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Patinete, bike, patins...e confusão no calçadão de Camburi

Patinete, bike, patins...e confusão no calçadão de Camburi

Equipamentos disputam espaço com quem caminha em Camburi

Publicado em 10 de maio de 2019 às 01:24

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No calçadão, pessoas a pé, um homem de patinete, uma mulher de patins e um ciclista. (Vitor Jubini)

O uso de bicicletas, patins, skates e patinetes está causando uma verdadeira confusão no calçadão da Praia de Camburi, na Capital. Os usuários disputam espaço com quem está caminhando ou correndo, muitas vezes causando acidentes.

De todos, só bicicletas e patinetes elétricos têm regulamentação específica de utilização, mas elas estão sendo desrespeitadas a todo momento. É fácil encontrar, por exemplo, ciclistas fora do espaço destinado a eles, circulando livremente no calçadão. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, as bikes só podem trafegar pelas ciclovias e ciclofaixas.

Além de ignorar isso, muitos ciclistas e até usuários de patinete abusam da velocidade. A GAZETA esteve em Camburi e flagrou situações como essa. Inclusive até pessoas fazendo selfie enquanto conduzia o patinete.

O equipamento virou moda na Capital e tomou conta do calçadão, mas ele pode circular no local desde que a pessoa respeite a velocidade de até 6 km/h. A regra foi estabelecida em decreto da prefeitura, publicado no dia 3 de abril. O problema é que muitos ultrapassam o limite, colocando em risco quem circula no calçadão. Acima dessa velocidade, o lugar do patinete passa ser a ciclovia, pois ele pode alcançar até 20 km/h. (veja quais são as regras na página 9).

Outro fator que piora a confusão na orla é o uso do patinete elétrico por menores de 16 anos. Em Camburi é comum encontrar até crianças guiando esses equipamentos. Vale lembrar que o pagamento dos patinetes compartilhados é feito no cartão de crédito. Como dificilmente crianças possuem esse recurso, nesse caso, os pais podem estar sendo coniventes com o desrespeito à regra.

SEM NORMA

Patins e skates não têm normas próprias regulamentadas, mas, para tentar colocar ordem na confusão, a prefeitura pintou uma linha amarela que delimita por onde cada um deve passar – ao lado da ciclovia. Mas, como acontece com os outros equipamentos, os usuários desses dois não seguem a regra.

Toda essa confusão está causando insegurança aos pedestres. Nas redes sociais, há relatos de pessoas que presenciaram acidentes envolvendo até crianças em patinetes.

A aposentada Ana Medina, 60 anos, frequenta o calçadão em horários diferentes e diz que no final da tarde a situação piora. “Percebo que o pior é à noite, quando há mais pessoas, pois quanto mais gente tem pior fica. Vejo crianças pilotando os equipamentos e, pela regra, elas não poderiam, né? Fica bem complicado”, observa.

Já o aposentado Edgar Rodrigues, 75 anos, que vai ao calçadão pelo menos quatro vezes por semana, lista os equipamentos que ele observa que mais desrespeitam as regras.

“Os piores para causar acidentes são os patinetes e skates. Uma pessoa de skate já quase bateu em mim e vejo direto gente guiando patinete batendo ou quase atropelando os pedestres, que são os mais prejudicados”, se preocupa.

A costureira Lourdes Franco, 56, diz que já percebeu que, no meio da confusão, é o pedestre que deve ficar atento para não ser atropelado. “Quando está mais lotado, o calçadão fica tomado por patinetes e bicicletas que até andam fora da ciclovia. Então, se tiver alguém distraído pode acabar machucado.”

PREFEITURA DIZ QUE FISCALIZA O SERVIÇO

Ciclistas passam no calçadão e na ciclovia na orla da Praia de Camburi. (Vitor Jubini)

Apesar do uso de patins e skate não ter regulamentação e das regras que existem para patinetes elétricos e bicicletas não serem passíveis de punição, a Prefeitura de Vitória diz que fiscaliza o fluxo no calçadão de Camburi. A gestão municipal explica que age para organizar a movimentação de veículos e pessoas.

De acordo com a prefeitura, ações de educação para o trânsito são feitas constantemente pela Secretaria Municipal de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran) para ajudar na organização do fluxo de trânsito de todos.

Além disso, a equipe do Papo da Cidade, que faz comunicação comunitária por Vitória – ou seja, vai até os bairros informar a população –, também fará campanhas durante o Maio Amarelo, mês em que há ações de conscientização sobre segurança no trânsito.

O gerente de operação e fiscalização de trânsito de Vitória, Marcelo Perozini, garantiu que a guarda faz abordagens e fiscaliza, no caso dos patinetes e das bicicletas, mas destacou que os usuários devem colaborar.

“Não existe multa, mas existem normas que devem ser respeitadas. A gente depende dos usuários. Se cada um respeitar o espaço por onde tem que passar não acontecerão problemas”, afirmou Perozini.

Ele também falou que a segurança no trânsito de patins, patinetes, bicicletas e skates no calçadão é responsabilidade dos usuários que não podem perder a atenção enquanto conduzem esses veículos. Perozini afirmou que, por essa lógica, tirar uma selfie enquanto conduz um patinete, por exemplo, é uma prática que não deve acontecer.

“O problema é que as pessoas acham que esses equipamentos, principalmente os patinetes, são brinquedos. Mas não são. O usuário deve focar toda sua atenção nessa condução. Guiar um patinete, por exemplo, requer tanta atenção quanto dirigir um carro ou pilotar uma moto”, afirmou.

REGRAS

Perozini aproveitou para destacar que cada equipamento tem suas normas. Os patinetes, por exemplo, como previsto em decreto, devem ser conduzidos por maiores de 16 anos e devem respeitar a velocidade de 6 km/h quando estiverem nas calçadas e calçadão e 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas.

As bicicletas, por sua vez, devem trafegar sempre nas ciclovias e ciclofaixas. Quando não houver esses espaços, os ciclistas devem andar no asfalto, próximo à calçada. Skates e patins não têm regras próprias, mas a Prefeitura de Vitória pintou uma faixa amarela no calçadão de Camburi e os usuários devem respeitar essa delimitação, do lado da ciclovia.

Patinetes elétricos

Regras

Podem trafegar em qualquer lugar do calçadão em Vitória, mas precisam respeitar a velocidade máxima prevista que é de 6 km/h em qualquer trecho do local. Só quando está nas ciclofaixas e ciclovias é que a velocidade permitida se estende até 20 km/h.

Acessórios

O decreto da prefeitura não torna obrigatório o uso de acessórios de segurança como capacetes.

Bicicletas

Regras

Nas versões convencionais, isto é, que não são motorizadas, as bicicletas não têm limite de velocidade em nenhum lugar. No entanto, pelo Código de Trânsito Brasileiro, elas só podem circular

nas ciclovias e ciclofaixas da cidade.

Patins e skates

Regras

Não tem regulamentação para uso, mas só podem andar na faixa amarela exclusiva que está pintada em parte do calçadão, em uma área ao lado da ciclovia. Esses aparelhos não têm regras específicas que dão conta de limite de velocidade.

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