> >
Mães sociais transformam abrigos para crianças com amor e dedicação

Mães sociais transformam abrigos para crianças com amor e dedicação

Neste domingo (12), quando será comemorado o Dia das Mães, essas mulheres terão ainda mais motivos para serem homenageadas

Publicado em 10 de maio de 2019 às 14:14

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
A educadora Ijanete Cristina da Silva é mãe social em uma casa lar para jovens de 12 a 18 anos. (Vitor Jubini)

Ser mãe exige dedicação, carinho e muito compromisso. Imagine, então, o tamanho da responsabilidade de ser uma “supermãe” e cuidar de várias crianças ou adolescentes. Essa é a realidade de diversas mulheres na Grande Vitória, que cuidam dos seus filhos biológicos e também dedicam muito amor para os seus “filhos sociais” - crianças e adolescentes que vivem em abrigos e casas de acolhimento.

Mães sociais transformam abrigos para crianças com amor e dedicação

Na maioria dos casos, essas crianças e adolescentes chegaram nessas casas pois foram vítimas de violência familiar ou abandono. Mas o que pode representar um ambiente frio e opressor acaba se tornando um local de amor e atenção justamente por causa das mães sociais. Neste domingo (12), quando será comemorado o Dia das Mães, essas mulheres terão ainda mais motivos para serem homenageadas.

ACOLHIMENTO PARA BEBÊS EM VITÓRIA

Uma dessas mulheres é Mirian Rodrigues Rangel, coordenadora de uma casa de acolhimento em Vitória. Ela é mãe biológica de um menino de 14 anos, e há 4 anos é a responsável pela proteção social de abandonados ou vítimas de violência familiar. O espaço recebe desde recém-nascidos a crianças de três anos. Atualmente a casa está com 10 crianças, com a mais nova tendo apenas três meses de vida. 

Mirian Rodrigues Rangel, Márcia Oliveira Barcelos e Maria Aparecida Ferreira trabalham em uma casa de acolhimento em Vitória. (Vitor Jubini)

Mirian explica que o principal objetivo do trabalho é cuidar da criança até que a família tenha condição de recebê-la novamente. A adoção só é autorizada pela Justiça quando a reaproximação o com a família é malsucedida.

"A gente trabalha no sentido de que essa criança vai passar por pouco tempo na nossa vida, mas que a gente vai fazer parte da história dessa criança. A gente vai colaborar para que essa criança se desenvolva, fique bem e que ela saia com um pouquinho da gente daqui", disse Mirian.

Também encontramos a educadora Maria Aparecida Ferreira tem dois filhos e há 8 meses trabalha cuidado de bebês na mesma casa de acolhimento de Vitória. "É gratificante você poder dar um pouco daquele carinho que você tem pelos seus filhos para outras crianças. Quando a gente chega aqui elas (as crianças) abrem aquele sorriso e você fica maravilhado", disse a educadora social.   

MUITO CARINHO E ALGUNS 'PUXÕES DE ORELHA' 

Já no município de Serra, no bairro Cidade Continental, a educadora Ijanete Cristina da Silva é mãe social em uma casa lar para jovens de 12 a 18 anos. Ela é mãe biológica de duas meninas e trabalha na associação há 7 anos. Ijanete firma que já dividiu o seu dia a dia com aproximadamente 20 adolescentes. Uma experiência que ela garante emocionante.

"Quando você vem para cá, que você vivencia a história dos acolhidos, você acaba se transformando em uma outra pessoa, porque ele são meus filhos, mas não gerados por mim. A gente se envolve com as histórias", explicou Ijanete.

A educadora Ijanete Cristina da Silva é mãe social em uma casa lar para jovens de 12 a 18 anos. (Vitor Jubini)

Além de todo amor e carinho, Ijanete revela que também existe o espaço para a cobrança e os conselhos. Afinal, uma mãe também precisa cobrar um bom comportamento dos filhos.

"A gente também chama atenção e dá aquele puxãozinho de orelha. Eles também ficam de disciplina se faz alguma coisa de errado. A gente deixa sem televisão, a gente pode deixar um dia sem um passeio. É a mesma coisa que estar em casa. É dar amor, mas também dar aquele puxãozinho de orelha", diz a educadora social.

CASA PARA MENINA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

Também na cidade de Serra, no bairro Planície da Serra, a educadora social Ielva de Almeida Costa trabalha em uma casa de acolhimento provisório para meninas vítimas de violência. Ela tem um filho de 14 anos e atualmente convive com oito adolescentes acolhidas. Ielva fica emocionada ao receber homenagens no dia das mães e diz que o trabalho feito há cinco anos é gratificante.

"É muito bom, eu amo tudo isso, é emocionante não tem dinheiro que paga isso. Eu amo o trabalho que eu faço, eu amo o que elas fazem pela gente. É muito bom, sim", disse Ielva.

Este vídeo pode te interessar

As meninas acolhidas no abrigo de Planície da Serra são encaminhadas ao espaço pelo Conselho Tutelar da Serra ou por decisão da 1ª Vara de Infância e Juventude da cidade. As crianças só podem deixar os centros de acolhimento e ir para outras casas com liberação judicial.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais