Após um carro da TV Vitória ter sido incendiado por volta das do meio-dia desta segunda-feira (6) durante a cobertura de uma operação da Polícia Civil, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Espírito Santo (Sindijornalistas-ES) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) manifestaram o total repúdio à violência sofrida pela equipe de reportagem. Em nota, os órgãos classificaram o episódio como um atentado à democracia e cobram que os autores sejam identificados e punidos.
O veículo estava estacionado na entrada do bairro Bonfim, em Vitória, próximo à Divisão Patrimonial da Polícia Civil, na Avenida Marechal Campos. No local, a imprensa cobria uma operação das forças de segurança que visa prender suspeitos de ataque a uma empresa que fornece marmitas a presídios da Grande Vitória e também a um ônibus, em Nova Almeida, na Serra. Os dois casos aconteceram em fevereiro deste ano e, em ambas situações, os criminosos deixaram bilhetes reclamando da situação dos presídios no Estado.
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Ataque à equipe da TV Vitória é atentado à democracia
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Espírito Santo (Sindijornalistas/ES) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) manifestam seu total repúdio ao atendado sofrido por uma equipe de reportagem da TV Vitória, afiliada da Rede Record no Espírito Santo. Na tarde desta segunda-feira (6/5) o carro da reportagem foi incendiado na Avenida Marechal Campos, na Grande Maruípe, em Vitória.
A repórter Talita Carvalho e o cinegrafista Wllian Obrien estavam na Delegacia Patrimonial da Polícia Civil na Avenida Marechal Campos. Já o veículo estava estacionado em uma rua lateral, nas proximidades da Comunidade do Bonfim.
A repórter, muito abalada, contou a outras equipes de TV que testemunhas relataram que três indivíduos colocaram explosivos debaixo do carro e saíram correndo e rindo. O fogo logo se espalhou e destruiu objetos pessoais da equipe, como documentos. O veículo foi tomado pelas chamas.
Segundo a repórter, somente o celular dela e do cinegrafista e os equipamentos de trabalho que estavam com eles na delegacia foram salvos. Uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve no local para conter as chamas.
O Sindijornalistas e a Fenaj reiteram que qualquer ataque à imprensa é um atentado à democracia e cobram dos responsáveis pela Segurança Pública no Espírito Santo, na pessoa do secretário de Estado da Segurança Pública, Roberto Sá, que os autores desta barbárie sejam identificados e punidos. O fato se torna ainda mais grave por ter ocorrido nas proximidades de uma delegacia de polícia.
À repórter e ao cinegrafista, manifestamos todo o nosso apoio e solidariedade.
Operação
Pela manhã, a polícia realizou uma operação para cumprir mandados de busca e apreensões no Bairro da Penha, além de Gurigica, Itararé, Bonfim e Jaburu. Outro veículo foi roubado, atingido por diversos tiros e abandonado na Avenida Leitão da Silva.
OPERAÇÃO MIRA SUSPEITOS DE ATAQUE A EMPRESA QUE FORNECE MARMITA A PRESÍDIOS
Seis pessoas já foram detidas e outras cinco são procuradas em uma operação coordenada pelo Departamento Especializado em Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil com apoio da Polícia Militar, que acontece na manhã desta segunda-feira (6) nas regiões de Itararé, Bairro da Penha e Consolação, em Vitória. O objetivo da operação, segundo fontes ouvidas pela reportagem do Gazeta Online, é a prisão de suspeitos que atacaram uma empresa que fornece alimentos para presídios, em Cariacica, no início do ano.
Moradores afirmam que helicópteros estão sobrevoando a região e também que ouviram barulho de tiros. Ao todo, são 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão por ataques em fevereiro deste ano a uma empresa que fornece alimentos para os presídios, em Cariacica, e a um coletivo, incendiado em Nova Almeida, em Serra.
Vídeo mostra ação policial
OS CASOS
Ataque em empresa de marmitas
Uma empresa de alimentação, que produz marmitas para presídios da Grande Vitória, foi alvo de criminosos no dia 17 de fevereiro, em Itacibá, Cariacica.
De acordo com a Polícia Militar, os bandidos chegaram a jogar gasolina e atear fogo no local. As chamas foram controladas pelos funcionários.
Os criminosos deixaram um bilhete reclamando que, caso a qualidade da comida não melhore, eles iriam retornar ao local.
"Se não melhorar alimentação dos presídios vai ter vítima fatal. Isso é só uma demonstração de tudo que está pra acontecer caso não melhore", dizia o bilhete.
Ônibus incendiado
Um ônibus foi incendiado na ES 010, em Nova Almeida, na Serra, ao voltar para a garagem no dia 20 de fevereiro. O Transcol da linha 806 foi parado por bandidos, que ordenaram que motorista e trocador saíssem do coletivo. Eles atearam fogo ao veículo, fizeram disparos com arma, e ainda deixaram um bilhete com ameaças e a assinatura da organização criminosa PCV, que é o Primeiro Comando de Vitória, facção que domina o tráfico de drogas no Complexo da Penha, na Capital.
"Essa é mais uma pequena demonstração da nossa revolta com o sistema prisional. Estamos cansados de ser tratado como animais. Caso esse esculacho, essa opressão não acabar nos presídios capixabas, as coisas podem piorar. Se tiver desacreditando só pagar pra ver".
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