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Macaco, urubu e até cobra: os 'mascotes' do Convento da Penha

Macaco, urubu e até cobra: os 'mascotes' do Convento da Penha

O sagui é um dos mais famosos e conhecidos animais que vivem no local. No entanto, outros bichos também tem representação e história no Convento

Publicado em 22 de abril de 2019 às 21:59

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(Arabson)

Além de um santuário religioso, o Convento da Penha é conhecido como um dos principais pontos turísticos do Espírito Santo. A geografia característica, a floresta que engloba o morro, a vista panorâmica de Vila Velha e Vitória são um prato cheio para moradores e turistas que visitam o local. Outro fator é a presença de muitos animais por conta da extensa fauna no entorno. Um dos mais famosos e considerado “mascote” do local é o sagui, que pela proximidade com os fiéis ao transitar pelas árvores no caminho de acesso, acabam encantando quem visita o monumento. No entanto, outros bichos também tem representação e história no Convento da Penha.

Outro mascote é urubu. A ave que existe aos montes no ponto turístico capixaba é considerado, para alguns, como um animal que representa algo ruim. Mas o franciscano Frei Clarêncio, provou no livro “Animais no altar: Iconografia e Simbologia” que o urubu não é tão negativo assim. Segundo o guardião do Convento, Frei Paulo Roberto, a ave na verdade, seria uma representação zoológica do papel de Jesus Cristo pois, assim como Jesus retira o pecado do mundo, o urubu retira do ambiente tudo aquilo que já está podre após a morte.

Macaco, urubu e até cobra - os mascotes do convento da Penha

Frei Paulo citou ainda outra mensagem passada pela vida desses animais. O voo alto impressiona e deixa uma reflexão para as pessoas. 

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Ele nos remete a olhar sempre às alturas. Todo mundo gosta de ver o urubu e fica impressionado como ele voa. Pode parecer um pouco mais feio quando a gente está perto dele, mas ele transmite muito mais dessa imagem, dessa mensagem de alturas. E quem sobe ao Convento, está disposto a subir ao céu

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Por isso, através do papel franciscano de proteção aos animais, os freis do Convento também têm o costume de sempre deixar um espaço com água para os bichos.

Além do sagui e do urubu, um terceiro e curioso animal também tem história no Convento da Penha. Uma jiboia, pouco conhecida pelos visitantes, é peça famosa entre os freis. A serpente vive escondida nas matas e pedras do Convento e, segundo o Frei Paulo, ela só aparece durante a Festa da Penha. 

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A gente a chama de Jiboia de Nossa Senhora da Penha, que aparece normalmente na época da festa. Ela gosta das pedras e da mata, mas ronda o Convento pelo lado que o pessoal se refere como antiga senzala. Ela não gosta de assustar a turma reunida no Campinho

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Perguntado se algum deles pode ser definido como mascote, Frei Paulo afirmou que uma campanha ainda será feita para a escolha do animal-símbolo do Convento.

Sagui é o preferido

Urubus sobrevoando o Convento da Penha; ave também é 'candidata a mascote'. (José Carlos Schaeffer)

A reportagem conversou com fiéis e visitantes do Convento para saber qual animais tem mais identificação com o local. O sagui foi unanimidade. A professora aposentada Luzinete Machado, 59, diz que eles estão sempre presentes e ela se recorda dos bichinhos no Convento desde a infância.

“A gente vê mais com frequência. Nas árvores, na subida, quando sobe para o Santuário, a gente sempre está vendo eles. Desde que eu sou criança e venho aqui, vejo os macaquinhos”, disse.

Projeto estimula sustentabilidade e cuidados no Convento

Buscando um maior contato e cuidado com a natureza, o Convento lançou um programa chamado Ecos do Convento. Com o objetivo de promover diversas atitudes sustentáveis e de cuidado com o Santuário da Natureza, são realizadas diversas ações como orientações educacionais para os visitantes, visitas monitoradas pela mata nativa, além de outras atividades. A coordenadora do projeto, Karina de Carvalho, explica a importância da disseminação do projeto no Convento da Penha.

“A gente precisa respeitar, aproveitar o máximo porque esse é o objetivo do Convento da Penha também. Dar uma utilidade para esse espaço disseminador e divulgar muito mais além das ações que já são feitas. Receber esses visitantes nessa rota religiosa, mas também promover algo que fique, para que as pessoas consigam replicar e mudar o cotidiano em prol da sustentabilidade”.

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Também estão em andamento para implantação ações como a criação de viveiros de mudas nativas, hortas verticais, utilização de energia limpa, entre outras.

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