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Surto em creche de Vila Velha: três novos casos são investigados

Surto em creche de Vila Velha: três novos casos são investigados

Parentes de uma criança de dois anos que está internada apresentaram sintomas de infecção; são 20 vítimas até o momento; um menino morreu

Publicado em 2 de abril de 2019 às 21:24

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Creche interditada na Praia da Costa, em Vila Velha. (Eduardo Dias | CBN Vitória)

Três familiares de uma criança de dois anos, sendo pai, avô e avó, estão sendo investigados após apresentarem diarreia. Essa criança nunca esteve na creche na Praia da Costa, em Vila Velha, no entanto, é filho da professora do local que trocou a fralda de uma aluna que apresentou diarreia com sangue. Na creche houve um surto de infecção intestinal e uma criança teve morte cerebral declarada no dia 27 de março.  

Outras duas crianças, com relato de evacuação de 3 a 4 vezes por dia, alunas da creche, seguem em observação.

O filho da professora apresentou vômitos e diarreia no dia 27 de março e continua hospitalizada no Vila Velha Hospital. Além dele, três crianças estão hospitalizadas, sendo uma de três anos que está no quarto e outra na UTI neonatal (UTIN). Uma outra criança de dois anos foi novamente internada na segunda-feira (1).

FINAL DE SEMANA

Foi registrado durante o fim de semana o primeiro caso de transmissão de gastroenterite para alguém que não estuda nem trabalha na creche. Um menino de 2 anos, filho de uma professora que trabalha na Praia Baby, em Vila Velha, teve febre e diarreia intensa e precisou ser internado.

Além da professora e do filho dela, um bebê de sete meses apresentou sintomas de gastroenterite no fim de semana. Ele se recupera em casa. Paralelamente, a primeira criança a ter diarreia, no dia 15, e que já havia passado por um período de internação, teve que voltar ao hospital.

TIPO GRAVE DA BACTÉRIA

Exames do Laboratório de Saúde Pública do Estado (Lacen) encontraram um tipo grave da bactéria E.coli em duas crianças. Trata-se do tipo enterohemorrágica, que evolui com gravidade em cerca de 5% dos casos, segundo Alexandre Rodrigues, presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Espírito Santo (Sies). O sangue nas fezes e as complicações renais podem surgir até dez dias após o contato com o agente infeccioso.

Rodrigues disse que essa não é uma bactéria comum - está presente no intestino de animais - e foi detectada pela primeira vez em 1982, em um surto nos Estados Unidos, após frequentadores de uma rede de fast-food comerem hambúrgueres malpassados.

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Esse é um tipo que resiste à acidez do estômago, que geralmente mata outras bactérias, e consegue fazer uma colonização do organismo. Ela produz a toxina (shiga) e o paciente pode evoluir com gravidade

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Questionado sobre a razão para alguns desenvolverem o quadro mais agudo da doença e outros não, Rodrigues explica que essa condição está associada ao indivíduo (criança ou adulto; nível de imunidade), e também à quantidade de bactéria a que a pessoa foi exposta.

A infectologista Rubia Miossi acrescenta que uma pessoa que ingere grande quantidade de água ou de alimento contaminado, a bactéria consegue desorganizar todo o intestino e causar uma sepse grave.

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Mas não é a maioria. O que devemos ter em mente é o cuidado com a alimentação e a higiene. Lavar as mãos com água e sabão mata a bactéria. E é fundamental: quando uma criança estiver doente, não mande para a escola. Ela pode contaminar outras porque elas se abraçam, trocam brinquedos, levam objetos à boca

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Professor da Emescam, o infectologista Lauro Ferreira Pinto destaca que a diarreia é uma condição comum em crianças, e a maioria é causada por rotavírus ou bactérias benignas. “Criança com diarreia não mete pavor. A maioria é tratada com soro caseiro e hidratação. E, desde a adoção da vacina (no calendário do SUS a partir de 2006), a mortalidade está lá embaixo. O surto na creche é uma excepcionalidade.”

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