No último sábado, quando a Grande Vitória foi atingida por fortes chuvas, a Capital sofreu com alagamentos em diversos pontos. Mesmo assim, prefeitura diz que não há mais nada que pode ser feito para evitar o cenário que foi visto no final de semana.
Carros e pessoas não conseguiam trafegar por vias como a César Hilal, na Praia do Suá, ou na Avenida Américo Buaiz, na Enseada do Suá. Bairros como Tabuazeiro, Santa Lúcia e Bento Ferreira ficaram intransitáveis até o final da tarde de sábado. Quatro pessoas ficaram desalojadas. Na cidade 25 áreas estão em estado de alerta.
No entanto, a prefeitura informou que não há mais nada que possa ser feito para evitar o cenário que foi visto no final de semana. O coordenador da Defesa Civil de Vitória, Jonathan Jantorno justificou que, atualmente, na cidade, seis estações de bombeamento e uma galeria conseguem dar vazão a 110 milímetros de chuva, o que, segundo ele, é o suficiente para evitar os alagamentos. No entanto, quando chove além desse volume o que ocorreu no sábado, com 275mm aliado a ocorrência da maré alta, não há o que o município possa fazer.
As estações pegam quase 100% de toda a drenagem da cidade, porém, com esse nível tão elevado de 275mm, mesmo o sistema mais eficiente do mundo não vai conseguir dar vazão, afirmou o coordenador justificando, ainda, que a maré alta piorou a situação.
No momento da chuva, a maré estava alta, então as estações têm dificuldade de jogar a água para o mar. A comporta fica fechada, as estações tentando bombear, mas o mar dá um retorno, por isso a cidade alaga, explicou.
Desde 2013, a prefeitura segue um plano de contingência. Para Jantorno, as ações planejadas foram desempenhadas como previsto. Mesmo assim, agora, a Defesa Civil vai rever o plano e atualizá-lo. O plano se dá em torno das alterações geológicas que acontecem em cada período de chuva. A partir de agora vamos, revisitar todas as áreas de risco , prometeu.
MELHORIAS
Apesar de afirmar que não há o que fazer para evitar situações como a do último sábado, Jonathan Jantorno reconheceu que há pontos que podem ser melhorados, principalmente nos bairros Bento Ferreira, Inhanguetá e alguns pontos de Ilha de Santa Maria. Ele não especificou, contudo, o que pode ser mudado.
São partes da cidade que são localizadas abaixo do nível do mar, o que dificulta o escoamento, descreve.
ORÇAMENTO
Para 2019, a previsão é que sejam investidos pelo menos R$ 1.211.498 em monitoramento de áreas de risco. Além disso, outros
R$ 22.100 serão destinados para o fortalecimento de Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil.
Segundo Jantorno, esses valores podem ser alterados. O orçamento para a Defesa Civil é muito dinâmico. Na hora da emergência, a gente consegue puxar de todas as secretarias, finaliza.
PREFEITURA QUER SIRENES PARA EMITIR ALERTAS
A Prefeitura de Vitória vai instalar sirenes pela Capital para avisar a população sobre o estado de alerta. Será colocado um equipamento em cada uma das 25 áreas de risco de Vitória. Atualmente, cerca de 6.600 pessoas vivem nessas áreas que estão espalhadas por toda a cidade.
O processo para compra e instalação das sirenes está em fase de captação de recursos. Segundo o coordenador da Defesa Civil de Vitória, Jonathan Jantorno, serão destinados pelo menos R$ 2 milhões para isso.
O dinheiro faz parte do financiamento de R$ 400 milhões feito pela prefeitura junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O acionamento dos equipamentos vai seguir uma série de protocolos e tem, como principal objetivo, avisar a população, principalmente quem não tem acesso a smartphones e recebem mensagens de texto.
A sirene vai seguir uma série de protocolos, não é simplesmente apertar um botão. Vão ser feitos treinamentos nas comunidades. Ela poderá ser acionada em uma ação preventiva e para evacuação. Poderá ser usada em vários tipos de serviço, explica.
Ainda não há uma previsão de quando as sirenes serão instaladas. Ainda é necessário receber a verba, abrir processo de licitação para escolher a empresa que fará o serviço para, então, o projeto sair do papel. Uma vez iniciado, a previsão é que ele dure, no mínimo um ano.
Não é possível dar prazos para uma obra que ainda não teve o contrato assinado. Por isso, o que pode-se dizer é que estamos em fase de captação de recursos, finalizou.
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