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Das 103 escolas, só 7 estão liberadas pelo Corpo de Bombeiros em Vitória

Das 103 escolas, só 7 estão liberadas pelo Corpo de Bombeiros em Vitória

Falhas vão desde falta de extintor a plano contra incêndio

Publicado em 19 de março de 2019 às 01:48

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Creche Geisla da Cruz Militão, na região de São Pedro, é uma das que precisam de adequação para ser liberada. (Ricardo Medeiros)

Em uma vistoria feita pelo Corpo de Bombeiros nas 103 unidades de ensino da rede municipal, em Vitória, apenas sete estavam em condições de receber o alvará da corporação para suas atividades. Nas outras 96, irregularidades foram identificadas e são necessárias adequações para que estejam aptas ao funcionamento.

Os problemas variam de uma unidade para outra. Alguns, de mais simples resolução, como instalação de extintor e recarga do equipamento, até os mais complexos, como elaboração de projeto contra incêndio.

“São graus diferentes de exigências, sistemas que têm que ser instalados. Os que são mais simples, o alvará sairá mais rápido. Mas para as escolas que precisam fazer projeto, licitar para adquirir equipamentos, por exemplo, vai demorar um pouco mais”, observou o tenente-coronel Scharlyston Martins de Paiva, comandante do 1º Batalhão de Bombeiros.

Em Vitória, foram identificados 171 prédios públicos municipais sem alvará dos bombeiros, o que motivou uma ação civil pública apresentada à Justiça pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), no ano passado. Diante do processo, a prefeitura solicitou à corporação a realização das vistorias.

A prioridade foi dada às unidades de ensino porque, segundo o tenente-coronel Paiva, é onde encontra-se “mais vulnerabilidade” pelo número de pessoas afetadas.

“Só a prefeitura abriga mais de 50 mil crianças. Precisávamos dar ênfase a isso. Todos os prédios serão vistoriados, mas começamos por onde o risco era maior”, explicou.

INTERVENÇÃO

A força-tarefa para vistoriar os 50 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e as 53 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) de Vitória resultou em um relatório que aponta as que têm necessidade de intervenção mais rapidamente.

“As equipes visualizaram as que apresentam maior dificuldade, que exigem maiores cuidados. Elencamos logo as que são de madeira e com instalações provisórias”, pontuou o comandante.

O tenente-coronel Paiva citou como exemplo o Cmei Rubens José Vervloet Gomes, em Jardim Camburi, que já passou pelas adequações e foi liberado há duas semanas. Outro que requer atenção especial é o Cmei Geisla da Cruz Militão, em Redenção, na região de São Pedro.

O diretor da unidade, Paulo Máximo, informou que foi passada uma lista de adequações. Algumas, segundo ele, já foram providenciadas, enquanto outras estão em andamento.

“Já foi feita a rota de fuga e esta semana haverá treinamento. Um portão de emergência foi construído. Ainda esta semana sai o laudo de estanqueidade da central de gás (para garantir que não há vazamento), laudo da parte elétrica e laudo da estrutura”, relacionou o diretor.

O comandante do 1º Batalhão ressaltou que, apesar das irregularidades, nenhuma das unidades de ensino em Vitória oferece risco iminente para alunos e funcionários. Os ajustes são necessário, porém, para segurança da comunidade escolar e prevenção contra incêndios.

UNIDADES

Liberadas

Emef Irmã Jacinta Soares de Souza Lima

Cmei Profª Cida Barreto

Cmei Cecília Meireles

Cmei Robson José Nassur Peixoto

Cmei Theodoro Faé

Cmei Terezinha Vasconcelos Salvador

Cmei Rubens José Vervloet Gomes

Irregularidades

Nas outras 96 unidades, adequações são necessárias. Entre os problemas identificados estão falta de: extintor carregado, sinalização de emergência, rota de fuga e projeto contra incêndio.

