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Radares suspensos no ES ficariam em trechos com mais acidentes

Radares suspensos no ES ficariam em trechos com mais acidentes

Área da BR 262 que receberia a maioria teve 340 acidentes em 2018

Publicado em 5 de abril de 2019 às 01:04

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Os equipamentos fariam a fiscalização em trechos com maior quantidade de acidentes ou de feridos. ( Vitor Jubini)

A maior parte dos radares cuja instalação foi suspensa, após determinação da Presidência da República no último dia 31, iria para rodovias onde o número de ocorrências é elevado. Os equipamentos fariam a fiscalização em trechos com maior quantidade de acidentes ou de feridos.

Para o Espírito Santo, que em 2018 registrou 2.641 acidentes nas rodovias federais, segundo dados do site da Polícia Rodoviária Federal (PRF), viriam 280 radares, de um total de 8.015 previstos para o país, englobando tanto novos quanto a renovação dos já existentes. O serviço seria contratado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

O MAPA COM OS RADARES

Os equipamentos iriam para as oito rodovias federais. Só a BR 262 receberia 129 equipamentos. Dentre as BRs que percorrem o Estado, ela fica em segundo lugar em número de acidentes, tendo registrado 570 no ano de 2018.

Nesta rodovia, cerca de 53% dos radares (69) seriam instalados entre o km 0 ao km 50. É justamente o trecho que detém o maior número de acidentes. Foram 340, em 2018, que deixaram 394 pessoas feridas. Os demais equipamentos seriam distribuídos ao longo do restante da via, considerada perigosa em decorrência do grande número de curvas e declives.

Já a BR 259, que registrou em 2018 um total de 125 acidentes, receberia 37 radares. A maior parte deles (25) seria instalada entre o km 51 ao km 100, onde ocorreram 59 acidentes, que deixaram 80 pessoas feridas e três mortos. Os outros 12 iriam para o trecho entre o km 0 ao km 50, que registrou 60 acidentes, com menos feridos (67) e mortos (2).

Para a BR 101 seriam destinados 19 equipamentos a serem distribuídos entre o km 0 ao km 10, na região de Pedro Canário, Norte do Estado. No trecho, foram registrados 66 acidentes. O restante da rodovia é contemplado com 26 radares instalados pela concessionária que a administra, a Eco101.

CONTRATAÇÃO

A contratação das empresas que fariam os serviços foi dividida pelo Dnit em 24 lotes, dos quais 18 já estavam com contratos assinados para reativar ou instalar os equipamentos, pelo valor de R$ 852 milhões. A renovação de toda a rede no país custaria R$ 1,029 bilhão, segundo levantamento do jornal O Globo. No Estado, o valor estimado do contrato é de R$ 23,8 milhões.

No edital do Dnit de 2016, lançado para a contratação das empresas que instalariam os radares, é informado que Programa Nacional de Controle de Velocidade (PNCV) visa “garantir o deslocamento de veículos e pedestres de maneira racional, isto é, com segurança, fluidez e comodidade, bem como garantir a continuidade das ações para redução do número de acidentes e mortes no trânsito”, destaca o texto.

Relata ainda que o Brasil está entre os signatários da Década de Ação pela Segurança no Trânsito, entre os anos de 2011 a 2020, que foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem como objetivo principal a redução de 50% dos acidentes de trânsito.

Em todo o país, segundo levantamento realizado pelo jornal O Globo, houve uma redução no sistema de fiscalização eletrônica. Dos 5,5 mil radares ativos, em julho de 2018, só 440 estavam funcionando até março deste ano ao longo dos 52 mil quilômetros de vias administradas pela União. Não há informações de quantos radares ainda estão ativos no Estado.

ANÁLISE

EQUIPAMENTO É NECESSÁRIO

O radar é um equipamento de fiscalização necessário para reduzir o número de acidentes, principalmente os com morte. Ele substitui de certa forma a presença da polícia, já que não tem como um agente de trânsito estar em todos os lugares. A instalação do aparelho exige uma série de estudos técnicos de engenharia de trânsito, que analisam diversos fatores, como número de acidentes e o tipo de rodovia. Radar não é gerador de multa, se todos respeitassem a sinalização não haveria arrecadação. O que existe é um desrespeito à sinalização, as pessoas não são condicionadas a respeitar o código de trânsito. O que deveria mudar é a formação do condutor e mais aulas de cidadania no trânsito deveriam ser aplicadas.

Paulo Lindoso Engenheiro especialista em trânsito

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