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Formação de ciclone: ventos se distanciam, mas efeitos devem chegar ao ES

Formação de ciclone: ventos se distanciam, mas efeitos devem chegar ao ES

O meteorologista Manoel Rangel, do Inmet, aponta sobre o acompanhamento mais recente feito pela manhã de hoje, e diz que os ventos estão oscilando entre 40 e 45 km/h

Publicado em 23 de março de 2019 às 13:41

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Por conta da agitação marítima, a ressaca atingiu residências e comércios na orla de Ponta da Fruta, em Vila Velha. (José Carlos Schaeffer)

De acordo com meteorologista Manoel Rangel, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a possibilidade de formação de um ciclone próximo à costa do Espírito Santo não está descartada, mas o sistema que colaboraria para a formação do fenômeno está se afastando do continente e indo em direção ao interior do oceano.

"Ainda que esta possibilidade de formação do ciclone não esteja descartada, mesmo que o sistema de baixa pressão se direcione ao interior do oceano, os capixabas podem sentir o efeito dele — com chuva e ventos fortes", explicou em entrevista à Rádio CBN Vitória (92,5 FM) neste sábado (23).

Manoel aponta sobre o acompanhamento mais recente feito pela manhã de hoje, e diz que os ventos estão oscilando entre 40 e 45 km/h. 

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Ele está se deslocando para o interior do oceano e não para o continente. Ainda assim, é totalmente desaconselhável que navegantes entrem no mar neste período. Inclusive, uma das adversidades, que é a ressaca, já atinge as praias do ES

Manoel Rangel
Meteorologista do Inmet
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FORMAÇÃO DE CICLONE PODE OCORRER ATÉ TERÇA (26)

Em alerta emitido nesta sexta-feira (23), a Marinha do Brasil estendeu o prazo de atuação de um possível ciclone tropical, que pode se formar a partir deste sábado (23) na costa do Espírito Santo e litoral sul do Estado da Bahia. "O ciclone pode permanecer atuando no litoral sul do estado da Bahia e do Espírito Santo até o dia 26", diz o aviso de atenção.

Antes, a previsão era de que o ciclone poderia atuar até este domingo (24). Se a intensidade do fenômeno, denominado pelo órgão como "Depressão Tropical", ultrapassar rajadas de vento superiores a 61 km/h, ele poderá ser batizado como "Iba", expressão em tupi-guarani que significa "ruim".

O fenômeno está associado à convergência dos ventos sobre uma região em que a temperatura da superfície do mar se encontra entre 29ºC e 30ºC, acima de sua média climatológica para o mês. São esperados ventos fortes nas proximidades do Litoral Sul do Estado da Bahia e do Espírito Santo, podendo atingir 102 km/h em alto-mar, no setor Leste do ciclone, e 61 km/h junto à costa, durante todo o período de atuação do ciclone.

MAR GROSSO

O alerta informa ainda que "há previsão de mar grosso a muito grosso, com alturas de ondas entre 3,0 e 5,0 metros em alto-mar e possibilidade de ocorrência de ressaca atingindo a costa entre Linhares (ES) e Porto Seguro (BA), com ondas entre 2,5 e 3,0 metros, estendendo-se ao Sul deste trecho até Vitória (ES) e ao Norte até Salvador (BA), com ondas até 2,5 metros, entre o dia 23 pela manhã e o dia 24 à noite".

E reforça: "A condição de tempo severo provocada por este sistema ocorrerá principalmente em alto-mar, associada à chuva intensa".

QUAL O EFEITO DO FENÔMENO NO ESPÍRITO SANTO E NA BAHIA?

De acordo com a meteorologista Josélia Perogim, do Instituto Climatempo, é preciso esclarecer que a maior instabilidade, as áreas de chuva mais fortes e as rajadas de vento ficarão sobre o mar — mas independente da intensificação da baixa pressão atmosférica, a circulação de ventos em diversos níveis da atmosfera vai forçar a concentração de umidade e calor sobre o Norte e Leste de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo neste fim de semana.

Por este motivo, nuvens carregadas já atuam nestas áreas e vão continuar no céu capixaba pelos próximos dias, com risco de raios e chuva forte. 

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Mesmo que não se concretize o ciclone, algumas regiões capixabas e do sul baiano poderão sentir ventos moderados a fortes e pancadas de chuva isoladas também moderadas a fortes. As rajadas mais intensas devem ocorrer sobre o oceano e o mar tende a ficar muito agitado, perigoso para a navegação

Josélia Pegorim
Meteorologista do Instituto Climatempo
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COMO É A FORMAÇÃO DE UM CICLONE?

Um ciclone surge por conta da formação de uma área de baixa pressão atmosférica e de forte intensidade. Para que ele evolua para um um furacão, por exemplo, é preciso que essa área de baixa pressão seja mais intensa e com ventos mais fortes, dependendo, ainda, da temperatura dentro da área do fenômeno. 

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Por conta desta formação de área com baixa pressão atmosférica, o ciclone pode se formar. Caso isso aconteça, o ES pode esperar por chuva forte e ventos de mais de 118 km/h em alto-mar. Por enquanto, estamos com o alerta especial de chuva forte sobre o Espírito Santo porque tem uma frente fria próxima ao litoral do Estado

Josélia Pegorim
Meteorologista do Climatempo
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Josélia explica, ainda, que existem ciclones tropicais, ciclones subtropicais e extratropicais. Todos eles são sistemas de baixa pressão atmosférica onde o ar se movimenta no sentido horário, no Hemisfério Sul, e no sentido anti-horário, no Hemisfério Norte.

"Ciclones são associados com grandes áreas de nuvens carregadas que provocam chuva intensa. A diferença de pressão atmosférica entre o centro do sistema e a porção mais externa aumenta a velocidade do vento", detalha. Dependendo da velocidade dos ventos, os ciclones são classificados de forma especial.

Depressão tropical: vento (máximo sustentado de até 33 nós - 61 km/h);

Tempestade tropical: vento (máximo sustentado de 34 nós - 62,9 km/h a 116,5 km/h);

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Furacão: vento (sustentado de 64 nós ou maior - 118,4 km/h ou maior).

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