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Advogados de Cobilândia denunciam governo do Estado e Prefeitura ao MP

Advogados de Cobilândia denunciam governo do Estado e Prefeitura ao MP

Eles acusam governo Estadual e administração municipal por omissão perante os constantes alagamento que ocorrem na região

Publicado em 31 de maio de 2019 às 21:14

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Advogados que fizeram denúncia dizem que situação piorou com as obras da Rodovia Leste-Oeste. (Vitor Jubini)

Um grupo de advogados moradores da Grande Cobilândia, em Vila Velha, apresentou uma denúncia ao Ministério Público do Espírito (MPES) contra o Governo do Estado e a Prefeitura da cidade. Na petição apresentada na tarde de sexta-feira (31), eles afirmam que o poder público estadual e municipal foram omissos em resolver os constantes alagamentos que atingem todos os anos a região.

“O grupo começou a ser formado diante dos acontecimentos dos alagamentos. Tivemos colegas que tiveram os escritório tomados pela água. Essa iniciativa é um pedido de socorro. As autoridades do estado e da prefeitura sempre anunciam coisas e sempre vem o alagamento e as pessoas perdem tudo que têm”, relatou o advogado Marcos Souza que também é morador de Cobilândia.

A denúncia foi apresentada ao promotor Marcelo Lemos do Centro de apoio Operacional em Defesa do Meio Ambiente do MPES. Na reunião, eles cobraram que as autoridades tomem medidas urgentes eficazes para a resolução do problema que se arrasta por décadas.

“Precisamos de medidas urgentes e com eficácia para nossa região. Esse problema se arrasta por muito tempo. Famílias e comerciantes sempre sofrem as consequências e as ações não saem do papel. Precisamos que o MPES apure essa omissão”, desabafa o advogado que solicita que moradores e comerciantes sejam indenizados pelos prejuízos causados pelos alagamentos.

Na petição os advogados narram os problemas relacionados ao meio ambiente, agravado com a construção da Rodovia Leste Oeste. Segundo eles, o sistema de drenagem da rodovia tem como destino o Rio Marinho, o que agravou os alagamentos na região. Na última enchente ruas que nunca alegram ficaram tomados pela água.

“Com a construção da Leste Oeste ao governo reconheceu a gravidade. Que contribuiu para prejudicar ainda mais nosso problemas. As águas de 2018 para cá têm sido demais. Lugares que não enchiam estão entendendo porque eles canalizaram os bueiros para dentro do Rio Marinho e não fizeram estudos de impacto ambiental para nossa região”, concluiu Marcos.

A aposentada Emília Depeccaci, de 71 anos, afirma que mora há 46 em uma dessas ruas que nunca alagaram, e que pela primeira vez perdeu diversos móveis que tiveram contato com a água barrenta que acredita ter vindo da Leste Oeste.

“Na minha casa nunca entrou água. Só que dessa vez entrou de mas. E a água vem enchendo e chega em uma velocidade que não se consegue fazer nada. Espero que os governantes pensem no povo, porque estou com a casa toda estragada”, lamenta Emília.

Desolada com as perdas, Emília se diz desesperançosa. Com o marido internado, não pensa mais em ajeitar a casa para recebê-lo em sua alta médica. “Não sei se vou consertar minha casa para daqui há dois meses a acabar novamente. É uma angústia na alma. Não estou falando só para mim, mas de todos daqui”, desabafou. 

OBRAS

Em reportagem de 21 de maio de A GAZETA sobre os alagamentos, autoridades afirmaram que, de fato, as obras da Rodovia Leste-Oeste influenciaram na dinâmica do escoamento da água da chuva.

Segundo a Prefeitura de Vila Velha, antes das intervenções, a água da chuva descia dos bairros mais altos, em Cariacica e Viana, pelo curso natural, em córregos. Mas, ao canalizar essas águas para galerias, a água passou a descer em volume muito maior e a chegar mais rápido e com mais força no canal do Rio Marinho.

As obras de macrodrenagem do canal do Rio Marinho faziam parte do projeto da rodovia, mas essa intervenção acabou não sendo feita. Segundo o governo do Estado, a macrodrenagem só deve ficar pronta no fim de 2020.

Na sexta-feria (31), o Departamento de Estradas de Rodagem (DER–ES) informou que, em entendimento com a prefeitura, já está atuando na limpeza dos córregos Campo Grande e Maria Preta, retirando mato e lixo, para facilitar o escoamento da água no caso de chuva.

PREFEITURA

Neste sábado (01) a Prefeitura de Vila Velha informou que mantém a limpeza dos canais que cortam a cidade, bem como nos bueiros e caixas-ralo, e que as obras de macrodrenagem serão realizados pelo Governo do Estado que tem o dinheiro para tais intervenções. Foi anunciado o início das obras para novembro.

A prefeitura informou também que, no passado, a região ficava alagada por até duas semanas, mas a comporta construída pelo município em Cobilândia evita que a água da maré piore ainda mais a situação e dá velocidade no escoamento, que mesmo nas alagamentos mais críticos a água baixa, em alguns pontos, em algumas horas e, naqueles mais afetados, em 2 ou 3 dias.

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Quanto ao que foi apresentado pelo grupo de advogados, a prefeitura precisa conhecer o teor do documento para dar respostas a contento. 

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