Além de um santuário religioso, o Convento da Penha é conhecido como um dos principais pontos turísticos do Espírito Santo. A geografia característica, a floresta que engloba o morro, a vista panorâmica de Vila Velha e Vitória são um prato cheio para moradores e turistas que visitam o local. Outro fator é a presença de muitos animais por conta da extensa fauna no entorno. Um dos mais famosos e considerado mascote do local é o sagui, que pela proximidade com os fiéis ao transitar pelas árvores no caminho de acesso, acabam encantando quem visita o monumento. No entanto, outros bichos também tem representação e história no Convento da Penha.
Outro mascote é urubu. A ave que existe aos montes no ponto turístico capixaba é considerado, para alguns, como um animal que representa algo ruim. Mas o franciscano Frei Clarêncio, provou no livro Animais no altar: Iconografia e Simbologia que o urubu não é tão negativo assim. Segundo o guardião do Convento, Frei Paulo Roberto, a ave na verdade, seria uma representação zoológica do papel de Jesus Cristo pois, assim como Jesus retira o pecado do mundo, o urubu retira do ambiente tudo aquilo que já está podre após a morte.
Frei Paulo citou ainda outra mensagem passada pela vida desses animais. O voo alto impressiona e deixa uma reflexão para as pessoas.
Por isso, através do papel franciscano de proteção aos animais, os freis do Convento também têm o costume de sempre deixar um espaço com água para os bichos.
Além do sagui e do urubu, um terceiro e curioso animal também tem história no Convento da Penha. Uma jiboia, pouco conhecida pelos visitantes, é peça famosa entre os freis. A serpente vive escondida nas matas e pedras do Convento e, segundo o Frei Paulo, ela só aparece durante a Festa da Penha.
Perguntado se algum deles pode ser definido como mascote, Frei Paulo afirmou que uma campanha ainda será feita para a escolha do animal-símbolo do Convento.
Sagui é o preferido
A reportagem conversou com fiéis e visitantes do Convento para saber qual animais tem mais identificação com o local. O sagui foi unanimidade. A professora aposentada Luzinete Machado, 59, diz que eles estão sempre presentes e ela se recorda dos bichinhos no Convento desde a infância.
A gente vê mais com frequência. Nas árvores, na subida, quando sobe para o Santuário, a gente sempre está vendo eles. Desde que eu sou criança e venho aqui, vejo os macaquinhos, disse.
Projeto estimula sustentabilidade e cuidados no Convento
Buscando um maior contato e cuidado com a natureza, o Convento lançou um programa chamado Ecos do Convento. Com o objetivo de promover diversas atitudes sustentáveis e de cuidado com o Santuário da Natureza, são realizadas diversas ações como orientações educacionais para os visitantes, visitas monitoradas pela mata nativa, além de outras atividades. A coordenadora do projeto, Karina de Carvalho, explica a importância da disseminação do projeto no Convento da Penha.
A gente precisa respeitar, aproveitar o máximo porque esse é o objetivo do Convento da Penha também. Dar uma utilidade para esse espaço disseminador e divulgar muito mais além das ações que já são feitas. Receber esses visitantes nessa rota religiosa, mas também promover algo que fique, para que as pessoas consigam replicar e mudar o cotidiano em prol da sustentabilidade.
Também estão em andamento para implantação ações como a criação de viveiros de mudas nativas, hortas verticais, utilização de energia limpa, entre outras.
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