claudino.

Para a diretora de Transformação da Rede Gazeta, Letícia Lindenberg, a discussão sobre os direitos da mulher é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa. “O repúdio à violência contra a mulher é um compromisso da Rede Gazeta com esta e com as próximas gerações. Acreditamos e colocamos nossos veículos de comunicação como porta-vozes desta causa que não tem gênero, cor nem classe social.”

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