Quem passa no entorno do Terminal de Vila Velha já viu a cena: várias barracas improvisadas com panos e lonas tomam conta da calçada na Avenida Gonçalves Lêdo, no bairro Divino Espírito Santo. Por lá, é fácil ver pessoas com cachimbo para fumo do crack, e isso a qualquer hora do dia. Motoristas, muitas vezes, têm que desviar dessas pessoas que, pelo efeito da droga, andam de um lado para outro desnorteados.
É um perigo, risco de atropelar alguém, diz um motorista, que prefere não se identificar.
O local já foi alvo de ações da Prefeitura de Vila Velha e da Polícia Militar, mas nada que resolvesse o problema de forma permanente.
A alguns poucos quilômetros dali, no bairro Itapoã, na mesma cidade, a Praça Agenor Moreira também virou uma cracolândia. Antes local de recreação e convívio comunitário, o espaço agora tem muitos moradores de rua e usuários de drogas. Por lá, o consumo de crack acontece até à luz do dia, perto da quadra que já foi muito usada para a prática de esportes.
Segundo o presidente da associação de moradores do bairro, Flávio Pires, o que mais amedronta os moradores são as abordagens que essas pessoas fazem.
A gente sabe de episódios de assalto e sempre que eles abordam os moradores parecem estar com um tom agressivo, o que deixa todo mundo apreensivo. As pessoas estão evitando passar por lá por conta disso, diz.
Ele diz que a cracolândia na praça atrapalha ainda ambulantes e dificulta as feirinhas que acontecem aos finais de semana. Isso porque muitas vezes os comerciantes nem podem se instalar no ambiente pois os usuários usam a praça como banheiro e têm montada até uma fogueira para cozinhar.
Fica todo mundo com medo e, às vezes, é insuportável ficar lá por conta do mau cheiro, reclama.
Flávio avalia que a melhor saída para a situação seria uma ação integrada com polícia, assistentes sociais e limpeza pública. A polícia precisa dar segurança, as assistentes sociais podem abordar os usuários e a limpeza pública precisa ser feita na praça, porque fica impraticável, sugere.
PRAIA DO SUÁ
Em Vitória, o bairro Praia do Suá, perto da colônia dos pescadores, também abriga uma cracolândia, com pessoas vivendo em barracas de papelão. Por lá, moradores e comerciantes afirmam que a polícia faz rondas e abordagens mas, tão logo a guarnição sai, os usuários de crack voltam.
Um morador, que preferiu não se identificar, afirma que mora no bairro há muitos anos e nunca tinha visto uma situação como a atual.
Ele diz que os vizinhos também viram a criminalidade aumentar: As pessoas se policiam com horário e locais em que estão passando porque têm medo.
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