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Moradores de São Benedito protestam contra ação da PM no local

Moradores de São Benedito protestam contra ação da PM no local

Agentes da Polícia Militar usaram balas de borracha e spray de pimenta para dispersar moradores que comemoravam os 40 anos da Associação Atlética

Publicado em 18 de abril de 2019 às 20:39

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Moradores do São Benedito, em Vitória, realizam manifestação contra ato da PM. (José Carlos Shaeffer)

Um grupo de moradores do bairro São Benedito, em Vitória, fez um protesto contra uma ação da Polícia Militar ocorrida durante uma festa no último sábado (13). A comunidade comemorava os 40 anos de um time de futebol da região. Segundo relatos, após o fim do evento moradores continuavam no local quando agentes chegaram e usaram balas de borracha e spray de pimenta para dispersar as pessoas.

No ato desta quinta-feira, os manifestantes saíram do alto do Morro São Benedito por volta das 17h. Eles fizeram uma parada na Praça de Itararé onde mais pessoas se juntaram e seguiram em marcha até o quartel da PM. No local, foi protocolado na corregedoria-geral um documento relatando o ocorrido e solicitando uma resposta sobre a ação feita no dia da festa. O texto foi assinado por diversas entidades de classe e movimentos sociais.

Moradores de São Benedito protestam contra ação da PM no local

De acordo com um dos líderes do movimento Território do Bem, formado por oito comunidades do entorno, Valmir Dantas, é necessário que o erro seja reparado. "Nossos direitos foram violados. Queremos chamar a atenção do governo para respeitar a comunidade. Nós já sofremos muito com a violência e não queremos propagá-la", afirma.

Valmir afirmou que a prefeitura autorizou a interdição da via para a realização do evento até às 21h, mas que em nenhum momento ela foi ocupada. Segundo ele, após o horário determinado as ruas estavam liberadas. Moradores contaram que o clima era de tranquilidade, com muitas famílias e bandas musicais. No entanto, dizem que, após a festa, a Polícia dispersou as pessoas do local com spray de pimenta e balas de borracha.

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Pároco da Paróquia Santa Tereza de Calcutá, localizada em Itararé, o padre Kelder Brandão também participou do ato. Segundo ele, ações truculentas da Polícia Militar tem crescido nas periferias e o Estado não pode permitir esse tipo de conduta.

"Tem crescido muito essa forma truculenta da polícia de ir nas periferias. O poder público trata a nós moradores da periferia como membros do território do crime. As periferias não podem ser tratadas assim, muito menos nós termos a nossa segurança ameaçada por parte do Estado, que tem o dever constitucional, legal e moral de salvaguardar a vida de toda a população. Não apenas dos ricos, dos abastados e dos moradores de bairros de classe média e rica. Mas todos nós somos cidadãos e temos direito a uma segurança pública de qualidade e humanizada", disse. O protesto foi encerrado às 19h20.

O outro lado

Em nota, a Polícia Militar informou que na noite do último sábado (13) recebeu uma denúncia de que por volta de 0h começaria uma festa clandestina na praça do bairro e que já havia cerca de 100 pessoas no local. A nota diz ainda que equipes da Força Tática seguiram para a região às 0h40, onde foi constatada a grande aglomeração de pessoas e indivíduos, que se evadiram com a chegada das guarnições, além de menores consumindo bebida alcoólica.

Disse ainda que antes que fosse dada ordem de dispersão aos participantes, garrafas de vidro foram arremessadas contras os militares, causando ferimentos leves, e que devido à agressão, foi necessário o uso de spray de pimenta e tiros de elastômetro. Ainda de acordo com a nota, pedras e lajotas foram arremessadas do alto do morro contra as equipes policiais durante a ação. A PM informou ainda que a Prefeitura havia autorizado o evento somente até as 21h e a denúncia partiu dos próprios moradores da comunidade.

Quanto a conduta dos policiais, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP) informa que encaminhou ofício à Corregedoria da Polícia Militar determinando a apuração dos fatos e que qualquer irregularidade constatada será investigada.

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