> >
Inventário mostra peso da industria em Tubarão na emissão de poeira

Inventário mostra peso da industria em Tubarão na emissão de poeira

O inventário, que é um documento com ano-base 2015, divulgado pelo Iema nesta quarta, mostra que empresas sediadas no Complexo de Tubarão são responsáveis por uma grande parcela do material particulado que é emitido na Grande Vitória

Publicado em 5 de junho de 2019 às 23:53

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Mão suja de pó preto: poluição incomoda moradores. (IMAGEM)

O Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado nesta quarta-feira (05), foi a data escolhida pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), para apresentar o Inventário de Emissões Atmosféricas da Grande Vitória, ano base 2015. Entre os diversos dados compilados pelo órgão, aparece com destaque o peso que as empresas instaladas na Ponta de Tubarão em Vitória têm nas emissões particuladas.

O próprio objetivo do inventário é conhecer e registrar as fontes de emissões atmosféricas da região, em um dado período de tempo, como explica o diretor do Iema, Alaimar Fiuza.

“O inventário é uma ferramenta fundamental, é o marco zero de um bom processo de gestão ambiental. Ele identifica fundamentalmente as fontes, a quantidade que é gerada, onde e o que é gerado. O inventário não fala de qualidade de ar, o inventário fala do que é gerado, onde e em que quantidade", informou. 

MEDIÇÃO DO MATERIAL PARTICULADO

Entre os dados levantados está a emissão de material particulado, que são partículas muito finas suspensas no ar. O inventário mostra que empresas sediadas no Complexo de Tubarão, em Vitória, são responsáveis por uma grande parcela desse material particulado que é emitido na região.

De acordo com o documento, a ArcelorMittal Tubarão e a Vale são as maiores emissoras do poluente atmosférico. Segundo consta no inventário, a Arcelor emitiu 345,22 quilos de material particulado por hora no período analisado, em 2015. Já a Vale, emitiu 386,62 quilos por hora no mesmo período. A soma das duas empresas corresponde a 82% do total das seis empresas da indústria mínero-siderúrgica pesquisadas na Grande Vitória.

O Iema informou que os dados divulgados neste inventário não podem ser comparados com o documento anterior a ele, feito em 2010, pois houve modificações na metodologia de coletas de informações e comparações das emissões. 

Estação do Iema que monitora poluição do ar na Enseada do Suá, em Vitória. (Carlos Alberto Silva)

EMISSÃO TEM OUTROS SETORES 

Na medição, foram analisadas fontes de emissão de oito setores produtivos: aterro, construção civil, estoque e comercialização de combustíveis, indústria alimentícia, indústria de produtos minerais, indústria de produtos químicos, indústria mínero-siderúrgica, logística e outros. Mas a indústria mínero-siderúrgica, da qual as duas empresas fazem parte, correspondia a 68% de todo o material particulado emitido na Grande Vitória em 2015, segundo o inventário.

Segundo o biólogo Marco Bravo, os dados não refletem o momento atual, mas, são expressivos. Para ele, ações específicas nas empresas são necessárias para minimizar a emissão dos poluentes.

“O problema são os pátios e vias onde tem carvão e minério de ferro. Que faça a cobertura dos vagões, que cubra os pátios, que faça o pátio coberto e enclausurado como tem no exterior. Colocação das correias transportadoras de carvão e minério dentro de tubulações. Um estudo do sistema mais apropriado. Tem coisas que pode fazer a curto prazo, e outras atitudes e ações que podem ser feitas a médio e longo prazo”, disse.

Pátio de estocagem de minério do Porto de Tubarão. (Divulgação)

EMPRESAS SE POSICIONAM

A ArcelorMittal informou que vai avaliar o conteúdo do documento apresentado pelo Governo para, então, se pronunciar, mas disse que os resultados não contemplam investimentos realizados após 2015, período utilizado como base para o levantamento. Informou que no início de 2018, implantou um sistema para redução de até 90% nas emissões de material particulado na chaminé da Sinterização, principal fonte de emissão da empresa. Além disso, disse também que anunciou, no ano passado, outros investimentos de mais de um bilhão de reais, em melhorias que já estão sendo implantadas, em curto, médio e longo prazos (até 2023).

Este vídeo pode te interessar

Assim como a ArcelorMittal, a Vale informou que irá analisar o Inventário e ressaltou que os resultados são referentes a 2015. Disse ainda que iniciou em 2018 a implantação do plano de investimentos de R$ 1,27 bilhão, que visa a reduzir ao máximo as emissões gradativamente até 2023. Entre eles, citou a aplicação de produto à base de celulose inédito no Brasil nas pilhas de minério e carvão, que já está sendo realizado (foto acima), além de outras ações.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais