A insegurança é um problema que atinge a população de diversas maneiras. Seja na falta de liberdade de ir e vir, seja na redução da oferta de serviços, não há como ficar alheio à violência cotidiana. No município da Serra, por exemplo, os frequentes assaltos a carteiros impuseram uma nova regra que afeta diretamente moradores de pelo menos 23 bairros. Nesses locais, os Correios não fazem entrega de encomendas, apenas correspondências simples.
As pessoas que residem em bairros da Grande Jacaraípe, inclusive em trechos da Avenida Abdo Saad, a mais importante da região, precisam se deslocar a agências dos Correios para retirar qualquer item por encomenda que deveria chegar à sua casa. O problema se repete em outras regiões, como Serra Dourada, Feu Rosa e Maringá, indicando que a violência deixa a população refém do perigo.
A relação dos 23 bairros pode ser conferida no próprio site dos Correios, no qual há uma seção em que indica endereços com restrição de entrega domiciliar porque há riscos.
SUSPENSÃO
Morador de Jacaraípe, o empresário Pedro Vargas, 34 anos, conta que o serviço de entregas dos Correios foi suspenso no ano passado. Em praticamente todos os bairros da região simplesmente pararam de entregar as encomendas pelo alto índice de assaltos, afirma.
Para fazer a retirada, ou despachar encomendas, Pedro normalmente tem que se dirigir às agências de Jacaraípe ou de Feu Rosa, mais próximas de sua residência. No final do mês passado, um novo transtorno. As duas unidades também foram assaltadas e permaneceram fechadas por dias. Nesse período, o empresário precisou ficar se deslocando até Laranjeiras. Em um dia, tive que ir duas vezes. Foram 60 quilômetros de ida e volta. Quem paga esse prejuízo?, questiona.
Lorenzo Espósito, titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas (Delepat) da Polícia Federal, disse que as ocorrências envolvendo carteiros e as agências dos Correios têm sido investigadas, com alguns criminosos já identificados e até mesmo presos. Mas ressaltou que esse é um trabalho permanente.
Sobre roubo a carteiros, o delegado observa que o município da Serra é onde o problema se concentra. Alguns bairros são bem complicados e obrigam os Correios a parar de entregar. Mas esse é um crime de oportunidade; não é uma quadrilha organizada. É o mesmo tipo de assaltante que rouba um carro e, muitas vezes, o crime está vinculado ao tráfico de drogas, destaca Lorenzo.
Já em relação aos roubos a agências, que são registrados em diversos municípios, o delegado aponta que exigem um pouco mais de preparação da parte dos criminosos e há investigações em andamento sobre os casos.
CORREIOS
Por nota, a assessoria dos Correios informou sobre como os usuários devem proceder quando o CEP de sua residência está com restrição, indicando que busquem a agência mais próxima de casa para a retirada da encomenda.
Vale ressaltar que os Correios têm trabalhado em parceria com as polícias Militar, Civil e Federal, além das guardas municipais, visando a troca de informações que agilize a identificação e que possibilite a prisão dos assaltantes. No entanto, assim como toda a sociedade, a empresa também enfrenta, em suas atividades, problemas relacionados à segurança pública, acrescenta a empresa, ainda em nota.
Os Correios informam também que todas as agências têm kit de segurança, como circuito fechado de TV e alarme monitorado. Investimentos em ações preventivas e aquisição de equipamentos de segurança para as unidades operacionais e de atendimento são prioridade, conclui.
BAIRROS SEM ENTREGA
Alterosas
Bairro das Laranjeiras
Castelândia
Cidade Pomar
Conjunto Jacaraípe
Costa Dourada
Eldorado
Enseada Jacaraípe
Feu Rosa
Jardim Atlântico
Maringá
Novo Porto Canoa
Ourimar
Portal de Jacaraípe
Praia de Capuba
Residencial Jacaraípe
São Francisco
São Patrício
São Pedro
Serra Dourada I
Serra Dourada II
Serra Dourada III
Vila Nova de Colares
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta