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Mais de 40 mil pessoas vivem em área de risco na Grande Vitória

Mais de 40 mil pessoas vivem em área de risco na Grande Vitória

Na Grande Vitória, há perigo de deslizamento e inundações

Publicado em 17 de abril de 2019 às 02:13

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Mais de 40 mil moradores da Grande Vitória vivem em áreas de risco, seja por residirem próximos de encostas, seja por ter suas casas em locais propensos a alagamentos, seja por estar em regiões de deslizamento de terra e rolamento de pedras. O levantamento é de órgãos estadual e municipais de defesa civil. O mais grave é que apesar do risco iminente, não há solução no curto prazo para esses moradores.

Do total de 43.629 mil pessoas, Vila Velha está no topo do ranking com 14 mil em área de risco. Em seguida, estão os municípios de Viana (8.792), Serra (7.220), Cariacica (7.000) e Vitória (6.612). As áreas são classificadas em risco baixo, médio, alto e muito alto.

O quadro é resultado de múltiplos fatores, como ocupação desordenada de áreas críticas de morros ou nas proximidades de rios e canais ou mesmo pela falta de planejamento contínuo das prefeituras que, muitas vezes, atuam apenas na reparação dos danos sem lançar mão de ações preventivas. Com as chuvas do início da semana e o alerta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para novos temporais nos próximos dias, a atenção e o perigo nessas áreas aumenta.

O coordenador adjunto da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Hekssandro Vassoler, esclareceu que, desde 2012, todos os municípios do Estado dispõem de informações sobre as áreas de risco a partir de um mapeamento elaborado pelo Serviço Geológico Nacional (CPRM). Segundo ele, cada prefeitura deveria tomar as providências para evitar danos à população das regiões identificadas como críticas.

“As áreas são mapeadas, mas o município geralmente não tem recurso para atuar em todas e fazer obras de contenção. Então, há uma seleção de prioridades, cada município tem sua coordenadoria de proteção e defesa civil e um dos trabalhos é monitorar essas áreas de risco”, pontua.

SOLUÇÕES

No entanto, o problema está longe de ser resolvido. Município que sofre todos os anos com enchentes, Vila Velha, por exemplo, sequer possui um plano que identifica as áreas de risco e as soluções para o problema.

O secretário de Defesa Social e Trânsito, coronel Oberacy Emmerich Júnior, diz que neste ano foi contratado um serviço para elaborar o Plano Municipal de Identificação de Risco, que deve ficar pronto em 2020. Ele diz que o trabalho da defesa civil é preventivo.

“As áreas de risco que existem são mapeadas, mas de forma superficial. O plano é um instrumento funda mental para que o município possa desenvolver a curto, médio e longo prazo soluções para áreas que serão mapeadas”, justifica.

Em Cariacica, o secretário de Defesa Social, Alexandre Ribeiro, disse que desde 2014 há ações preventivas que vem reduzindo o número de pessoas em áreas de risco. Ele destaca o trabalho realizado com geomantas, que recobrem 68 mil metros de encostas e morros com um produto impermeabilizante, que anula efeitos de erosão devido às chuvas.

“Além da geomanta, é feito todo um trabalho de prevenção e a defesa civil faz vistorias toda semana nas áreas de risco”, declarou.

Já na Serra, são priorizadas as áreas classificadas de risco alto e muito alto. O diretor da defesa civil Antônio Coutinho diz que monitora semanalmente seis áreas. Além disso, a prefeitura investiu em obras nas regiões com histórico de enchentes e as encostas nos bairros Planalto Serrano e Nova Carapina ganharam contenções.

“Desassoriamos e alargamos o Rio Jacaraípe. Passou a ter mais vazão, reduzindo o risco, e muito, de alagamentos.”

O coordenador da Defesa Civil de Vitória, Jonathan Jantorno, disse que há o monitoramento constante e investimentos em contenção de encostas e bloco rochosos. Sobre inundações, pontuou que são seis estações de bombeamento escoam a água da chuva para o mar.

“Atualmente, estamos captando recurso para instalar sirenes, assim que o índice pluviométrico ultrapassar o limite maior que o esperado no aplicativo, vai acionar sirene e pessoas devem evacuar do local”, disse.

A Prefeitura de Viana não informou sobre projetos e prevenção feitos nas áreas de risco.

OPINIÃO DA GAZETA

Desleixo histórico

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A Defesa Civil alega que os municípios têm informações disponíveis sobre suas áreas de risco desde 2012, o lamentável é que mesmo assim ainda não exista um plano à mão para evitar a calamidade que se repete toda vez que chove. O histórico de alagamentos e deslizamentos na Grande Vitória - muito anterior a 2012, ressalte-se – não é suficiente para forçar o aprendizado dos prefeitos que se sucedem, é como se vidas não estivessem em risco. Esse desleixo com a segurança dos cidadãos é inaceitável por vir justamente de quem deveria garanti-la.

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