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Entenda por que a Leste-Oeste piora alagamentos em Cariacica e Vila Velha

Entenda por que a Leste-Oeste piora alagamentos em Cariacica e Vila Velha

Moradores de bairros do entorno da estrada fizeram protestos

Publicado em 21 de maio de 2019 às 02:15

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Moradores de Cobilândia fecharam o trânsito da Avenida Carlos Lindenberg. (Fernando Madeira | GZ)

Moradores do entorno da Rodovia Leste-Oeste, que liga Vila Velha a Cariacica, reclamaram que os alagamentos pioraram após as obras no local. Segundo eles, locais que antes não sofriam com as chuvas, dessa vez, ficaram cheios de água. É o caso de parte dos bairros da região de Cobilândia, em Vila Velha, e Vila Isabel, Cariacica.

Autoridades afirmam que, de fato, as obras da rodovia Leste-Oeste influenciaram na dinâmica do escoamento da água da chuva. Segundo a prefeitura de Vila Velha, antes das intervenções, a água da chuva descia dos bairros mais altos, em Cariacica e Viana, pelo curso natural, em córregos. “Ao canalizar essas águas para galerias, a água passou a descer em volume muito maior e a chegar mais rápido e com mais força no canal do Rio Marinho”, explica o secretário de obras de Vila velha, Luiz Otávio de Carvalho.

Ainda de acordo com o secretário, as obras de macrodrenagem do canal do Rio Marinho faziam parte do projeto da rodovia, mas essa intervenção acabou não sendo feita. “Às vezes, não tem recurso para fazer a obra como um todo. Fizeram parte do projeto. A outra parte, agora, será feita pelo Estado”, diz. Segundo o Governo do Estado, a macrodrenagem só deve ficar pronta no fim de 2020.

PROTESTOS

No trecho de Cariacica, moradores também sofreram com alagamentos inéditos. “Nunca aconteceu isso. Eu sei que choveu mais do que o esperado, mas isso aqui está em estado de calamidade pública”, afirmou Wesley Roma, morador de Vila Isabel. Ele se juntou aos vizinhos para protestar na manhã de ontem. Os moradores colocaram fogo nos móveis danificados na inundação, no meio da rodovia Leste-Oeste, e fecharam o trânsito.

A insatisfação com os alagamentos também fez com que dezenas de moradores da região da Grande Cobilândia realizassem protestos. O grupo se reuniu duas vezes, pela manhã e no final da tarde, e bloqueou a Avenida Carlos Lindenberg por diversas vezes. Os moradores reclamam que muitas ruas e casas de bairros como Jardim Marilândia e Alvorada ainda estavam tomadas pela água três dias depois da chuva.

Também ocorreram protestos em Aribiri com interdição da Avenida Jerônimo Monteiro.

O comerciante Thiago Henker declara que, se for preciso, outras manifestações irão acontecer. “São compromissos marcados com a comunidade que não estão sendo cumpridos: obras de emergências tratadas em novembro do ano passado, quando ocorreram os outros alagamentos. Lutamos pela macrodrenagem. Queremos visibilidade e, se precisar, interditaremos de novo”, disse.

EMERGÊNCIA

Por conta do prejuízo causado pela chuva, a prefeitura decretou situação de emergência ontem. A medida permite, por exemplo, que os moradores afetados possam solicitar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A orientação da prefeitura é para que os prejudicados façam um cadastro na Ouvidoria do município.

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A Defesa Civil de Vila Velha informou que, por conta do decreto, fará compra de 300 kits dormitório (colchão, travesseiro e roupa de cama) e 300 kits de higiene pessoal para serem distribuídos às famílias que necessitarem.

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