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Com mais de 100 anos, 'Maria Fumaça' é restaurada em Viana

Com mais de 100 anos, "Maria Fumaça" é restaurada em Viana

Além da 'Maria Fumaça', a Estação Ferroviária do município, um dos principais pontos turísticos da cidade, também será revitalizada.

Publicado em 22 de maio de 2019 às 23:48

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Mesmo com mais de 100 anos e muito desgastada, a 'Maria Fumaça' ainda funciona. (Divulgação | Viana)

Uma locomotiva a vapor de mais de 100 anos será restaurada para ficar exposta em Viana. Conhecida como 'Maria Fumaça', o equipamento será revitalizado junto com a Estação Ferroviária do município, um dos principais pontos turísticos de Viana. O prazo para conclusão é de 120 dias. A partir disso, a prefeitura estuda implantar um percurso para circulação do trem dentro da cidade, o que ainda depende de parcerias.

A iniciativa quer resgatar a história e fomentar o turismo da região. O veículo centenário tem muita história: fabricada em 1917 nos Estados Unidos, a “Maria Fumaça” foi comprada por franceses e utilizada na Segunda Guerra Mundial. Anos depois, donos de usinas do Rio de Janeiro compraram a locomotiva para utilização no ramo de transporte da cana-de-açúcar, onde operou até a década de 1980.

Fabricada em 1917 nos Estados Unidos, a "Maria Fumaça" foi comprada por franceses e utilizada na Segunda Guerra Mundial. (José Carlos Schaeffer)

Depois da “aposentadoria” foi comprada por um colecionador, que manteve a originalidade e o funcionamento da máquina. Em 2006, finalmente foi adquirida pela prefeitura de Viana, com o objetivo de destacar a importância histórica do modal na cidade. No entanto, o veículo estava abandonado e já em delicado estado de conservação. A partir daí, apareceu a iniciativa de recuperar a locomotiva, como explica o secretário de Cultura do município, Ledir Porto.

“É um equipamento muito importante para a história, pelo o que as locomotivas a vapor representaram para todo o mundo. Aqui em Viana, no passado, como em todo o Brasil, era tudo tocado pelas locomotivas. Nós então, temos a oportunidade e o privilégio de restaurar para criar um percurso turístico localizado na cidade”, explicou.

MARIA FUMAÇA RESISTE

Mesmo com mais de 100 anos e muito desgastada, a Maria Fumaça ainda funciona. No entanto, ainda depende de alguns cuidados para ficar em perfeito estado. Manutenções básicas já são realizadas pela prefeitura antes da abertura para visitação.

“Ligamos ela ontem [terça] e hoje [quarta]. Vamos fazer outros ajustes na parte mecânica, tirar a parte de ferrugem, fazer a parte do madeiramento da carroceria, do vagão. Ela vai ficar linda, bem cuidada e organizada”.

Já a Estação Ferroviária de Viana, inaugurada em 1895, e utilizada por mais de um século como ponto de passagem para os trens que cruzavam o Estado, será revitalizada. Segundo o secretário, o local vai contar com equipes para receber turistas além de uma nova estrutura gastronômica.

“Vai ter atendimento ao turista por uma equipe permanente que ficará aqui para contar a história. Vamos escrever e colocar essa história na nossa estação. Isso faz parte do desenvolvimento do município de Viana. Será um ponto atrativo, gourmet. Vai ter café, restaurante e apresentações culturais nos fins de semana para que as pessoas tenham prazer de vir ver a Maria Fumaça com uma boa comida”.

Hosana Erlacher, moradora de Viana há 30 anos, trabalhou na estação e disse que a Maria Fumaça é um patrimônio da cidade. (José Carlos Schaeffer)

A auxiliar de serviços gerais, Hosana Erlacher, 51, moradora de Viana há 30 anos, fala com carinho da locomotiva. Ela, que trabalhou na estação e mora próximo ao local, diz que a Maria Fumaça é um patrimônio da cidade.

“Tiraram e agora voltaram para cá. Fico muito feliz de poder ver. Vi ela chegar aqui, vi saindo e agora vejo de novo. Já trabalhei na estação e no trem das montanhas. O lugar dela era aqui. É patrimônio da gente”.

O prazo para restauro da locomotiva e revitalização da estação é de 120 dias. Além disso, a administração pretende criar um percurso para que, além da estação, a Maria Fumaça faça um trajeto turístico pela cidade.

“O que ainda não temos garantido é que vamos ter o percurso de três ou quatro quilômetros aqui dentro da cidade, pois temos que buscar a VLI [empresa que utiliza ferrovia] para debater. Mas, vamos buscar esse convênio, buscar parcerias com o Ministério do Turismo, com a Secretaria Estadual do Turismo”, finalizou.

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A administração lembra que o circuito local é apenas turístico não terá nenhuma ligação com o transporte público de passageiros ou com os municípios vizinhos. 

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