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Após necrópsia em tripulantes, equipe do DML passa mal no ES

Após necrópsia em tripulantes, equipe do DML passa mal no ES

De acordo com a Polícia Civil, mal-estar em médico e auxiliares permaneceu por poucas horas. As causas não foram identificadas

Publicado em 22 de julho de 2019 às 23:58

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Navio onde tripulantes morreram na quinta-feira . (Ricardo Medeiros)

Além de dois funcionários do Hospital Meridional Praia da Costa, em Vila Velha, que passaram mal após realizarem os primeiros atendimentos aos três tripulante resgatados do navio AP DUBRAVA, outros três profissionais — um médico e dois auxiliares de necrópsia do Departamento Médico Legal de Vitória — também tiveram mal-estar após realização de exames cadavéricos dos dois tripulantes que morreram.

De acordo com a Polícia Civil, o mal-estar foi passageiro, sendo que os três estavam completamente assintomáticos algumas horas depois. O órgão informou que não foi necessário atendimento médico.

Após necrópsia em tripulantes, equipe do DML passa mal no ES

"Os servidores estão assintomáticos e desempenhando suas funções normalmente. Ao ser comunicada do fato, a coordenação do Departamento Médico Legal (DML) realizou todas as verificações possíveis e constatou que o mal estar foi passageiro, e não há nenhum risco para os servidores", disse a PC em nota.

Questionada pela reportagem do Gazeta Online na noite desta segunda-feira (22), a assessoria do Grupo Meridional informou que não tem informações sobre as investigações do que pode ter causado o mal-estar nos dois funcionários do hospital. A instituição tinha informado que os funcionários, que fazem parte da equipe de enfermagem, apresentaram um mal-estar após o contato com os tripulantes. Os dois funcionários já receberam alta.

ENTENDA O CASO

Navio onde dois morreram ficará atracado por três dias no ES. (José Carlos Schaeffer | CBN Vitória)

Dois tripulantes morreram e outros três passaram mal após um vazamento de gás no Navio Mercante "AP DUBRAVA", com bandeira das Ilhas Marshall. A embarcação transportava malte e, com o acidente, teve que atracar em Vitória. A suspeita da médica pneumologista Kristiane Rocha Moreira Soneghet é de que os tripulantes tenham se intoxicado com gás sulfídrico decorrente de decomposição de matéria orgânica durante uma limpeza na tubulação do navio

PEDIDO DE SOCORRO

De acordo com a Marinha do Brasil, os membros da embarcação pediram socorro no final da tarde de quarta-feira (17), quando o navio estava a 160 milhas náuticas da costa do Espírito Santo — cerca de 296 quilômetros.

O serviço de Busca e Salvamento da Marinha foi acionado para prestar o socorro, dando início a uma operação que contou com o apoio de uma aeronave da Marinha e da Capitania dos Portos do Espírito Santo.

RESGATE

Resgate de tripulantes de navio na costa do Espírito Santo. (Bernardo Coutinho)

Já na manhã de quinta-feira (18), foi realizado o resgate de três tripulantes com um helicóptero da Marinha. Eles foram conduzidos para tratamento em hospitais de Vila Velha e de Cariacica. Os corpos dos dois mortos permaneceram no navio até o início desta tarde. O navio partiu de San Lorenzo, na Argentina, e tinha como destino Las Palmas, na Espanha.

PERÍCIAS

Como o acidente aconteceu em alto-mar, as perícias foram realizadas pela Polícia Federal. Por meio de nota, a superintendência do órgão informou que a Delegacia de Plantão foi informada e determinou o envio de equipe de policiais federais ao Porto de Vitória para se inteirar dos fatos e realizar os exames periciais. 

Navio onde dois morreram ficará atracado por três dias no ES. (José Carlos Schaeffer | CBN Vitória)

ATRACAÇÃO NO PORTO

A embarcação atracou por volta das 17h45 de quinta-feira (18) no berço 101 do Cais Comercial de Vitória, onde permaneceu por três dias.

Navio onde dois morreram ficará atracado por três dias no ES. (José Carlos Schaeffer | CBN Vitória)

DML

Por volta das 20 horas os corpos foram levados para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, onde passaram por necropsia para identificar a causa da morte. Quatro dos homens que passaram mal inalaram o gás tóxico; o quinto trabalhador ficou em estado de choque.

ESTAVAM LIMPANDO TUBULAÇÃO

A empresa dona do DP DUBRAVA afirmou em comunicado a mercado financeiro que os tripulantes afetados após o suposto vazamento de gás realizavam uma atividade conhecida como flushing (limpeza de redes de tubulação).

"ATIPICO", DIZ ESPECIALISTA

De acordo com o especialista marítimo portuário Luigi Goulart Viana, a limpeza de tubulação de um navio graneleiro durante a navegação é atípica. Manutenções como essas ocorrem, normalmente, em embarcações de combustível.

INFORMAÇÕES SOBRE O NAVIO E O ACIDENTE

Nome do navio: AP DUBRAVA, construído em 2015

Empresa dona da embarcação: Atlantska Plovidba

Bandeira: Ilhas Marshall

Origem: San Lorenzo na Argentina

Destino: Las Palmas, território espanhol localizado nas Ilhas Canárias.

Local onde estava na hora do acidente: 160 milhas náuticas da costa capixaba, cerca de 296 km

Número de mortos: 2 -  nomes e nacionalidades não divulgados

Número de socorridos: 3. Dois inalaram gás e o terceiro foi socorrido em estado de choque.

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