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Moradores de Cobilândia fazem protesto durante desfile em Vila Velha

Moradores de Cobilândia fazem protesto durante desfile em Vila Velha

A manifestação é feita na Praça Duque de Caxias, onde acontecem os discursos

Publicado em 23 de maio de 2019 às 11:19

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Moradores da Grande Cobilândia, em Vila Velha, fazem um protesto na manhã desta quinta-feira (23) durante a apresentação dos desfiles da colonização do Solo Espírito-Santense. A manifestação é feita na Praça Duque de Caxias e é para pedir ações contra os estragos que a chuva vem causando à região.

Os manifestantes vaiaram o prefeito Max Filho durante o discurso de início dos desfiles. Eles estão com com faixas e ficam na calçada. “Precisamos de atitude dos governantes e não bla bla bla. 40 cm de água dentro de casa, estamos cansados”, diz um dos cartazes.

Outra faixa diz “O povo unido, jamais será vencido! Cobilândia alagou, Lindenberg fechou”. Alguns moradores também estão sacos plásticos. De acordo com eles, a população é tratada como lixo pelos governantes.

O empresário e morador de Alvorada, que também sofre com os alagamentos, Fabrício Tracvel, diz que a ideia é chamar a atenção do Governo do Estado. “A importância é mostrar para o Governo do Estado a real situação de Vila Velha, especialmente a região de Cobilândia. Viemos reivindicar mais uma vez as obras, que são importantes para a região. As pessoas perderam de 60 a 70% dos seus bens. Estamos reivindicando que o Governo do Estado olhe e analise profundamente a necessidade de liberar essa obra para Vila Velha”, declarou.

DISCURSO DO PREFEITO 

Durante o discurso, o prefeito de Vila Velha afirmou que o município recebeu cerca de R$ 29 milhões do Governo do Estado para a realização de obras de drenagem e pavimentação de ruas em bairros da região 5 de Vila Velha, na Grande Terra Vermelha. Nesse primeiro momento, as obras serão em alguns ruas desses bairros. Previsão para início das obras no segundo semestre deste ano.

O projeto total será realizado em um segundo momento, com recursos de um empréstimo que a prefeitura fará com uma instituição financeira internacional. Esse empréstimo será de 27 milhões de dólares. No bairro Barramares, por exemplo, existe a previsão para pavimentação de 50 km de vias dentro do bairro.

ESTRAGOS

Quatro dias após as fortes chuvas que atingiram a Grande Vitória, ainda há dezenas de famílias fora de suas casas e diversas ruas alagadas. Os transtornos causados pelos alagamentos continuam e, agora, começam a ser contabilizados as perdas. Os problemas se concentram em Vila Velha, principalmente na região da Grande Cobilândia, e na Serra, no bairro Hélio Ferraz.

O cenário pós-enchente é de eletrodomésticos e móveis – armários, colchões e até sofás – nas calçadas esperando para serem recolhidos. Os itens estavam em casas que foram inundadas.

Em Jardim Marilândia, Vila Velha, apesar de as casas não estarem mais cheias de água, os moradores ainda têm que enfrentar o alagamento para passar pelas ruas. Mesmo a bomba instalada pela Prefeitura de Vila Velha não está dando conta de escoar a água das ruas.

Na fábrica de uniformes da Fernanda Stancioli, os prejuízos só começaram a ser contabilizados ontem, quando ela conseguiu finalmente entrar no local. Pelo o que se viu até agora, a empresária conta com o prejuízo chega a R$ 150 mil. Mas esse valor pode aumentar.

“A nossa máquina de bordar custa R$ 300 mil e o motor dela molhou com a chuva. Mas ainda não sabemos se ela quebrou porque o técnico, que vai avaliá-la, não consegue chegar aqui já que a rua ainda está alagada”, afirma Fernanda.

A empresária ainda lembra que esta não é a primeira vez que passa por esse tipo de situação, mas garante que, no último sábado, a inundação aconteceu muito mais rápido do que nas outras vezes.

“Em vezes anteriores, deu tempo de tirarmos o material do chão. Neste ano, não foi assim. A água subiu muito rápido e não deu tempo de salvar nada”, lamenta.

Na casa da catadora de material reciclável, Valdileia da Penha Muniz, 50 anos, o prejuízo em cifras pode parecer pouco, mas representa muito para ela. Tudo o que ela tinha dentro do barraco de madeira foi inundado. Entre os bens, os dois colchões.

“Eu não tenho mais onde dormir. Tinha dois colchões em casa que foram encharcados pela água da enchente”, lamenta.

OUTRAS CIDADES

Em Vitória, quatro pessoas estão desalojadas. Na Capital, há 25 áreas de risco que estão em estado de alerta por conta do encharcamento do solo, causado pelas chuvas do último sábado. O alerta só é retirado pela Defesa Civil após quatro dias sem chuvas e/ou com solo seco nessas localidades.

As áreas ficam nos bairros Jaburu, Jucutuquara, Morro do Macaco, Santos Dumont, Rio Branco, Fradinhos, Cruzamento, Morro Grande, Romão, Forte São João, Fonte Grande, Piedade, Moscoso, Quadro, Alto Caratoíra, Alagoano, Bela Vista, Jesus de Nazareth, Inhanguetá, São José, Santa Helena, Conquista, Comdusa, Morro da Capixaba, Redenção e Santa Martha.

Já em Cariacica, três famílias estão desalojadas. Segundo a prefeitura, não há mais áreas alagadas no município. Na cidade, quatro bairros com áreas de riscos receberão melhorias: Oriente, Itanguá, Bandeirantes e Flexal.

BALANÇO

MUNICÍPIOS

Vila Velha: 43 desabrigados. Na última segunda-feira, eram 46

Vitória: Quatro pessoas estão desalojadas desde o final de semana

Cariacica: Três famílias desalojadas desde o final de semana

Serra: 60 famílias do bairro Hélio Ferraz estão desalojadas desde o último sábado

DIFERENÇAS

Desalojados

São as famílias que tiveram que deixar suas residências, mas foram para casas de parentes ou vizinhos.

Desabrigados

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São aqueles que não têm para onde ir e precisam ser alocados em abrigos fornecidos pelo Estado.

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