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Surto em creche: crianças podem frequentar locais públicos

Surto em creche: crianças podem frequentar locais públicos

Questionamento foi feito pelos pais das crianças, que ficaram em dúvida a respeito dos locais em que podem levar seus filhos após nota das autoridades de saúde indicar que meninos só voltem às aulas após o dia 28 de abril

Publicado em 9 de abril de 2019 às 19:44

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Faixa colocada por pais em muro de creche na Praia da Costa, em Vila Velha. (José Carlos Schaeffer)

Após uma nota das autoridades de Saúde recomendar que as crianças da creche Praia Baby, na Praia da Costa, em Vila Velha, só voltem às aulas após o dia 28 de abril, muitos dúvidas surgiram, inclusive nos pais dos alunos a respeito da presença dessas crianças em outro ambientes. O médico Lauro Ferreira Pinto explica, entretanto, que os meninos e meninas podem sim frequentar espaços públicos. O que acontece é que as creches são espaços onde a contaminação é ampliada pelo grande contato entre as crianças e, por isso, há o cuidado em aguardar o retorno às aulas, explicou o infectologista em entrevista à jornalista Fernanda Queiroz, na Rádio CBN Vitória

Na creche foi identificado um surto de gastroenterite no mês passado e, até o momento, 22 pessoas entre alunos, funcionários e parentes de pessoas da creche apresentaram sintomas. Um menino de 2 anos morreu no último dia 27.  

A orientação é de que, até 28 de abril, as crianças também não sejam matriculadas em outras instituições. O analista comercial Leonardo Có, que tem uma filha de 3 anos que estuda na Praia Baby, questionou nesta segunda-feira (8) a restrição feita a matrículas em outras creches e a falta de informação sobre a presença das crianças e familiares em outros ambientes. “Colocou agora essa impossibilidade de ir para creche até o dia 28. E ir para outro ambiente? Posso ir para o shopping? A nota não fala disso. Em nenhum lugar fala se eu posso ir para outro ambiente público. Ambiente com aglomeração de pessoas”, questiona.

Segundo o infectologista Lauro Ferreira Pinto, um dos especialistas consultados pela força-tarefa criada para conter o surto e evitar propagação, a princípio, não há restrições para que as crianças frequentem ambientes públicos, como shoppings e parquinhos, por exemplo. “Em princípio a criança não está proibida de nada. O que se pede de cautela é que a higiene pessoal delas, quando vai no banheiro, por exemplo, seja redobrada”, afirma.

BACTÉRIA

As investigações apontam, até o momento, que a bactéria responsável pelo surto é a E.coli enterohemorrágica, que provoca diarreias com sangue. Essa bactéria produz uma toxina chamada de Shiga, que pode ainda provocar complicações nos rins, no cérebro e no coração.

Lauro explica que as creches, por propiciar contatos muito próximos e prolongados entre crianças, favorece a disseminação de doenças. Por isso, o médico reforça que crianças doentes não devem ir para creches.

Aspas de citação

É claro que as crianças vão sair, a gente sabe que isso acontece, mas em uma ambiente de creche, pelo contato de criança com criança em um período integral, esse risco se amplifica um pouco e, por isso, as autoridades sanitárias decidiram expandir o período de quarentena

Aspas de citação

O médico afirma que a quantidade de bactérias necessárias para provocar doenças, no caso da E.coli enterohemorrágica é muito pequena. Dez ou vinte bactérias já podem desencadear o problema. “Em um contato social é muito difícil acontecer. Acontece quando tem crianças juntas diante de um período enorme de contato. Em princípio, as crianças que estão sem sintomas, o risco de transmitirem é muito pequeno”, ressalta.

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O especialista afirma que a Sociedade de Infectologia entende que os cuidados previstos na nota causam transtornos para os pais, já que muito trabalham e não têm com quem deixar as crianças, mas considera que foram medidas necessárias para tornar zero o risco de amplificação do surto. 

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