> >
Fetiche por urina, pés e submissão: capixabas recebem propostas inusitadas

Fetiche por urina, pés e submissão: capixabas recebem propostas inusitadas

Capixabas revelam propostas um tanto quanto diferentes nas redes sociais, como vender o xixi para que outra pessoa possa bebê-lo

Publicado em 15 de março de 2019 às 17:53

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Capixaba recebe proposta para vender sua urina por R$50 para satisfazer fetiche alheio. ( Reprodução internet )

Você está navegando na internet pelo celular quando recebe a notificação de um direct no Instagram. Ao abrir, uma proposta, um tanto inusitada, de um desconhecido: "Você faria xixi em um copo e me venderia?", questiona o autor da pergunta. Seria alguém em busca da realização de um fetiche, um golpe ou mesmo com a intenção de gerar algum aborrecimento?

A mensagem foi recebida pela estudante Juliana Moreira, de 23 anos, na última quinta-feira (14). Ela conta que, a princípio, ao ver um desconhecido puxando papo pensou em ignorar, mas ao ouvir o "estranho" pedido resolveu responder para saber até onde iria aquela conversa.

"Perguntei pra quê ele queria. Ele disse que gosta de beber xixi porque faz bem. Aí eu perguntei o preço e ele disse que pagaria R$ 50 num pote. Juro que fiquei tentada, faço xixi de graça mesmo, o que custava vender?", conta a estudante. 

Juliana disse que tentou argumentar com o internauta, que disse ser de São Paulo, que não morava na mesma cidade que ele. Mas ele pareceu não ter empecilho quanto à distância. 

"Ele disse que várias meninas já venderam xixi para ele, que é super comum. Falou que já comprou de meninas de Guarapari", descreve. 

ESCRAVO SEXUAL

Uma outra situação de propostas inusitadas aconteceu com a jornalista Adrielli Sabadini, de 23 anos. Apesar de parecer tentadora para muita gente, ela preferiu não atendê-la.

"Um cara que conhecia de vista me adicionou no Facebook e eu aceitei. Aí um dia, às 7h da manhã, ele me mandou mensagem: 'Girl Power'.  Nem abri porque achei estranho enviar naquela hora, tão cedo. Depois de umas duas horas ele insistiu e eu abri. Ele perguntou se eu acharia estranho se alguém pedisse para limpar a minha casa de graça. Eu nem quis estender o papo e o bloqueei".

Outra internauta do Gazeta Online, que preferiu não se identificar, relatou que este mesmo homem, também por mensagem via rede social, a pediu que ele fosse o escravo dela. "Ele queria ser meu escravo. Ele disse isso."

Há quem tenha tara por pés, como relata um homem de 22 anos, que preferiu não se identificar. "Já insistiram para que eu enviasse fotos dos meus pés. E não foi uma vez apenas. Mas eu nunca enviei. Achei estranho e preferi deixar quieto", conta. 

A sexóloga e colunista do Gazeta Online, Virgínia Pelles, conta que há muitos tipos de fetiches. O de fazer xixi sobre o companheiro, por exemplo, que acabou ficando em evidência com o post do presidente Jair Bolsonaro, conhecido como Golden Shower, é apenas um dentre uma infinidade de propostas.

"O Dicionário de Saúde Mental, o DSM5, classifica os fetiches como parafilias. A ingestão de líquidos, neste caso, o xixi, é classificada como urofilia. Mas há inúmeras formas, digamos um tanto quanto diferentes para alguns pessoas, de sentir prazer sexual. Para quem não está inserido nesse meio pode parecer muito estranho, mas para os praticantes é super normal. É importante respeitar o outro, e saber se ele está de comum acordo", relata. 

Virgínia dá o exemplo de casais que fazem a prática de sexo em grupos ou mesmo o voyerismo, quando um fica de fora observando o parceiro transar com um terceiro. 

"Já recebi no consultório casal que foi questionar se era algum tipo de doença o marido gostar de ver a mulher transando com outro homem. Mas, nesse caso, a mulher topou e não foi nada imposto por ele. Então é importante as pessoas se acertarem. Muitas vezes o que parece comum como o sexo oral para uns, traz estranhamento para outros. Tem gente, que quando questionado, diz que não faz e sente nojo. Outros já acham uma coisa corriqueira. Vai de cada pessoa e como disse o mais importante é saber respeitar a vontade dos envolvidos para que não haja conflitos", acrescenta a sexóloga. 

DELEGADO FAZ ALERTA

Delegado Brenno Andrade, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos. (Carlos Alberto Silva)

O titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, pede atenção às pessoas que recebem perguntas desse tipo via redes sociais.

"A pessoa que se sentir ofendida em relação a isso pode procurar a polícia e registrar um boletim de ocorrência. A pessoa (que faz o pedido), em tese, pode responder por um crime de pertubação à tranquilidade, crime previsto na lei de contravenção penal ou, dependendo, da conduta da pessoa, como por exemplo, a pessoa faz um pedido desse inusitado e a outra pessoa nega, e essa pessoa que inicialmente pediu pode xingar, difamar em rede social... então, dependendo da situação, pode configurar também um crime contra a honra. A gente orienta a nem responder. Porque você não sabe, por mais inusitado que seja, se a intenção da pessoa é realmente essa", reforça.

Quem se sentir importunado com esse tipo de mensagem, pode procurar a polícia através das delegacias.

"A delegacia orienta que o princípio da vida real é o mesmo da vida pessoa. Se você não fala com estranhos na vida real, porque você falaria na vida virtual? A partir do momento que você se dispõe a participar disso você coloca em risco sua segurança. Não sou especialista na questão da psicologia, a pessoa pode estar agindo como se fosse um fetiche, mas você não sabe se é uma doença, uma patologia. Não se deve pagar para ver."

O delegado Brenno Andrade orienta quais devem ser os procedimentos quando a pessoa quer denunciar este tipo de situação ocorrida na web.

Este vídeo pode te interessar

"Para registrar um boletim de ocorrência, é preciso levar os prints da conversa, telefone da pessoa, se tiver, dados de conta bancário, caso haja, e levar também o URL, que é o perfil da pessoa na rede social. Esse é o dado mais importante, que vai realmente identificar de quem se trata, qual o perfil da pessoa, nesses casos", acrescenta. 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais