O clima de medo gerado após a divulgação de mensagens sobre um suposto ataque criminoso contra alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) deixou vazias as salas de aula da instituição na manhã desta quarta-feira (19), no Campus de Goiabeiras, em Vitória, onde circulam cerca de 25 mil pessoas por dia.
Logo no início da manhã, viaturas da Polícia Militar e do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc) ficaram posicionadas perto do portão principal da Ufes, mas isso não foi o suficiente para dar tranquilidade aos alunos. Mesmo com a reitoria decidindo manter o funcionamento da instituição, milhares de alunos decidiram não frequentar as aulas. Apesar da ausência dos estudantes, a Biblioteca Central e o Restaurante Universitário funcionaram normalmente desta manhã de quarta-feira (19).
As mensagens postadas em um fórum da deep web mostram ameaças de morte contra alunos da universidade. A deep web é uma parte da web que não é indexada pelos mecanismos de busca, como o Google, e portanto fica oculta ao grande público.
REITOR REFORÇA A MANUTENÇÃO DAS ATIVIDADES
O reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte, afirmou que as forças de segurança estão atuando para garantir a segurança dos alunos e argumenta que ameaças não devem impedir o funcionamento da universidade.
"Nós estamos fazendo de tudo para que a gente tenha um ambiente em que permita-se que as atividades fluam normalmente na universidade. Não é possível que ameaças afetem o funcionamento das instituições, principalmente no caso das universidades", disse o reitor.
POUCOS ALUNOS NA UNIVERSIDADE
A reportagem da rádio CBN Vitória passou por vários centros de ensino do Campus de Goiabeiras e o cenário de salas vazias e nenhuma aula acontecendo era praticamente o mesmo. Foi assim, por exemplo, no Centro de Ciências Humanas e Naturais, onde funcionaram os cursos de História, Filosofia, Pedagogia e Letras.
No Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), a reportagem encontrou um professor do curso de Administração sozinho dentro de uma das salas, porque nenhum aluno apareceu. Também no prédio do curso de Administração, o aluno Fernando Tomé disse que se arriscou porque já tinha faltas demais e não queria correr o risco de ser reprovado. Ele ganhou presença do professor, mas foi liberado.
"A situação é preocupante, mas a gente não pode abandonar a faculdade. Como o professor não cancelou a aula, eu acabei vindo e correndo esse risco. Fiquei com medo, mas a situação pediu que eu viesse", disse o aluno.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que todo o material identificado como ameaça foi encaminhado à Polícia Federal. Já a Polícia Federal informou que não comentará a investigação.
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