Em resposta ao congelamento de verbas para as universidades e institutos federais, diversas atividades e protestos acontecem nesta quarta-feira (15) pelo país. Na Universidade federal do Espírito Santo (Ufes), uma mostra expôs os trabalhos e projetos de pesquisa que são desenvolvidos na instituição. O evento, batizado de Mostra Balbúrdia Universitária, em referência à fala do ministro da Educação, que chamou de "balbúrdia" manifestações que acontecem nas universidades, contou com mais de 60 trabalhos de várias áreas.
Foram cortados 33% da verba de custeio das Ufes, ou seja, destinadas a despesas como água, luz, segurança e limpeza. Também serão fechadas 150 bolsas de pesquisa da instituição.
Na mostra na Ufes, que aconteceu entre 13h e 16h, professores e alunos se organizaram em um corredor próximo ao Centro de Ciências Humanas e Naturais com materiais que apresentavam suas pesquisas.
Entre os projetos expostos, estava o Histórias e Sons, representado pela professora Elis Beatriz de Lima Falcão e produzido em parceria com pesquisadores do Departamento de Música e que é desenvolvido no Centro de Educação Infantil Criarte, que funciona na Ufes.
A ideia é apresentar as letras aos alunos da educação infantil a partir de onomatopeias (figura de linguagem em que sons naturais são reproduzidos com os recursos da linguagem escrita) e também músicas.
As próprias crianças sugeriram os sons e participaram da criação de placas com as letras que os representam. Depois, inventaram histórias utilizando as onomatopeias. O resultado está no livro animado "Histórias e Sons" que é acompanhado de um CD, que contém os sons das onomatopeias. A gravação foi feita em um estúdio de música da Ufes.
"Com o projeto as crianças conhecem de maneira diferente e lúdica símbolos empregados em nossa escrita e o que as letras do alfabeto representam", explicou.
A iniciativa foi premiada no Prêmio Professores do Brasil, no ano passado. Como parte da premiação, Elis vai para o Canadá conhecer os trabalhos desenvolvidos por lá e compartilhar as experiências de seu projeto.
Já a professora Aline Trigueiro, do Grupo de Estudos e Pesquisa em Populações Pesqueiras e Desenvolvimento no Espírito Santo, também participou da mostra na Ufes nesta quarta para apresentar o projeto que desenvolveu com alunos de mestrado e doutorado sobre os pescadores e a pesca no Estado.
Percorremos o litoral capixaba para mostrar a realidade de pescadores e comunidade pesqueira. Mostrar como esse trabalho impacta a vida das pessoas, a cultura e economia local, descreve. A pesquisa em campo começou em 2011 e parou em 2015, último ano em que foram repassadas verbas para o projeto. Pelo menos dois livros foram produzidos a partir dos estudos.
Além da mostra, alunos e professores da Ufes fazem um protesto em Vitória contra o corte de verbas.
MAIS INICIATIVAS
O Gazeta Online levantou alguns dos principais projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos na Ufes e também no Instituto federal do Espírito Santo (Ifes). Muitas dessas atividades enchem os olhos do mercado e são apostas reais de inovação em linhas de produção, como é o caso do asfalto de material reciclado, óleo que vira biodiesel e sabão, e carros que andam sozinhos.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta