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Corte de verba no Ifes de Itapina, em Colatina, causa preocupação

Corte de verba no Ifes de Itapina, em Colatina, causa preocupação

Pesquisas realizadas por estudantes da instituição podem ser interrompidas e causar danos irreversíveis para o ensino e toda a comunidade

Publicado em 15 de maio de 2019 às 00:56

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Mais de 1200 estudantes do Ifes de Itapina, em Colatina, podem ser prejudicados com o corte de verbas anunciado pelo Ministério da Educação. (TV Gazeta)

Após o Ministério da Educação anunciar a redução da verba enviada para o ensino federal do Ifes de Itapina, em Colatina, a instituição decidiu cortar os gastos com a criação de animais. O campus gasta R$ 1 milhão por ano só com alimentação animal, por isso os cortes começaram por lá. Essa decisão prejudicará as pesquisas feitas pelos estudantes, que repassam o conhecimento para produtores rurais. Com os cortes, todos saem perdendo, inclusive a comunidade.

A maior preocupação é com a produção de leite e a diminuição da quantidade animais, pois isso afeta diretamente as pesquisas na área de melhoramento genético. É um trabalho desenvolvido ao longo de mais de 20 anos. Segundo Wilson Pancieri, coordenador geral do campus, todo o trabalho levaria no mínimo 10 anos para ser recuperado. 

Os cortes vão além da pecuária. A criação de peixes, por exemplo, será afetada por falta de ração para os animais. Além disso, a obra de um galpão de aves que estava quase concluída teve que ser interrompida por falta de verba. Das 900 galinhas que eles tinham, restaram apenas 160, que também serão abatidas em breve.

A redução da verba é de 38% e representa quase R$ 2 milhões a menos para pagar as contas básicas que são investidas em pesquisas. O diretor administrativo e financeiro do Ifes, Bruno Barbieri, afirma que eles terão que reduzir mais gastos para se adequar ao novo orçamento. "A gente não reduz gastos aqui, a gente trabalha a educação como investimento, então a gente vai começar a reduzir em cima da qualidade de ensino".

O laboratório de análise de solos do Ifes de Itapina está entre os cinco melhores do país, mas já faltam produtos para as pesquisas. E o recurso em caixa deve durar por pouco tempo. Segundo Bruno, eles conseguem se manter até julho, trabalhando da melhor forma possível.

Esse cenário preocupa não apenas professores e gestores, mas também estudantes, que têm a expectativa de se formar e partir para o mercado de trabalho ou continuar os estudos, como um mestrado. São 1200 alunos do noroeste do estado, leste de Minas Gerais e sul da Bahia que estudam no Ifes de Itapina.

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Segundo o MEC, os recursos podem ser desbloqueados caso o cenário econômico melhore e se a reforma da previdência seja aprovada. Porém, isso exige tempo, e as pesquisas não podem esperar. "Nós não temos esse tempo para esperar, a agricultura tem um ciclo para rodar, os animais precisam se alimentar", conclui Bruno Barbieri.

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