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Polícia Civil realiza perícia em creche com surto de diarreia

Polícia Civil realiza perícia em creche com surto de diarreia

De acordo com um comunicado da Polícia Civil, a intenção é saber se houve negligência por parte dos proprietários

Publicado em 2 de abril de 2019 às 15:56

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Perícia da Polícia Civil visita creche onde houve surto de diarreia. (Vitor Jubini)

Agentes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) realizaram, no início da tarde deste terça-feira, uma perícia na creche particular, em Vila Velha, afetada por um surto de gastroenterite. A perícia foi motivada pela morte de um dos alunos da creche, um menino de 2 anos, que teve morte cerebral declarada na última quarta-feira. A intenção dos investigadores é saber se houve negligência por parte dos proprietários.

De acordo com um comunicado da Polícia Civil, emitido nesta segunda-feira, é preciso esclarecer se houve negligência da parte dos proprietários da instituição, ou não. Ainda não há data para início dos depoimentos dos envolvidos.

Polícia Civil realiza perícia em creche com surto de diarreia

Por volta de 13h40, dois policiais saíram da creche carregando uma sacola com brinquedos.

Peritos da Polícia Civil com sacola contendo brinquedos. (Patricia Scalzer)

Nesta segunda-feira (1), a Prefeitura de Vila Velha confirmou que subiu para 17 o número de vítimas do surto de diarreia registrado na creche - 12 crianças e 5 adultos. Os últimos três casos confirmados foram de um bebê de 7 meses, uma professora da creche e o filho dela, que não era aluno da creche.

De acordo com informações atualizadas na manhã desta terça-feira, três crianças ainda estão internadas: uma em Vitória, uma na Serra e outra na Serra. As famílias não autorizaram a divulgação do estado de saúde das crianças.

Com informações de Patrícia Scalzer

VILA VELHA DÁ ORDEM PARA DESMONTAR CERVEJARIA NOS FUNDOS DA CRECHE

Cervejaria artesanal funcionava nos fundos da creche onde as crianças passaram mal na Praia da Costa, em Vila Velha. (Divulgação)

A Prefeitura de Vila Velha determinou que os donos da creche particular investigada após diversos casos de infecção intestinal desmontem toda a estrutura de uma cervejaria artesanal que funcionava nos fundos do prédio. De acordo com a subsecretária de Assistência à Saúde da cidade, Stella Dias, a existência de uma cervejaria no espaço era irregular. 

Nesse espaço foi encontrada uma bactéria que tem capacidade de provocar sintomas semelhantes aos apresentados por alunos e funcionários que passaram mal de diarreia. O local para produção de cerveja artesanal tem acesso separado apenas por um portão, e pertencia aos donos da creche.

Embora tenha sido constatado que a produção é para consumo próprio, a prefeitura afirmou que não havia autorização para esta atividade no local. A subsecretária de Assistência à Saúde também afirmou que o município aguarda outros resultados de amostras de água coletadas na cervejaria e também em chafariz que funcionava no pátio da escola.

“A cervejaria não poderia funcionar naquele local. Na sexta-feira (29) mesmo foi dada a determinação para que tudo fosse desmontado e retirado de lá. Já apresentamos os resultados de alguns exames, mas ainda faltam outros resultados. Em alguns casos, é preciso esperar por até cinco dias para que a bactéria existente na água seja identificada com precisão”, explicou Stella Dias.

O reservatório de um chafariz também é alvo da investigação da prefeitura. O brinquedo fica no pátio da creche e era usado para recreação das crianças. Laudos apontaram que a água usada no chafariz estava impura: foram apontadas mais de 200 colônias de coliformes totais em amostra de 100 mililitros.

A água usada no chafariz não é corrente. Ela circula e fica armazenada em uma espécie de cisterna ou reservatório. Segundo a Vigilância Sanitária Municipal, o ideal é que a água fosse corrente. Diante dos laudos dos dois espaços - cervejaria e chafariz - a creche foi interditada pela prefeitura.

NOTA DA CENTRO EDUCACIONAL PRAIA BABY 

Diante das informações que têm sido veiculadas, os proprietários do centro educacional esclarecem que :

- São solidários à dor da família do aluno Theo e estão prestando toda atenção e informação aos demais familiares de alunos a respeito das apurações em curso;

- Todas as documentações da creche e alvarás da vigilância sanitária estão rigorosamente em dia. O cuidado com a limpeza e a higiene do local sempre foi uma prioridade. A creche, inclusive , sempre foi citada por técnicos da vigilância sanitária como modelo para outros estabelecimentos do mesmo porte;

- Assim que alguns pais relataram casos de diarreia em um grupo inicial de três alunos, foi a própria creche que procurou o setor de Epidemiologia da Prefeitura de Vila Velha e tomou a iniciativa de suspender temporariamente as aulas, agindo sempre com responsabilidade e respeito aos pais e alunos;

- O estabelecimento existe há sete anos, sendo que há quatro foi instalado o aparelho chamado Acqua Play (chafariz), utilizado esporadicamente e com o devido preparo prévio de higienização. Durante todos esses anos a creche passou por vistorias da Vigilância Sanitária municipal, todas elas sempre aprovadas. Os ajustes que eventualmente foram solicitados, como a regular troca de filtros, sempre foram obedecidos de forma responsável;

- As amostras coletadas no Acqua Play (chafariz) foram feitas durante o período em que a creche estava temporariamente fechada - por decisão própria - e o brinquedo estava desativado. O Acqua Play havia sido utilizado, inclusive, como depósito de brinquedos naquele momento para que os proprietários fizessem uma ampla higienização da creche, ocorrida após os relatos de casos de diarreia. A coleta de materiais naquele período (em que estava desativado e sendo utilizado como depósito de brinquedos para que uma ampla higienização fosse realizada) pode levar, portanto, a análises laboratoriais equivocadas;

- O espaço anexo ao fundo da creche era devidamente isolado e servia como depósito de material particular dos proprietários. Os alunos nunca tiveram acesso a esse espaço, que sempre passou também por rigoroso processo de limpeza;

- Câmeras de monitoramento sempre foram conectadas aos celulares dos pais dos alunos, que podiam fazer a supervisão em tempo real de todos os procedimentos que aconteciam na creche. A transparência dos nossos atos sempre foi uma prioridade;

- Aproveitamos para agradecer aos pais de alunos que, em respeito ao nosso trabalho e solidários ao momento difícil que estamos atravessando, utilizaram as redes sociais no fim de semana para prestar apoio e confiança;

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- Respeitamos o trabalho que vem sendo realizado pela Prefeitura de Vila Velha. Somos os principais interessados numa apuração rápida e isenta dos fatos, sem sensacionalismo. Já há muito sofrimento para todos os envolvidos.

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