O segundo professor denunciado por assédio sexual por alunas da Escola Estadual Clóvis Borges Miguel, na Serra, será afastado a partir de segunda-feira (1º). A informação foi confirmada ao Gazeta Online pelo secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, nesta sexta-feira (28). A acusação foi feita à Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente na quinta-feira (27).
A nova denúncia foi feita por uma adolescente de 17 anos que estuda na escola. Em depoimento à comissão, ela relatou ter sido assediada por um dos professores na última segunda-feira (24) durante uma aula, quando ele fez comentários a respeito do corpo dela.
De Angelo explicou que a comissão tomou conhecimento do mesmo caso e, como se trata do mesmo contexto da outra denúncia, será instaurada uma investigação no âmbito da mesma sindicância.
"Haverá uma sindicância envolvendo os dois professores. Poderá levar a um processo administrativo interno. Assim como o primeiro professor, esse outro docente também foi afastado para resguardar as alunas e o próprio professor. Vamos esperar o resultado das investigações", detalhou.
AS DENÚNCIAS
As denúncias de assédio começaram no dia 19 de junho, depois que três alunas escreveram cartas para outros professores e estudantes alertando sobre piadas de cunho sexual que ouviam na escola. Elas relataram também sobre comentários feitos pelo professor sobre o corpo delas e como isso gerava constrangimento e desconforto.
O caso ganhou repercussão na última segunda-feira (24), quando as estudantes publicaram os relatos de assédio no Twitter usando a hashtag #SuaAlunaNãoÉUmaNovinha, que foi compartilhada pelo ex-deputado Jean Wyllys.
Os movimento gerado na rede social trouxe à tona outros relatos de assédio na escola Clóvis Borges Miguel, inclusive em anos anteriores. No Twitter, ex-alunas descreveram conversas e piadas de cunho sexual que ouviram na escola. Apesar dos relatos, não há nenhum registro de denúncias de assédios contra o professor, segundo a Secretaria de Educação.
"A primeira denúncia que aconteceu contra ele foi dessas meninas, o que não significa que outras denúncias não possam aparecer até mesmo contra outros professores que estão lá ou passaram pela escola", disse de Angelo, que reafirmou o compromisso da Sedu em apurar os casos.
"Eu recebo lamentando, obviamente, essas denúncias, porque de um lado a gente acaba tendo um indicativo de que aconteceu outras vezes e de outro, que ainda é mais grave, que estes alunos não tiveram oportunidade de falar, mas eu quero deixar claro que há total interesse nosso em tomar conhecimento desses casos para que a gente possa fazer a apuração e sendo procedente dar a devida punição ao servidor envolvido neste contexto", finalizou.
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