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Líderes de três igrejas fazem caminhada pela paz em Vitória

Líderes de três igrejas fazem caminhada pela paz em Vitória

A Caminhada Ecumênica pela Paz completou a 10º edição este ano

Publicado em 16 de junho de 2019 às 13:52

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Caminhada pela Paz. (Ricardo Medeiros)

Vestidos de branco, integrantes das Igrejas Católica, Presbiteriana Unida e Luterana, participaram de uma caminhada pedindo paz. A concentração foi na Praça do bairro Itararé, Vitória. De lá, o grupo saiu em caminhada pelas ruas até a Praça de Maruípe.

Nunca foi tão importante pedir paz como agora, religiosos e moradores lembram que violência não é exclusiva de periferias

A Caminhada Ecumênica pela Paz completou a 10º edição este ano. De acordo com padre Kelder Brandão, da Paróquia Santa Teresa de Calcutá e um dos organizadores do evento, é necessário mostrar para a sociedade que há muitas coisas boas acontecendo nos bairros periféricos. Ele ressalta que a Praça de Itararé, por exemplo, é muito lembrada pela violência, pelos tiroteios, mas isso não é exclusividade de bairros mais carentes.

“O tráfico hoje é onipresente, ele está em todas as realidades, ele faz parte da sociedade atual, não é privilégio da periferia ter ação do tráfico. As consequências do tráfico e a violência institucionalizada têm reflexo direto e imediato aqui, mas o tráfico também está na Praia do Canto, na Mata da Praia, nas universidades privadas e pública. Ele é muito democrático”, afirmou.

A estudante Vitória dos Santos, 16 anos, ressalta que os jovens são o futuro do país e no bairro São Pedro eles estão fazendo a diferença. “Na minha região estamos fazendo o melhor para não sermos jovens ruins. Fazemos o que está no nosso alcance para melhorar o mundo”.

Quem também participou da caminhada foi a aposentada Dení Marques de Lima, 81 anos. Moradora do Bairro da Penha, ela conta que sempre escuta barulhos de tiro. “Precisamos de paz e não estamos tendo. Já deito na cama preocupada, sempre ouço tiros”, contou.

O aposentado Aílton Ramos, 81 anos, conta que gosta muito de morar no Bairro da Penha. “Eu gosto de onde eu moro, não tenho o que reclamar, gosto dos meus vizinhos, da minha comunidade”, afirmou.

O pastor da Igreja Luterana, Leomar Lauvers, destacou que nunca foi tão importante pedir paz como agora. Ele diz que em uma época em que as pessoas querem se armar, a igreja tem o papel de divulgar o evangelho e o amor ao próximo. “Armar as pessoas não resolve a questão da violência, da segurança pública. Acreditamos que isso só gera mais violência”, disse.

CRIMES NA VILA RUBIM

Os recentes assassinatos na Vila Rubim também foram lembrados. A coordenadora do Movimento Nacional da População de Rua, Rosângela Nascimento, destacou que quem mora na rua vive sempre com medo da violência. “É muito triste. As pessoas perderam o amor ao próximo. A vida se tornou uma coisa banal”

O pastor da Igreja Presbiteriana Unida, Cleverson Gomes Correa, destacou que apesar de ser considerado um lugar de violência, muitas pessoas têm orgulho de fazer parte desta comunidade. “Esse lugar onde moramos é conhecido como lugar de violência, mas não é, aqui é nossa casa, nossa comunidade. É o lugar onde nos criamos, amamos e aprendemos a ver a vida com sentido pleno, onde todos podemos ser iguais”, disse.

O evento foi realizado pela Ação Diaconal Ecumênica, da qual fazem parte a Igreja Católica (Paróquias Santa Teresa de Calcutá – Itararé. São José – Maruípe e São Pedro Apóstolo- São Pedro V), a Igreja Presbiteriana Unida e a Igreja Luterana.

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