Na tentativa de minimizar o problema do pó preto que tanto incomoda os moradores na Grande Vitória, a empresa Vale aposta na tecnologia de canhões de névoa para reduzir a poeira na atmosfera. Trata-se de equipamentos que lançam uma espécie de lâmina dágua sobre os pátios de pelotas de minério na Ponta de Tubarão.
O objetivo de usar o equipamento é dificultar que as partículas sejam levadas pelo vento. De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Vitória, Luiz Emanuel Zouain, o canhão de névoa é de tecnologia egípcia e Vitória será a primeira cidade a ter esse uso.
É um vapor de água que vai cobrir toda a pista. Com as wind fences ao redor das pilhas de minério e com a névoa de água por cima, a suspensão dessas partículas sedimentadas, o famoso pó preto, não será tão grande quando o vento nordeste bater, como acontece hoje. Torcemos para isso, mas temos que ver para crer, contou.
Segundo o secretário, nesta quinta-feira (06) a Secretaria de Meio Ambiente de Vitória vai até a mineradora conhecer os novos equipamentos. Segundo ele, só depois de algum tempo será possível afirmar se os canhões de névoa vão reduzir a emissão de particulado. Precisamos ver as coisas funcionando para saber se, de fato, elas atendem o interesse público, que hoje é a diminuição. Mas gostaríamos que fosse a completa extinção do pó preto, frisou.
Os canhões de névoa seriam instalados pela mineradora apenas no final do ano, porém, após a interdição da empresa em fevereiro deste ano, por causa de vazamentos de resíduos no mar, uma das exigência do município para desinterditar a empresa foi antecipar a instalação dos canhões.
A mineradora também vai instalar pontos de monitoramento da qualidade do ar na Capital. Teremos nos próximos quatro meses, o Centro de Controle e Monitoramento Atmosférico, linkado ao Iema, mas faremos também o nosso controle, absorvendo as informações que nos interessa, para depois, prestar esclarecimentos à sociedade, explicou.
Procurada, a Vale não informou detalhes desse funcionamento dos canhões.
ESGOTO NA CAPITAL
Além do pó preto, o esgoto também é um problema ambiental. De acordo com o secretário, hoje, apenas 70% do esgoto do município é tratado. Ele ressaltou que um convênio com a Cesan vai garantir que toda a cidade tenha o esgoto coletado e tratado até o final de 2024.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta