O Dia das Mães de uma faxineira de 23 anos era para ter sido comemorado durante todo o dia. A programação já estava até preparada e um churrasco seria realizado, mas acabou sendo interrompida após ser torturada pelo companheiro, de 34 anos, na frente do filho de 3 anos. O caso aconteceu neste domingo (12), por volta das 7h30, em Cariacica.
Essa é mais uma das inúmeras agressões que deixam marcas por todo o corpo da vítima. Desta vez, o agressor usou caco de vidro para ferir todo o seu corpo, inclusive as partes íntimas. O material também foi usado para cortar o cabelo dela, que carregava por todo o tempo enquanto prestava denúncia contra ele no Plantão Especializado da Mulher (PEM).
Ela relatou que as agressões sempre foram motivadas por ciúme e estava tentando se separar dele, com quem mora há um ano e quatro meses. Ela disse que todas as vezes que pedia para sair de casa era ameaçada de morte. Ele chegou dizendo que iria me matar, se eu não ficasse com ele não seria de mais ninguém, disse.
Após a agressão, segundo ela, ele começou a sacudi-la para saber se estava bem, mas após não notar nenhuma reação da vítima, saiu de casa. Ele me chamava de amor e me balançava, mas eu tentava não demonstrar nenhuma reação e pedia a Deus para ter misericórdia. Ele saiu de casa achando que eu estava morta, foi aí que consegui ir para a casa da minha mãe com meu filho.
Horas depois da agressão ele tentou retornar à residência, mas fugiu do local antes da Polícia Militar conseguir pegá-lo.
Ela contou que já perdeu as contas de quantas vezes foi agredida. Decidiu procurar a polícia pela primeira vez após notar seu corpo todo deformado e perceber que os pedidos que ela fazia para que ele saísse de casa não estavam resolvendo.
RELACIONAMENTO
O relacionamento da faxineira com o auxiliar de obras começou há um ano e quatro meses. Mas nem sempre foi assim, tanto que com três meses que estavam juntos fez uma tatuagem com o nome dele na costela. Ele era um amor, um doce, disse.
Ela contou que ele foi se mostrando uma pessoa possessiva e as agressões foram acontecendo aos poucos, sempre motivadas por ciúme. No início eram tapas, depois partiu para socos, chutes, facadas e, agora, cacos de vidro. Tudo que era possível ele arremessava nela, ventilador, televisão e até um bloco de concreto que deixou uma grande cicatriz em sua boca e até um dente foi quebrado.
Há três meses ele atingiu o indicador e o tendão da mão dela e com isso o movimento dos dedos da mão direita foram comprometidos, impossibilitando que ela segure qualquer objeto.
Ela contou que ele ficava ainda mais agressivo com o uso de cocaína. O uso era recorrente, outro dia eu tinha separado o dinheiro para a passagem, ele pegou e comprou a droga, eu precisei pular roleta do ônibus, destacou.
A Polícia Civil informou, por meio de nota, que foi feito pedido de medida protetiva da vítima. Até o momento ninguém foi detido. O caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Cariacica. Outras informações não serão repassadas, neste momento, para não atrapalhar as investigações.
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