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Blocos de granito em canal contribuem para alagamentos em Vila Velha

Blocos de granito em canal contribuem para alagamentos em Vila Velha

Rochas que caíram de carretas estão atrapalhando o escoamento da água nas proximidades do bairro Nova América. É o que diz a prefeitura da cidade

Publicado em 25 de junho de 2019 às 15:56

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Blocos de granito em canal contribuem para alagamentos em Vila Velha. (Eduardo Dias)

Pouco mais de um mês após um grande temporal que atingiu a Grande Vitória, os comerciantes e moradores da Grande Cobilândia, em Vila Velha, ainda acumulam prejuízos causados pelos alagamentos. Enquanto um grupo de advogados e comerciantes busca a Justiça para receber indenizações, a prefeitura de Vila Velha afirma que está limpando rios e canais para diminuir os riscos de novos alagamentos.

No Canal Marinho, local que transbordou na chuva de maio e prejudicou centenas de moradores e comerciantes, a Prefeitura de Vila Velha afirmou que blocos de granito que caíram de carretas estão atrapalhando o escoamento da água nas proximidades do bairro Nova América. O secretário de obras da cidade, Luiz Otávio Carvalho, explicou que, pelo menos, duas grandes rochas estão dentro do canal há vários meses e devem ser retiradas até o fim de 2019.

Imagem aérea mostra a região de Cobilândia alagada neste domingo, um dia após as fortes chuvas que atingiram o Estado. (Hemerson Oliveira / Internauta)

COMERCIANTES RELATAM PROBLEMAS

Edson Monteiro Andrade é gerente de uma farmácia no bairro Cobilândia e diz que o estabelecimento teve um prejuízo de quase R$ 10 mil com a última chuva. Além de remédios, a farmácia também perdeu móveis com a inundação e os responsáveis pelo comércio ainda não têm expectativa de quando vão se recuperar do prejuízo.

Blocos de granito em canal contribuem para alagamentos em Vila Velha

"Nós tivemos um prejuízo de aproximadamente R$ 10 mil. Vamos demorar mais de um ano para se recuperar do prejuízo, nós ainda não conseguimos refazer o que precisava ser feito. A gente vai se adaptando, para poder continuar trabalhando", explicou o gerente da farmácia.

Os comerciantes Bruno Sorrentino e a farmácia do gerente Edson Monteiro Andrade tiveram prejuízos com a chuva de maio. (Eduardo Dias)

O comerciante Bruno Sorrentino tem uma perfumaria em Cobilândia e estima ter sofrido um prejuízo de R$ 25 mil, porque todas as prateleiras do seu comércio precisaram ser trocadas. Na avaliação dele, a liberação do saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as pessoas prejudicadas pela chuva não deveria ser a única solução para o problema.

"Você é penalizado duas vezes, uma perdendo aquilo que você tem, e outra é ter que tirar uma coisa que já é sua. Já é um direito seu, estão você vai pagar duas vezes. Não consigo entender se essa é a atitude que um órgão público tem que ter com o cidadão", disse o comerciante.

GRUPO ORGANIZA ABAIXO-ASSINADO

O advogado Marcos Souza é morador da Grande Cobilândia e se uniu a outros advogados para organizarem um pedindo conjunto de indenização para moradores e comerciantes da região. Segundo ele, um grupo encaminhou uma petição ao Ministério Público do Espírito Santo, solicitando que as razões do alagamento sejam apuradas.

Na avaliação do grupo, faltaram ações preventivas por parte da Prefeitura da Vila Velha e do Governo do Estado, como a limpeza de canais e rios que passam pela região. Marcos afirma que um dos advogados do grupo teve um prejuízo superior a R$ 6 mil reais, porque teve os móveis do escritório destruídos.

PREFEITURA EXPLICA PARTE DAS OBRAS

O secretário de Obras de Vila Velha, Luiz Otávio de Carvalho, afirmou que a prefeitura e o governo estadual estão fazendo ações conjuntas a curto prazo para impedir que novos alagamentos aconteçam. Entre as ações estão o desassoreamento do Canal Marinho, o desassoreamento do Rio Marinho e a retirada de pedras de granito que caíram no Canal Marinho, após acidentes com carretas.

A reportagem da rádio CBN Vitória foi até uma das margens do Canal Marinho e verificou que uma das pedras citadas pelo secretário está com a ponta visível, no lado de fora da água. 

"A gente ouve a população, porque não temos documentos na prefeitura retratando isso. Com certeza tem mais de duas pedras ali dentro. São pedras enormes, que acabam atrapalhando e muito o escoamento da água", disse o secretário.

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O governo do Estado estima que as obras de macrodrenagem na região da Grande Cobilândia serão iniciadas até o final de 2020.

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