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Vizinhos se mudam com medo de prédio de sete andares desabar em Vitória

Vizinhos se mudam com medo de prédio de sete andares desabar em Vitória

O local, que já foi multado sete vezes e teve a obra embargada pela prefeitura, é lar de cerca de 20 pessoas, que vivem em pequenas quitinetes

Publicado em 18 de abril de 2019 às 01:10

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Prédio em Santa Lúcia: obra foi embargada pela prefeitura. (Carlos Alberto Silva)

Um prédio de sete andares erguido no bairro Santa Lúcia, Vitória, dá a impressão de desafiar a gravidade, um pouco inclinado para o lado. Além disso, está cheio de remendos entre os andares O local, que já foi multado sete vezes e teve a obra embargada pela prefeitura, é lar de cerca de 20 pessoas, que vivem em pequenas quitinetes. Apesar do embargo, o GAZETA ONLINE flagrou no local a presença de pedreiros e de material de construção no pavimento térreo.

Segundo moradores do entorno, as paredes externas foram construídas durante a noite. Eles contam ainda que alguns vizinhos chegaram a se mudar com medo da estrutura desabar. “Quando chove muito, nem os moradores do edifício ficam no local com medo da estrutura não aguentar e ruir”, disse um morador das redondezas.

Há informações que até os agentes de saúde da prefeitura têm medo de entrar no imóvel para as ações de combate à dengue, por exemplo.

A prefeitura diz que o dono do local foi intimado duas vezes desde 2007, ou seja, em 12 anos de construção.

Após sete multas, que totalizaram pouco mais de R$ 2 mil, a obra foi embargada. Agora, o proprietário do imóvel foi intimado a apresentar um laudo atestando a segurança da edificação. Isso significa que ele terá que levar À gestão municipal um documento assinado por um engenheiro que ateste que não há risco no local, nem para os moradores, nem para os vizinhos.

ISOPOR

Nilton Ayres Pimentel, 68 anos, se defende e diz que nunca recebeu notificação quanto a irregularidade ou embargo da obra. (Carlos Alberto Silva - GZ)

O proprietário do local, Nilton Ayres Pimentel, 68 anos, se defende e diz que nunca recebeu notificação quanto a irregularidade ou embargo da obra. “Construo nesse local há 30 anos. O último andar, o sétimo, acabei há seis anos. Agora estou fazendo a parte elétrica”, afirma.

Ele conta que já recebeu visitas de órgãos fiscalizadores. “O Crea, a prefeitura, todo mundo já veio aqui, olhou e não viu nada de errado”, diz Nilton.

Quanto à segurança do imóvel, o dono garante que foi aprovada por um engenheiro e que não há risco. “O prédio é todo de isopor e as colunas são de ferro. Isopor não tem peso. É igual eles fazem nos Estados Unidos”, explica. Ele diz ainda que tem a intenção de regularizar o local, tirar os alvarás necessários e ter uma escritura. “Quero deixar para os meus filhos”, diz.

Sobre as multas, o dono do prédio diz que elas estão sendo pagas, junto com os impostos, que são sobrados no local. “Estou pagando tudo, me acertando. São quase R$ 60 mil entre multas e impostos”, afirma.

A Prefeitura de Vitória informou nesta quarta-feira (17), por meio de nota, que enviará novamente fiscais para verificar se há irregularidades no local.

O município disse ainda que, “em paralelo, especialistas em edificações da Comissão Permanente de Vistoria irão ao local para verificar as condições de segurança e estabilidade da edificação citada.”

REGULARIZAÇÃO

Quem construiu algum imóvel ou ampliou a casa sem autorização da prefeitura pode regularizar a situação de forma simplificada.

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A construção não pode atrapalhar a área do aeroporto nem estar em vias públicas, ou áreas de preservação ou de risco. Para dar entrada no processo, o cidadão deve ir ao Protocolo do Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão Ítalo Batan Régis (Ciac). É importante levar o carnê de IPTU.

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