Veja a lista de unidades de ensino que ainda não têm alvará do Corpo de Bombeiros

EMEF Izaura Marques da Silva, Andorinhas

EMEF Adão Benezath, Antônio Honório

EMEF Heloisa Abreu Júdice de Mattos, Bela Vista

EMEF Aristóbulo Barbosa Leão, Bento Ferreira

EMEF Prezideu Amorim, Bonfim

EMEF São Vicente de Paulo Praça Irmã Josepha Hosanah, Centro

EMEF José Lemos de Miranda, Comdusa

EMEF Prof. João Bandeira, Consolação

EMEF Zilda Andrade Avenida Professor Hermínio Blackman, Bairro da Penha

EMEF Custódia Dias de Campos, Bairro de Lourdes

EMEF Anacleta Schneider Lucas, Fonte Grande

EMEF José Áureo Monjardim, Fradinhos

EMEF Experimental de Vitória – Ufes, Goiabeiras

EMEF Maria Stella de Novaes, Grande Vitória

EMEF Prof. Dr. Admardo Serafim de Oliveira, Gurigica

EMEF Eliane Rodrigues dos Santos, Ilha das Caieiras

EMEF Padre Anchieta, Ilha de Santa Maria

EMEF Castelo Branco, Ilha do Príncipe

EMEF Moacyr Avidos, Ilha do Príncipe

EMEF Paulo Reglus Neves Freire, Inhanguetá

EMEF Profª Regina Maria Silva, Inhanguetá

EMEF Ceciliano Abel de Almeida, Itararé

EMEF Otto Ewald Júnior, Itararé

EMEF Adevalni S. Ferreira de Azevedo, Jardim Camburi

EMEF Elzira Vivácqua dos Santos, Jardim Camburi

EMEF Maria Madalena de Oliveira Domingues, Jardim Camburi

EMEF Álvaro de Castro Mattos, Jardim da Penha

EMEF Éber Louzada Zippinotti, Jardim da Penha

EMEF Edna de Mattos Siqueira Gaudio, Jesus de Nazareth

EMEF Prof. Vercenílio da Silva Pascoal, Joana D´arc

EMEF Juscelino Kubitscheck de Oliveira, Maria Ortiz

EMEF Marechal Mascarenhas de Moraes, Maria Ortiz

EMEF Amilton Monteiro da Silva, Mário Cypreste

EMEF Octacílio Lomba, Maruípe

EMEF Suzete Cuendet, Maruípe

EMEF Adilson da Silva Castro, Monte Belo

EMEF Neusa Nunes Gonçalves, Nova Palestina

EMEF Arthur da Costa e Silva, República

EMEF Rita de Cássia Silva Oliveira, Resistência

EMEF Ronaldo Soares, Resistência

EMEF Maria Leonor Pereira da Silva, Santa Lúcia

EMEF Marieta Escobar, Santa Martha

EMEF Mauro Braga, Santa Tereza

EMEF Alberto de Almeida, Santo Antônio

EMEF Alvimar Silva, Santo Antônio

EMEF Paulo Roberto Vieira Gomes, São Benedito

EMEF Orlandina D Almeida Lucas, São Cristóvão

EMEF Maria José Costa Moraes, São José

EMEF Tancredo de Almeida Neves, São José

EMEF Francisco Lacerda de Aguiar, São Pedro

EMEF Lenir Borlot, São Pedro

EMEF Professora Eunice Pereira Silveira, Tabuazeiro

Apesar de o Corpo de Bombeiros ter informado que 50 creches de Vitória foram vistoriadas, apenas 49 constam na lista publicada no site oficial da Prefeitura de Vitória. Na lista a seguir, foram excluídas as seis unidades que já têm alvará.

CMEI Darcy Castello de Mendonça, Antônio Honório

CMEI Álvaro Fernandes Lima, Bela Vista

CMEI Darcy Vargas Rodovia Serafim Derenzi, Bela Vista

CMEI Dr. Pedro Feu Rosa Rua Doutor Aluísio de Menezes, Bonfim

CMEI Sinclair Phillips, Caratoíra

CMEI Carlita Corrêa Pereira, Centro

CMEI Dr. Denizart Santos, Centro

CMEI Menino Jesus - Sociedade Brasileira de Cultura Popular, Centro

CMEI Laurentina Mendonça Corrêa, Consolação

CMEI Maria Goretti Coutinho Cosme, Cruzamento

CMEI Ernestina Pessoa, Morro do Moscoso

CMEI Odila Simões, Morro do Quadro

CMEI Jacyntha Ferreira de Souza Simões, Goiabeiras

CMEI Eldina Maria Soares Braga, Grande Vitória

CMEI Silvanete da Silva Rosa Rocha, Grande Vitória

CMEI Professor Carlos Alberto Martinelli de Souza, Gurigica

CMEI Magnólia Dias Miranda Cunha, Ilha das Caieiras

CMEI Luiz Carlos Grecco, Ilha de Santa Maria

CMEI Yolanda Lucas da Silva, Inhanguetá

CMEI Rubens Duarte de Albuquerque, Itararé

CMEI Santa Rita de Cássia, Itararé

CMEI Ana Maria Chaves Colares, Jardim Camburi

CMEI João Pedro de Aguiar, Jardim Camburi

CMEI Zenaide Genoveva Marcarini Cavalcanti, Jardim da Penha

CMEI Lídia Rocha Feitosa, Jesus de Nazareth

CMEI Dr. Thomaz Tommasi, Joana D´arc

CMEI Reinaldo Ridolfi, Maria Ortiz

CMEI Luíza Pereira Muniz Corrêa, Mário Cypreste

CMEI Rubem Braga, Monte Belo

CMEI Zilmar Alves de Melo Rua São Felipe,Nova Palestina

CMEI Dom João Batista da Motta e Albuquerque, Praia do Suá

CMEI Geisla da Cruz Militão, Redenção

CMEI Marlene Orlande Simonetti, República

CMEI Anísio Spínola Teixeira, Resistência

CMEI Zélia Viana de Aguiar, Santa Luíza

CMEI Maria Nazareth Menegueli, Santa Martha

CMEI Padre Giovanni Bartesaghi, Santo André

CMEI Valdívia da Penha Antunes Rodrigues, Santos Dumont

CMEI Nelcy da Silva Braga, São Cristóvão

CMEI Ocarlina Nunes Andrade, São Cristóvão

CMEI Georgina da Trindade Faria, São José

CMEI Gilda de Athayde Ramos, São Pedro

CMEI Jacy Alves Fraga, Tabuazeiro

PREFEITURA: PROJETO INCLUIU SIMULAÇÃO NAS UNIDADES

A Prefeitura de Vitória solicitou a vistoria do Corpo de Bombeiros em todos os prédios públicos sem alvará para regularizar o quadro e, além disso, está adotando outras medidas para prevenção contra incêndios. Uma das iniciativas é a realização de capacitação de servidores e simulação de emergência. Além disso, as escolas terão treinamento para fuga dos incêndios.

No final de fevereiro, a prefeitura criou um comitê – pioneiro no Estado – para que, junto com o Corpo de Bombeiros, atue de forma preventiva. Na Secretaria Municipal de Educação (Seme) implantou um treinamento de servidores para que atuem como brigadistas.

“É um projeto-piloto que, de lá, será disseminado para outras secretarias. A proposta é fomentar a cultura de prevenção. Vemos muito isso em outros países, como Estados Unidos e Japão, onde até as crianças sabem como proceder em emergências. Queremos uma mudança cultural, e vamos começar pelas escolas”, afirmou Jonathan Jantorno, coordenador da Defesa Civil Municipal. É importante lembrar que, para além das escolas, muitos prédios públicos estão sem alvará, incluindo o da Prefeitura de Vitória.

Mas para a capacitação, foi montado um plano de emergência, pânico e fuga. “São indicadas rotas de fuga, fazemos treinamento, simulado do corpo técnico para minimizar um eventual impacto dentro da instituição de ensino”, comentou.

Quanto aos alvarás, Jonathan disse que a expectativa é que, até o segundo semestre, sejam concluídos todos os processos relacionados à educação, o maior volume de prédios em situação irregular.

