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Promessa de melhoria no asfalto de Vitória completa um ano ainda no papel

Promessa de melhoria no asfalto de Vitória completa um ano ainda no papel

A reportagem do Gazeta Online percorreu mais de 50km com uma câmera mostrando como está a situação do asfalto nas principais vias da Capital

Publicado em 25 de março de 2019 às 13:34

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Descida da Ponte da Passagem, sentido Maruípe . (Kaique Dias)

Quem mora em Vitória ou precisa transitar pela Capital sabe da dificuldade que é dirigir por algumas ruas e avenidas com buracos, desníveis e asfalto craquelado. Quando vem a chuva, a situação piora. Um ano após a prefeitura anunciar R$ 78 milhões em melhorias da pavimentação, não há nem sinal de obra. A licitação para contratação do serviço também ainda não saiu do papel.

Motoristas ouvidos pela reportagem do Gazeta Online apontam as piores vias como a Avenida Vitória, nas imediações do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), a Reta da Penha, próximo à faculdade Emescam, a Avenida César Hilal, a Avenida Fernando Ferrari, próximo ao aeroporto, e a subida da Segunda Ponte.

Com uma câmera portátil próximo da roda do carro, a reportagem percorreu mais de 50 km nas vias de Vitória (veja vídeo abaixo) para mostrar como o veículo recebe o impacto desses buracos e desníveis. Só por aí já é possível entender o tamanho do prejuízo causado na suspensão e em outras partes do veículo.

RECLAMAÇÕES

O motorista José Santos Nunes, de 48 anos, anda muito por Vitória por causa do trabalho. Um dos piores pontos na percepção dele é a Rodovia Serafim Derenzi, no trecho entre São Pedro e Resistência. “A manutenção e a suspensão do carro vão todos embora. É um prejuízo grande, não é pequeno não. Acho que não vamos ver tão cedo as máquinas (nas ruas). A gestão do Luciano já está indo embora, vamos ver o próximo”, lamentou.

O também motorista Paulo Renato Martins de Aguiar, de 49 anos, mora próximo da rodoviária. De acordo com ele, o asfalto da Capital não é compatível com os impostos cobrados. “O asfalto é muito ruim mesmo, vira e mexe estão com aquelas ‘costelinhas’. Tinha que ser tudo refeito. Já fazem tapa-buraco, que não resolve nada. Na minha região, da Vila Rubim, tem muito carro pesado por causa do porto” reclamou.

O taxista Juarez Amorim dos Santos, de 45 anos, tem um táxi acessível. Por levar idosos, cadeirantes ou pessoas que fizeram algum tipo de cirurgia, ele precisa reduzir muito a velocidade por causa dos buracos. “Às vezes andamos a 20 km/h, bem abaixo da velocidade porque a pessoa não aguenta dentro do carro”, lamenta.

Ele lembra que anualmente precisa pagar pela revisão de gás GNV do veículo e vários equipamentos são reprovados e precisam ser trocados por causa dos buracos. O prejuízo acaba sendo muito maior. “É roda empenada, é pneu cortado, em tudo quanto é canto. Tem que ser feito o que manda a legislação. Assim como cobram da gente o carro em perfeito estado, o governo precisa cuidar das ruas para poder cobrar da gente. Pagamos nossos impostos para isso”, lamentou.

AS PROMESSAS

No dia 26 de março do ano passado, a prefeitura de Vitória informou que toda a malha asfáltica de Vitória passaria por obras. Na época, o então secretário de Gestão, Planejamento e Comunicação, Fabrício Gandini, disse que seriam investidos R$ 78 milhões em obras de recuperação do asfalto das ruas e avenidas da capital.

Em abril, a reportagem do Gazeta Online fez um teste com um copo de água dentro do carro para mostrar como o asfalto cheio de problemas gerava uma oscilação para quem estava dentro do veículo. Reveja o vídeo.

Em julho, a Secretaria Central de Serviços informou que estudos técnicos estavam sendo realizados para definição do mapeamento das vias que irão receber recapeamento.

No dia 10 de outubro, a prefeitura informou que a empresa contratada para fazer a recuperação do asfalto ainda estava finalizando os projetos e estudos de recuperação do asfalto em mais de 50 quilômetros de vias em toda a cidade, e que o processo de licitação para contratar a empresa que iria executar as obras deveria ser iniciado em um mês, o que não se confirmou.

Em janeiro deste ano, em entrevista à CBN Vitória, disse que ruas iam receber a melhoria no pavimento, mas que as avenidas teriam que esperar.

No início de fevereiro, o prazo para início do serviço, que seria em fevereiro, mudou para maio.

LICITAÇÃO AINDA EM PROCESSO

Procurada pela reportagem mais uma vez, a prefeitura, por meio de nota, diz agora que o processo de licitação ainda está em andamento. O edital foi publicado no dia 27 de fevereiro.

“No dia 3 de abril, serão abertos os envelopes com a habilitação das empresas. Após isso, em um prazo de cinco dias úteis, sairá o resultado das empresas habilitadas que terão suas propostas analisadas e escolhida, então, a de menor preço. Há um prazo de cinco dias para recurso. Os resultados das empresas ganhadoras da licitação para recapeamento asfáltico nos principais corredores da Capital sairá em até cinco dias úteis após esse prazo de recurso”, explicou a administração, ainda em nota.

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A prefeitura declarou ainda que após o período, a prefeitura e as empresas possuem ainda até 60 dias, que é o prazo para a entrega das propostas, para a assinatura do contrato. 

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