Os pacientes que estavam com consultas marcadas nos hospitais estaduais Dório Silva, na Serra, e no Hospital Infantil, em Vitória, ficaram sem atendimento ontem. Os que saíram do interior do Estado muitos após viajarem de madrugada relataram que foram pegos de surpresa pelo ponto facultativo dos servidores, que foi decretado pelo governo por causa da comemoração dos 484 anos de Colonização do Solo Espírito-Santense.
A técnica de enfermagem Marluce Caetano foi uma das mães que saiu de casa durante a madrugada para que a filha Emanuele, de 10 anos, passasse por consulta agendada no Hospital Infantil. Elas saíram de Ecoporanga, na região Norte do Espírito Santo.
Chegamos aqui e está fechado, não tem ninguém para dar orientação para a gente. Não mandaram nenhuma informação para a nossa secretaria municipal de Saúde para informarem para a gente. Fica difícil, né? Porque perdemos um dia de trabalho e a criança perde um dia de escola, lamentou.
A dona de casa Ana Paula Brandão saiu de Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana, com o filho Anthony. Ela disse que a consulta do menino foi desmarcada, mas que o hospital não avisou antes do cancelamento do atendimento.
Estou esperando aqui desde 5h o ambulatório que ia abrir às 7h, para chegar agora e eles dizerem que é ponto facultativo do governo e que não vai abrir. Meu filho depende de remédio por encaminhamento do governo, eu vou embora e remarco a consulta para ele ser atendido só daqui a três meses, contou a mãe.
DÓRIO SILVA
Já no Hospital Dório Silva, na Serra, muitos pacientes adultos que saíram do interior do Espírito Santo também ficaram sem atendimento e sem informação. A recepção estava vazia.
A servente Gilda Nascimento contou que saiu de São Mateus, no Norte do Espírito Santo. Ela tem uma hérnia de disco e conseguiu a consulta com especialista depois de ficar um ano esperando atendimento.
Mandaram remarcar. Amanhã eu vou levar a folha no posto de saúde para ver se remarca, lamentou.
OPINIÃO DA GAZETA
FALTA DE RESPEITO
É por situações como essa, vivida por pacientes que se deslocam do interior para a Grande Vitória, que a decretação de pontos facultativos é tão questionada. A decisão se tornou pública há apenas dois dias e acabou prejudicando quem já esperava por uma consultas por até um ano. Os hospitais deveriam estar enquadrados nos serviços que não admitem esse tipo de paralisação.
O OUTRO LADO
REMARCAÇÕES DE CONSULTAS
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) disse que fez contato com as secretarias regionais dos municípios, que deveriam repassar a informação sobre os cancelamentos aos pacientes. A Sesa disse ainda que os serviços de urgência e internação estiveram em funcionamento normal. As consultas desmarcadas serão reagendadas.
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