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Alunos fazem protesto em escola na Serra após denúncias de assédio

Alunos fazem protesto em escola na Serra após denúncias de assédio

Os estudantes se recusaram a ir para a sala de aula após o recreio e sentaram no pátio em solidariedade às colegas que denunciaram professor por assédio sexual

Publicado em 26 de junho de 2019 às 20:32

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Alunos manifestam apoio a alunas que denunciaram professor por assédio em escola na Serra. (Arquivo Pessoal)

Alunos da escola Clóvis Borges Miguel, em Serra Sede, na Serra, protestaram nesta quarta-feira (26) em apoio às colegas que denunciaram um dos professores da instituição por assédio sexual. Mais de 200 estudantes participaram da manifestação, que ocorreu tanto no turno da manhã quanto no turno da tarde. 

A manifestação aconteceu após o recreio, por volta das 10h, quando os estudantes de todas as turmas se sentaram no pátio em vez de ir para a sala de aula. Com cartazes de apoio e gritos de "Assédio é crime", os alunos quiseram mostrar solidariedade às estudantes. Para uma das alunas, de 16 anos, o protesto foi uma forma de dizer que as colegas não estão sozinhas. 

Alunos manifestam apoio a alunas que denunciaram professor por assédio em escola na Serra. (Arquivo Pessoal)

"Estamos aqui para dar forças a todas as meninas e meninos que já foram assediados no CBM, e também chamar a atenção pra esse fato que está acontecendo há anos e ninguém nunca tomou alguma providência. Fizemos o protesto de forma pacífica para que vejam nossa revolta com essa situação, e também pra que muitos estudantes, que tem medo de confessar e que já passaram por tal situação, vejam que não estão sozinhos", disse.

Ainda de acordo com os alunos, a diretora da escola se pronunciou durante a manifestação e disse que a escola está fazendo o que é possível para que o caso seja apurado. O protesto durou cerca de duas horas durante a manhã. Uma nova manifestação também aconteceu no turno da tarde. Para o secretário de Educação Vitor de Angelo o movimento dos estudantes foi legítimo.

"É importante que eles se manifestem e mostrem essa solidariedade aos colegas. Eles tem o direito de se manifestar e isso é legítimo", declarou.

AS DENÚNCIAS

As denúncias de assédio começaram no dia 19 de junho, depois que três alunas escreveram cartas para outros professores e estudantes alertando sobre piadas de cunho sexual que ouviam na escola. Elas relataram também sobre comentários feitos pelo professor sobre o corpo delas e como isso gerava constrangimento e desconforto.

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O caso ganhou repercussão na última segunda-feira (24), quando as estudantes publicaram os relatos de assédio no Twitter usando a hashtag #SuaAlunaNãoÉUmaNovinha, que foi compartilhada pelo ex-deputado Jean Wyllys. Os movimento gerado na rede social trouxe à tona outros relatos de assédio na escola Clóvis Borges Miguel, inclusive em anos anteriores. No Twitter, ex-alunas descreveram conversas e piadas de cunho sexual que ouviram na escola.

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