O tenente-coronel Scharlyston Martins de Paiva, comandante do 1º Batalhão de Bombeiros, disse que o programa de prevenção nas escolas já vinha sendo pensado há algum tempo na corporação, com base em experiências internacionais, e a administração municipal acolheu a proposta. A estratégia, que visa uma mudança de comportamento geral, tem seis etapas.

A primeira é o licenciamento e retirada dos alvarás; a segunda, a capacitação. “A gente vai treinar brigadas nas escolas com todos os profissionais. Porque não adianta ter equipamento e não saber operar”, disse.

Paiva disse ainda que há a fase de prevenção e emergência – indicando desde o melhor acesso da viatura à escola até um plano de abandono da unidade de ensino; a formação de bombeiros mirins, para desenvolver o espírito de liderança nas crianças, que vão receber até um uniforme próprio; e, por fim, a certificação para as unidades que atingirem todos os objetivos.

“Se funcionar bem em Vitória, podemos levar para todo o Estado. Dentro do município, vamos adaptar a experiência com miniprojetos para outras áreas. Precisamos plantar a semente da cultura de prevenção.”

NA CAPITAL, SÓ DUAS ESTADUAIS LIBERADAS

Das 18 escolas da rede estadual situadas em Vitória, 10 já passaram por vistoria e apenas duas receberam o alvará: Professor Fernando Duarte Rabelo, em Santa Helena; e Escola Major Alfredo Pedro Rabaioli, em Mário Cypreste. As demais deverão ser visitadas pelas equipes dos bombeiros até o final da semana.

A Secretaria Estadual de Educação (Sedu) informou, por nota, “ que está em fase de elaboração de um Termo de Referência para contratação de empresa especializada para realizar diagnóstico, projetos/levantamento e orçamento das escolas, visando a contratação das obras necessárias para adequação das unidades. Informa ainda que a regularização das unidades exige a execução de todo um trâmite burocrático, exigido por lei, junto às prefeituras e ao Corpo de Bombeiros.”

E finaliza: “No caso específico das edificações localizadas em Vitória, a equipe de Engenharia da Sedu está realizando vistoria em todas as unidades em conjunto com o Corpo de Bombeiros, visando levantar as demandas.”

NENHUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO DE VILA VELHA TEM ALVARÁ

Nenhuma escola municipal de Vila Velha tem alvará. (Loreta Fagionato)

Todas as escolas municipais de Vila Velha funcionam atualmente sem alvará do Corpo de Bombeiros. Apesar de a Prefeitura de Vila Velha ter firmado um convênio com o Corpo de Bombeiros para acelerar a expedição dos alvarás, não foi informado quando as vistorias começarão.

“O Corpo de Bombeiros dispõe do seu efetivo para vistoriar não só prédios públicos, como também os privados. Na mesma intensidade e velocidade. No caso do poder público há um prazo de 60 dias para a vistoria”, explica o tenente-coronel Carlos Wagner Borges.

Vila Velha, por sua vez, não informou se as fiscalizações nas 98 unidades de ensino começaram. Mas, em nota, disse que “está em constante contato com a corporação do Corpo de Bombeiros fornecendo as informações necessárias para que o trâmite de regularização das escolas da rede com seus respectivos alvarás seja realizado o mais breve possível.”

Ainda no texto, a prefeitura garantiu que, há dois anos, faz trabalhos de manutenção nas escolas e o serviço priorizado foi a rede elétrica das unidades.

Por fim, segundo a Secretaria de Defesa Social e Trânsito, não há risco para alunos e funcionários públicos.

Convênio

O convênio prevê também a implementação de um programa de combate a incêndios em todas as escolas, com trabalho de conscientização entre alunos e funcionários.

Firmado entre o Corpo de Bombeiros e a prefeituras de Vila Velha e também Vitória, o convênio é para que os ficais façam inspeções nas escolas que compõem a rede ensino. A assinatura desta parceria prevê obrigações para ambas as partes.

Conforme explica Carlos Wagner Borges, o convênio abona as administrações municipais de pagarem uma taxa pertinente à vistoria. Enquanto isso, a prefeitura assume o pagamento de alguma conta do Corpo de Bombeiros.

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