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119 motociclistas mortos só neste ano no Espírito Santo

119 motociclistas mortos só neste ano no Espírito Santo

Número de vítimas no trânsito é 21% maior que em 2018

Publicado em 25 de maio de 2019 às 01:41

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Um homem morreu ontem após perder o controle da moto que pilotava, uma Yamaha R3, na Avenida Beira-Mar, em Vitória. Segundo testemunhas, Rafael Braga dos Santos, de 39 anos, bateu em uma palmeira no canteiro central. O caso será investigado pela Delegacia de Delitos de Trânsito. (Ricardo Medeiros)

O número de motociclistas mortos em acidentes de trânsito no Estado aumentou 21% nos quatro primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo informações do Observatório de Segurança Pública, de janeiro a abril deste ano, 260 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito, sendo que 119 estavam de moto. No mesmo período do ano passado foram 215 mortes no total, e 94 das vítimas eram motociclistas.

“Isso é uma realidade no país e no mundo. Mas, no nosso Estado, temos percebido que, do total de acidentes com morte que aconteceram até abril deste ano, cerca 46% são com motociclistas. É um número muito elevado e que nos preocupa”, afirmou Édina de Almeida Poleto, diretora técnica do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES).

O trânsito fez mais uma vítima nesta sexta-feira (24), quando um motociclista, identificado como Rafael Braga dos Santos, de 39 anos, morreu após perder o controle da moto esportiva que pilotava, na avenida Beira-Mar, em Vitória. Condutores que seguiam logo atrás do motociclista informaram que ele estava ziguezagueando até bater em uma palmeira no canteiro central.

Dados do Observatório mostram o aumento do número de morte de motociclistas por três anos consecutivos no Estado: em 2016, foram 280 mortes; em 2017, 334; e 350 mortes no ano de 2018. A maioria dos motociclistas que perderam a vida são jovens de 15 a 24 anos, representando 22% do total de mortes.

A diretora técnica do Detran ressalta que grande parte dos acidentes que resultaram nas 119 mortes de motociclistas de janeiro a abril de 2019 aconteceram em 10 municípios: Serra, Cachoeiro de Itapemirim, Linhares, Vila Velha, Vitória, Cariacica, Ibatiba, Marataízes, São Mateus e Domingo Martins. “E esses municípios concentram 45% dos registros das mortes de motociclistas, ou seja, quase a totalidade”, disse Édina.

SEQUELAS

Além do aumento do número de mortes, a quantidade de vítimas com sequelas graves também preocupa. Só nos três primeiros meses deste ano, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizou 3 mil atendimento a motociclistas acidentados. Já é metade dos registros de 2018, quando foram mais de 6 mil atendimentos.

“Temos outra situação agravante que são pessoas com sequelas graves. Aumentam os acidentes e, consequentemente, também a ocupação dos leitos dos hospitais. A maioria dos leitos de UTI são ocupados na maior parte do tempo por acidentados”, destacou a diretora do Detran.

CAUSAS

O relatório do Observatório de Segurança Pública do Espírito Santo aponta que o aumento consecutivo da frota de motocicletas e motonetas, somado ao não cumprimento da legislação de trânsito, pode potencializar o problema. O número de motocicletas e motonetas no Estado saltou de 278.863, em 2008, para 537.446, em 2018.

A diretora Técnica do Detran destaca a preocupação em entender as informações locais para o desenvolvimento de ações para a prevenção de acidentes. Defende a discussão de melhorias na formação dos condutores, principalmente os profissionais de entrega de encomendas, e ressalta que grande parte dos acidentes são resultado de imprudências que poderiam ser evitadas.

“Você percebe que muitos acidentes acontecem na saída da localidade para a rodovia. Muitos motociclistas não têm habilidade e experiência em dirigir em locais com muitos veículos. Acabam colidindo com postes e placas, mas a maior parte dos acidentes é por imprudência. Infelizmente sabemos também que a causa maior é o excesso de velocidade, essa pressa infinita que muitas vezes motociclista tem”, disse Édina.

ANÁLISE

CONDUTOR VULNERÁVEL

Pelas características da motocicleta, o motociclista e seu passageiro estão mais suscetíveis a lesões e ao risco de morte. Na motocicleta, o corpo humano é o que absorve todo o impacto dos acidentes. Caso o condutor não utilize vestimentas adequadas, as lesões são graves, e quando o uso correto do capacete é negligenciado, em caso de acidente, é o primeiro item que sai voando. Os impactos com o solo ou outro veículo podem ser fatais.

Renato Campestrini Especialista em trânsito, mobilidade e segurança do Observatório Nacional de Segurança Viária

DADOS

mortes de motociclistas

2016

Foram 280 ocorrências.

2017

O ano teve 334 registros.

2018

Foram registradas 350 mortes.

2019: de janeiro a abril

Nos quatro primeiros meses de 2019, aconteceram 119 mortes.

Samu

Nos quatro primeiros meses de 2019, foram 3 mil atendimentos a motociclistas acidentados. Em todo ano de 2018, foram 6 mil.

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