A Polícia Civil afirma ter identificado pelo menos sete pessoas de um grupo de aproximadamente 20 criminosos que atacaram o morro da Piedade e incendiaram duas casas, na noite de quarta-feira (19). Dois desses homens são velhos conhecidos dos moradores da Piedade, foram reconhecidos por testemunhas e já participaram de outros ataques na região. Ninguém foi preso até o momento.
Os dois homens reconhecidos por testemunha foram Rafael Batista Lemos (foto), conhecido como Boladão, e Alan Rosário de Oliveira (foto), apelidado de Gordinho. Eles já são procurados pela polícia por terem participado, por exemplo, do ataque à Piedade que resultou na morte dos irmãos Ruan e Damião Reis, assassinados em março do ano passado.
A polícia informou que não divulgará por enquanto os nomes dos outros cinco homens já identificados, para não atrapalhar nas investigações. O grupo tem forte atuação na região do Bairro da Penha e tenta dominar o tráfico de drogas em bairros rivais.
RIVALIDADE COM A FAMÍLIA FERREIRA DIAS
Ainda de acordo com testemunhas, Alan Rosário de Oliveira foi o homem responsável por entregar uma bala de fuzil calibre 5,56 mm para Marly Ferreira Bispo, dona de uma das casas incendiadas. Ela é mãe de João Ferreira Dias, apontado por investigadores como o chefe do tráfico na região da Piedade, mas que está preso desde julho de 2018. A entrega da bala foi uma tentativa de intimidar a família do traficante rival.
O delegado Fabrício Dutra, Titular da Divisão Especializada em Narcóticos, explicou que a invasão ocorrida na quarta-feira (19) faz parte de um histórico de confrontos que tem a família Ferreira Dias como protagonista.
Investigações apontaram que a família se mudou para Piedade, assumiu o controle do tráfico na região e expulsou diversos moradores do local. Traficantes que foram expulsos se aliaram com bandidos que atuam no Bairro da Penha e estão tentando voltar para a comunidade.
Rafael Batista Lemos e Alan Rosário de Oliveira, que participaram do último ataque, são alguns dos traficantes que moravam na região da Piedade e foram expulsos pela família Ferreira Dias.
"A história é bem clara, a polícia sabe. Eles (os Ferreira Dias) não são da comunidade. Eles entraram, bateram em moradores e os agrediram. Eles agiram de violência contra os moradores, uma outra quadrilha veio para tirá-los. Toda vez que esses elementos estão no morro, a comunidade sofre esse tipo de crime", disse o delegado.
Os sete homens identificados estão sendo procurados pela polícia, assim como os demais envolvidos no episódio da ultima quarta-feira (19). Após as prisões, poderão responder pelos crimes de formação de quadrilha, associação ao tráfico de drogas e porte de arma de uso restrito.
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