O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, reuniu a imprensa na tarde desta segunda-feira (6) na chefatura do órgão para repudiar a ação dos criminosos que incendiaram um carro da TV Vitória durante uma operação da PC na região do Bairro da Penha, em Vitória que é uma continuidade da operação que aconteceu em fevereiro na mesma região, com o intuito de identificar e prender criminosos que participam de facções.
Arruda disse que repudia veementemente o que aconteceu e que ele não tem dúvidas de que foi uma represália à operação da PC que, segundo ele, está dando resultados positivos com prisões e apreensões de armas e drogas.
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Arruda informou que esse comportamento criminoso vai contra a imprensa e contra a democracia, e que a PC está trabalhando por determinação dele para que esses criminosos sejam identificados e presos.
O delegado-geral garantiu que irá dar uma resposta o quanto antes para a sociedade e para a imprensa, e completou dizendo que qualquer criminoso que atentar contra os jornalistas estarão indo contra a polícia, que vai dar uma reposta rápida em relação a isso.
Em relação a operação, ele informou que as informações completas só serão passadas nesta terça-feira (7). A reportagem questionou se pode ter relação com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), e ele informou que isso está sendo investigado mas não pode ser confirmado no momento.
SINDIJORNALISTAS E FENAJ
Após o carro da TV Vitória ter sido incendiado por volta do meio-dia desta segunda-feira (6) durante a cobertura de uma operação da Polícia Civil, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Espírito Santo (Sindijornalistas-ES) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) manifestaram o total repúdio à violência sofrida pela equipe de reportagem. Em nota, os órgãos classificaram o episódio como um atentado à democracia e cobram que os autores sejam identificados e punidos.
O veículo estava estacionado na entrada do bairro Bonfim, em Vitória, próximo à Divisão Patrimonial da Polícia Civil, na Avenida Marechal Campos. No local, a imprensa cobria uma operação das forças de segurança que visa prender suspeitos de ataque a uma empresa que fornece marmitas a presídios da Grande Vitória e também a um ônibus, em Nova Almeida, na Serra. Os dois casos aconteceram em fevereiro deste ano e, em ambas situações, os criminosos deixaram bilhetes reclamando da situação dos presídios no Estado.
OPERAÇÃO MIRA SUSPEITOS DE ATAQUE A EMPRESA QUE FORNECE MARMITA A PRESÍDIOS
Seis pessoas já foram detidas e outras cinco são procuradas em uma operação coordenada pelo Departamento Especializado em Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil com apoio da Polícia Militar, que acontece na manhã desta segunda-feira (6) nas regiões de Itararé, Bairro da Penha e Consolação, em Vitória. O objetivo da operação, segundo fontes ouvidas pela reportagem do Gazeta Online, é a prisão de suspeitos que atacaram uma empresa que fornece alimentos para presídios, em Cariacica, no início do ano.
Moradores afirmam que helicópteros estão sobrevoando a região e também que ouviram barulho de tiros. Ao todo, são 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão por ataques em fevereiro deste ano a uma empresa que fornece alimentos para os presídios, em Cariacica, e a um coletivo, incendiado em Nova Almeida, em Serra.
Vídeo mostra ação policial
OS CASOS
Ataque em empresa de marmitas
Uma empresa de alimentação, que produz marmitas para presídios da Grande Vitória, foi alvo de criminosos no dia 17 de fevereiro, em Itacibá, Cariacica.
De acordo com a Polícia Militar, os bandidos chegaram a jogar gasolina e atear fogo no local. As chamas foram controladas pelos funcionários.
Os criminosos deixaram um bilhete reclamando que, caso a qualidade da comida não melhore, eles iriam retornar ao local.
"Se não melhorar alimentação dos presídios vai ter vítima fatal. Isso é só uma demonstração de tudo que está pra acontecer caso não melhore", dizia o bilhete.
Ônibus incendiado
Um ônibus foi incendiado na ES 010, em Nova Almeida, na Serra, ao voltar para a garagem no dia 20 de fevereiro. O Transcol da linha 806 foi parado por bandidos, que ordenaram que motorista e trocador saíssem do coletivo. Eles atearam fogo ao veículo, fizeram disparos com arma, e ainda deixaram um bilhete com ameaças e a assinatura da organização criminosa PCV, que é o Primeiro Comando de Vitória, facção que domina o tráfico de drogas no Complexo da Penha, na Capital.
"Essa é mais uma pequena demonstração da nossa revolta com o sistema prisional. Estamos cansados de ser tratado como animais. Caso esse esculacho, essa opressão não acabar nos presídios capixabas, as coisas podem piorar. Se tiver desacreditando só pagar pra ver".
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