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Aumenta o número de mortes em BRs no Espírito Santo

Aumenta o número de mortes em BRs no Espírito Santo

Foram 69 vítimas neste ano, 15% a mais que no mesmo semestre de 2018

Publicado em 9 de julho de 2019 às 02:56

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Carro destruído após ser atingido por caminhão que transportava granito, em trecho da BR 101, na Serra. (Iara Diniz)

O número de mortes em acidentes de trânsito nas rodovias federais cresceu 15% no Espírito Santo no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a junho, 69 pessoas morreram, enquanto em 2018, foram 60 no período.

Os dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Estado apontam, ainda, que a quantidade de acidentes, com e sem vítimas fatais, também cresceu. Foram 1.334 de janeiro a junho de 2019, contra 1.268 nos primeiros seis meses de 2018.

De acordo com o inspetor da PRF, Valdo Lemos, o principal fator que motivou o aumento do número de acidentes foi a imprudência. As principais imprudências neste ano foram a falta de atenção de condutores e pedestres, desobediência às normas de trânsito, excesso de velocidade e dirigir após uso de bebida alcoólica.

“A falta de atenção está associada principalmente ao manuseio do celular devido aos aplicativos de mensagem e redes sociais. Isso se tornou um problema, tanto que a lei sofreu alteração e a pessoa pode ser multada por manusear o celular, não só quando fala ao telefone”, esclarece.

O acidente mais recente com mortes no Estado aconteceu no último sábado (6). Três jovens morreram e outros quatro ficaram feridos após um acidente com o carro de passeio que estavam – um Hyundai I30 – e um caminhão, na BR 101, em Carapina, na Serra. Todos os sete jovens estavam no carro. O grupo de amigos seguia para uma festa.

BR 101

O inspetor Valdo Lemos aponta que apesar da imprudência ser o principal fator, as condições da rodovia também influenciam no aumento do número de acidentes.

A BR 101 lidera o ranking de colisões em rodovias federais do Estado com 979 acidentes de janeiro a junho deste ano. Em segundo lugar está a BR 262, com 258 acidentes. Em seguida, a BR 259, com 43 colisões.

O inspetor ressalta que a BR 101 se destaca com mais acidentes por ser a maior rodovia estadual e ter maior fluxo de veículos. Entretanto, ele afirma que apesar de estar em melhores condições desde a concessão, a duplicação da BR 101 ajudaria reduzir o número de acidentes, principalmente com colisão frontal, responsável pela maioria das mortes.

“Hoje as vias são simples. Há uma mão em cada sentido e as ultrapassagens são feitas na contramão, podendo ocorrer a colisão frontal. Esse tipo de colisão não é a que mais acontece, é a que mais produz vítimas e mortes. Com a duplicação, a ultrapassagem ocorreria na mesma mão”, pontua.

Um dos líderes do Movimento Capixaba para Salvar Vidas no Trânsito (Movitran), o engenheiro André Cerqueira, concorda com Lemos. Ele aponta que a presença de radares e de sinalização vertical e horizontal também ajudariam a evitar esses acidentes. “Temos ‘as rodovias que perdoam’, ou seja, que possuem mecanismos de proteção que consigam minimizar ou evitar um acidente. No entanto, as rodovias do Estado são precárias, falta sinalização e duplicação”, diz.

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O engenheiro Paulo Lindoso, especialista em trânsito, acrescenta que a melhor formação do condutor é outro fator que contribui para a redução de colisões. “O brasileiro tem muita habilidade na direção do veículo, mas não respeita as normas de trânsito. Os acidentes acontecem, na maioria das vezes, porque alguém desrespeitou as normas”, finaliza.

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