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Novo estudo aponta redução de riscos de rompimento de barragem em Linhares

Novo estudo aponta redução de riscos de rompimento de barragem em Linhares

Com o novo relatório, as famílias que moram na Avenida Beira Rio poderão retornar às residências

Publicado em 5 de junho de 2019 às 22:14

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Barragem entre a Lagoa Juparanã e o Rio Pequeno em Linhares. (Carlos Palito - TV Gazeta)

As famílias que possuem casas na Avenida Beira Rio, que fica às margens do Rio Pequeno, no Centro de Linhares, no Norte do Estado, poderão enfim retornar às residências. Segundo o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), a liberação da área acontece após a apresentação de um novo estudo na barragem construída no local para impedir o contato da água do Rio Pequeno com a água do Rio Doce, atingido pelos rejeitos de minério decorrentes do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.

Novo estudo reduz riscos de rompimento de barragem no Rio Pequeno em Linhares

A reunião aconteceu na noite desta terça-feira (4), na Procuradoria-Geral de Justiça, sede do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), em Vitória. A empresa AECOM, auditoria independente contratada a partir de Termo firmado com o Ministério Público, apresentou no encontro o relatório da situação da barragem construída no Rio Pequeno em 2015. Segundo o relatório, elaborado pela empresa TEMAG, a pedido da AECOM, os moradores da Avenida Beira Rio podem retornar às residências, desde que a Fundação Renova realize obras de reforço no barramento do Rio Pequeno e alargue o canal, de modo a manter o nível da Lagoa Juparanã abaixo de 10 metros.

De acordo com informações do MPES, o nível da lagoa atualmente está em 7,4 metros e segundo o estudo apresentado, o nível abaixo de 10 metros não ofereceria risco de desmoronamento da barragem e possibilitaria a permanência dos moradores nas residências. O relatório ressalta ainda que as obras têm de ser feitas durante o período de seca na região, que vai até outubro.

Feita a apresentação do relatório, o MPES concedeu prazo até a próxima sexta-feira (7), para que a Fundação Renova apresente a proposta de como será efetivado o retorno com segurança dos moradores para às residências.

A AECOM recomendou ainda que a Fundação Renova contrate da TEMAG os projetos e estudos da solução definitiva para a barragem do Rio Pequeno.

Questionada, a Fundação Renova disse, por meio de nota, que contratou a empresa “Themag Engenharia para validação dos estudos realizados por uma consultoria técnica especializada, que apontou riscos estruturais no barramento”. A Renova ressaltou ainda que “os estudos da empresa também atestaram a existência de riscos na estrutura”, e que, “em paralelo, a Themag elabora um projeto de engenharia, visando o reforço do barramento”.

A Fundação Renova explicou ainda que “irá apoiar a decisão tomada por cada núcleo familiar, atendendo as necessidades e demandas, seja com relação ao retorno para as suas casas, ou permanência em moradias provisórias”, e que, “todo o trabalho será realizado de acordo com um plano de ação a ser elaborado em conjunto com os órgãos públicos municipais, estaduais e os moradores”.

A nota diz ainda que o retorno das famílias para as moradias originais só será viabilizado após a realização de laudos que atestem a segurança e estabilidade de cada residência.

Entretanto, a Renova ressalta que apesar dos níveis atuais da lagoa Juparanã estarem em 7,4 metros, “caso atinja a cota máxima de segurança de 9,5 metros, uma nova remoção dos moradores poderá ocorrer por motivos de precaução”, diz o texto.

O QUE DIZ A DEFESA CIVIL

Em entrevista ao Gazeta Online, o coordenador da Defesa Civil de Linhares, Antônio Carlos dos Santos, disse que a área continua interditada. “Por enquanto até que chegue a documentação, a área continua interditada. O que sabemos é que na sexta-feira, o Ministério Público deve decidir sobre o retorno das famílias às residências, mas não recebemos nada oficial até o momento”, explica.

28 FAMÍLIAS ESTÃO EM MORADIAS PROVISÓRIAS

Segundo a Fundação Renova, das 32 famílias que residiam na Avenida Beira Rio, no Centro de Linhares, 28 foram removidas entre os dias 17 e 18 de março, e três famílias permaneceram na avenida Beira-Rio. Atualmente, 22 famílias estão em moradias provisórias alugadas, 6 continuam em hotéis, 3 permanecem no local e 1 núcleo familiar está em casa de parentes.

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