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Procura por exame para conclusão do Ensino Médio quase dobra no ES

Procura por exame para conclusão do Ensino Médio quase dobra no ES

Ensino é importante para a qualificação de todos, mas especialistas apontam que procura é reflexo da busca por um emprego

Publicado em 6 de junho de 2019 às 22:21

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Alunas da EJA.

A crise financeira e o desemprego tem feito com que muitas pessoas voltem para as salas de aula. Prova disso é o aumento no número de pessoas que vão fazer o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). No Espírito Santo, 59.134 pessoas se inscreverem. No ano passado foram 31.076 candidatos - um aumento de 90% de um ano para o outro. A prova é realizada em todo país uma vez por ano e, se aprovado, o inscrito consegue o certificado de conclusão do Ensino Médio.

Procura por exame para conclusão do Ensino Médio quase dobra no ES

Em 2019, o Encceja será aplicado no dia 25 de agosto. De acordo com a gerente de Educação, Juventude e Diversidade da Secretaria estadual da Educação (Sedu), Sandra Renata Muniz, esse exame é o caminho mais rápido para quem precisa concluir o Ensino Médio. Segundo ela, por conta do trabalho, muitos estão optando por essa modalidade para concluir os estudos.

“Nossos jovens têm buscado mais, justamente, para estar ingressando no mercado de trabalho. É uma exigência mínima que o candidato tenha o Ensino Médio e aqueles que não têm estão buscando isso. O Encceja, é uma forma mais ágil dele concluir”.

EJA

Outra forma de concluir os estudos é por meio da Educação Para Jovens e Adultos (EJA). Nesta modalidade é possível concluir o Ensino Fundamental em dois anos e o Ensino Médio em 1 ano e meio. No Estado, 40.640 alunos são da EJA. Na escola Hildebrando Lucas, em Maruípe, Vitória, são 425 alunos nessa modalidade.

Uma das alunas é a dona de casa Isabel Rosa dos Santos, 61. Quando criança não teve a oportunidade de estudar, mas há três anos, com apoio do marido, dos quatro filhos e netos, começou a estudar. Ela conseguiu concluir o Ensino Fundamental e agora está no primeiro módulo do Ensino Médio.

A dona de casa conta que não é fácil conciliar os afazeres domésticos, cuidar do filho que teve AVC e ainda estudar, mas ela diz que não vai desistir e revela o sonho de fazer faculdade. “Meu esposo fala: Isabel, você está muito cansada, para de estudar. Eu falo: estou cansada, mas ainda quero fazer o curso de Serviço Social”, disse.

A jovem Ingrid Fernandes dos Santos, 20 anos, também tenta concluir os estudos pela EJA. Como ela ficou um tempo sem estudar, optou pelo módulo mais rápido. “Eu estudava normal, no primeiro ano e abandonei os estudos. Quando fiquei maior optei pela EJA para também trabalhar. Comecei a fazer EJA e parei de novo. Agora retornei e vou conseguir”, disse.

Alunos da EJA da Escola Hildebrando Lucas. (Patrícia Scalzer )

Joelma Moreira Mota, 18 anos, ficou reprovada em matemática e química quando fazia a 1ª série. Para não ter que repetir novamente o ano, optou pela EJA. “Quero concluir logo meus estudos para conseguir um trabalho e entrar na faculdade de Arquitetura”.

A psicóloga e economista Cássia Rodrigues destaca que o desemprego está levando muitas pessoas para as escolas novamente. Ela explicou que apesar de cansativo, é possível conciliar o trabalho e o estudo para que a pessoa entre novamente no mercado de trabalho ou até consiga melhorar na carreira.

“É um período de sacrifício, mas que valerá a pena. É preciso olhar lá na frente e ver que foi gratificante deixar de ficar na frente da TV, de smartphone, para estudar.

Provas e certificação

Os interessados no certificado do Ensino Fundamental precisam ter, pelo menos, 15 anos completos na data da prova. Para o certificado do Ensino Médio, a idade mínima exigida é de 18 anos.

Serão quatro provas objetivas, cada uma com 30 questões de múltipla escolha, e uma redação. A nota mínima exigida para obtenção da proficiência é de 100 pontos nas provas objetivas e de cinco pontos na redação.

Os resultados podem ser usados de duas formas. Quem conseguir a nota mínima exigida em todas as provas têm direito à certificação de conclusão do ensino fundamental ou do ensino médio. Aqueles que alcançarem a nota mínima em uma das quatro provas, ou em mais de uma, mas não em todas, terão direito à declaração parcial de proficiência.

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