Técnicos do Ministério da Saúde e da Prefeitura de Vila Velha fizeram uma vistoria na creche Praia Baby, na Praia da Costa, Vila Velha, nesta sexta-feira (5). O grupo se reuniu para tratar sobre o surto de gastroenterite que afetou a creche particular na segunda quinzena de março. Desde as primeiras notificações sobre o problema, 22 pessoas apresentaram sintomas de infecção como febre e diarreia. Um aluno da creche morreu após passar dois dias internado.
A equipe chegou por volta das 14h30 e deixou o local às 16h25. Um grupo de 15 pais de alunos da instituição se reuniu na frente da creche na tentativa de conversar com os técnicos. Mas, ao deixarem o local, as equipes saíram sem conversar com a imprensa ou mesmo com os pais.
Quatro técnicos do Ministério da Saúde chegaram ao Espírito Santo nesta quinta-feira (4) e ficarão no Estado pelo tempo que for necessário. O pedido para a participação dos técnicos do Ministério da Saúde na apuração do caso aconteceu porque a prefeitura da cidade constatou que a bactéria encontrada era um caso raro e agressivo.
As amostras de água analisadas mostraram a presença da bactéria E.coli, que produz uma toxina que em humanos provoca anemia, destrói hemácias e plaquetas, podendo levar à insuficiência renal, convulsão e lesão cerebral.
O objetivo do grupo é investigar as causas do surto gastroenterite e também elaborar uma nota técnica com orientações à sociedade, as instituições e aos familiares das crianças da creche. O grupo pretende esclarecer as etapas necessárias para a interrupção da transmissão do surto.
No grupo de aproximadamente 15 integrantes estavam o gerente da Vigilância em Saúde do Estado, Romildo Andrade; o coordenador-geral do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen), Rodrigo Rodrigues; e o secretário de saúde de Vila Velha, Jarbas Ribeiro de Assis Júnior.
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PROTESTO DOS PAIS
Na manhã desta sexta-feira, pais de alunos da creche colocaram uma faixa na fachada da instituição. Os responsáveis pelas crianças afirmam que não estão recebendo a devida atenção da prefeitura da cidade. Os pais também reclamam de uma suposta discriminação sofridas por alunos da creche, que não estariam sendo aceitos em outras creches da cidade.
QUEBRA-CABEÇA
O coordenador do Laboratório Central da Saúde Pública (Lacen), Rodrigo Rodrigues, no entanto, diz que ainda há muitos testes a serem feitos antes que seja possível dizer exatamente o que causou o surto. Estamos montando um grande quebra-cabeça, mas não temos como saber quando essa investigação vai terminar. No laboratório, estamos tentando acelerar ao máximo os processos, afirma.
Ainda segundo Rodrigues, não é possível dizer se a bactéria encontrada nas amostras de duas crianças a E.coli enterohemorragica está presente em algum outro local da creche. Mas ele diz que algumas amostras já deram negativo para essa bactéria como a da água da Cesan; a água e comida do quiosque onde duas crianças afetadas lancharam antes do surto; e carne de boi, de frango e outros alimentos coletados na instituição.
Até o momento, na creche, foi encontrada E.coli (ainda sem tipo específico identificado) na torneira de uma área onde era produzida cerveja, e coliformes totais na água do chafariz, onde as crianças brincavam.
BACTÉRIA EM DUAS CRIANÇAS
Escherichia coli enterohemorrágica
O que é
É uma bactéria que ataca o intestino e provoca diarreias com sangue. Ela ainda secreta uma toxina, conhecida como Shiga, que atinge ainda rins e cérebro, podendo levar à morte.
Onde vive
A bactéria vive normalmente no intestino de animais, especialmente bovinos. A contaminação ocorre por ingestão de comida ou água contaminadas com as fezes desses animais.
Gravidade
A toxina produzida pela bactéria provoca Síndrome Hemolítico-Urêmica, que é considerava perigosa, principalmente para crianças. Estudos estimam que entre 10% e 15% dos infectados evoluem para essa forma mais grave.
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