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Especialistas monitoram formação de ciclone na costa do Espírito Santo

Especialistas monitoram formação de ciclone na costa do Espírito Santo

Meteorologista reforça que, se realmente for confirmado o ciclone, as rajadas mais intensas com ventos de até 116 km/h são previstas para regiões oceânicas; no continente, ventos serão entre 60 a 80 km/h

Publicado em 22 de março de 2019 às 20:04

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Instituto Climatempo continua monitorando a possibilidade da formação de um novo ciclone tropical na costa do Espírito Santo neste fim de semana. Acionado pelo Gazeta Online, o instituto reforçou que equipes analisam por supercomputadores a possibilidade de formação do fenômeno — que, se ocorrer, pode causar ventos de até 116 km/h em alto-mar.

O sistema de baixa pressão atmosférica se organiza neste sábado (23) e se intensifica cada vez mais sobre o mar na costa do Espírito Santo até a segunda-feira (25). 

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A intensificação do sistema significa que a pressão atmosférica no seu centro fica cada vez mais baixa. Quanto mais baixa a pressão do ar, mais intensos são os ventos e mais nuvens carregadas se formam

Josélia Pegorim
Meteorologista do Climatempo
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MAS VAI TER OU NÃO UM CICLONE?

Mesmo com a tendência de intensificação da baixa pressão, Josélia explica que tudo ainda não passa de possibilidade da formação do ciclone.

"Este sistema fica sobre o mar, onde a água está quente e por isso se mantém o risco de formação do ciclone. É preciso deixar claro que a maior instabilidade, as áreas de chuva mais fortes e os ventos mais fortes, vão ficar sobre áreas oceânicas. Porém, por causa da proximidade desta baixa pressão atmosférica com o ES, mesmo que não se concretize o ciclone, o Estado poderá sentir ventos moderados a fortes e pancadas de chuva isoladas também moderadas a fortes", explicou.

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O limite entre 63 km/h e 116 km/h da velocidade dos ventos é mantido para regiões oceânicas, caso se forme o ciclone tropical. Mas no continente, as rajadas mais intensas podem ser de 60 km/h a 80 km/h

Josélia Pegorim
Meteorologista do Instituto Climatempo
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MARINHA TAMBÉM MONITORA

Nesta sexta-feira (22), a Marinha do Brasil emitiu um novo alerta para o litoral capixaba. O órgão também monitora a possibilidade da formação de um ciclone e diz que, se formado, ele poderá ser classificado como "Depressão Tropical". Caso a intensidade dos ventos observados venha a superar os 61 km/h, ele ganhará o nome de "Iba" que, em Tupi Guarani, significa "ruim". A Marinha tem uma relação de nomes para as adversidades meteorológicas.

De acordo com o órgão, a possibilidade de formação do ciclone pode permanecer atuando no litoral sul do Estado da Bahia e do Espírito Santo até terça-feira (26). O fenômeno está associado à convergência dos ventos sobre uma região em que a temperatura da superfície do mar se encontra entre 29ºC e 30ºC — acima da média climatológica para o mês.

ONDAS DE ATÉ 5 METROS

Se o ciclone se confirmar, são esperados ventos fortes que podem atingir até 102 km/h em alto-mar. Há previsão de "mar grosso" a "muito grosso", com alturas de ondas entre 3 e 5 metros em alto-mar, e possibilidade de ocorrência de ressaca atingindo a costa entre Linhares (ES) e Porto Seguro (BA), entre a manhã de sábado (23) e a noite de domingo (24). A condição de tempo severo provocada por este sistema ocorrerá principalmente em alto-mar, associada à chuva intensa. 

Nebulosidade sobre o Brasil às 13h desta sexta-feira (22). (Reprodução | Climatempo)

COMO É A FORMAÇÃO DE UM CICLONE?

Um ciclone surge por conta da formação de uma área de baixa pressão atmosférica e de forte intensidade. Para que ele evolua para um um furacão, por exemplo, é preciso que essa área de baixa pressão seja mais intensa e com ventos mais fortes, dependendo, ainda, da temperatura dentro da área do fenômeno. 

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Por conta desta formação de área com baixa pressão atmosférica, o ciclone pode se formar. Caso isso aconteça, o ES pode esperar por chuva forte e ventos de mais de 118 km/h em alto-mar. Por enquanto, estamos com o alerta especial de chuva forte sobre o Espírito Santo porque tem uma frente fria próxima ao litoral do Estado

Josélia Pegorim
Meteorologista do Climatempo
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Josélia explica, ainda, que existem ciclones tropicais, ciclones subtropicais e extratropicais. Todos eles são sistemas de baixa pressão atmosférica onde o ar se movimenta no sentido horário, no Hemisfério Sul, e no sentido anti-horário, no Hemisfério Norte.

"Ciclones são associados com grandes áreas de nuvens carregadas que provocam chuva intensa. A diferença de pressão atmosférica entre o centro do sistema e a porção mais externa aumenta a velocidade do vento", detalha. Dependendo da velocidade dos ventos, os ciclones são classificados de forma especial.

Depressão tropical: vento (máximo sustentado de até 33 nós - 61 km/h);

Tempestade tropical: vento (máximo sustentado de 34 nós - 62,9 km/h a 116,5 km/h);

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Furacão: vento (sustentado de 64 nós ou maior - 118,4 km/h ou maior).

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