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Chefões do crime na mira do grupo especial

Chefões do crime na mira do grupo especial

Polícias do Estado e órgãos nacionais farão parte do time

Publicado em 30 de julho de 2019 às 01:48

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Roberto Sá: grupo usará informações de inteligência para prever ações de criminosos. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Integrantes de órgãos de Segurança Pública que atuam no Espírito Santo vão se unir para compartilhar informações de inteligência e tentar prever – e até evitar – ações de grandes criminosos. Batizado de Grupo Integrado de Operações de Segurança Pública (Giosp), a equipe trocará informações em tempo real, visando alguns alvos específicos. “Diferente das unidades de inteligência que existem hoje em todo o Estado, o Giosp não vai olhar o ‘varejo’ e sim para o andar de cima, para quem está mandando comprar e vender, quem está tendo lucro, quem está lavando dinheiro”, afirma o secretário de Segurança Pública, Roberto Sá.

Integrarão o grupo representantes das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal além do Corpo de Bombeiros, secretarias estaduais de Segurança Pública e Justiça e Secretaria Nacional de Segurança Pública.

ANTECIPAÇÃO

Ele explica que, atualmente, esses órgãos já conversam entre si e trocam informações mas, muitas vezes, isso só ocorre depois que os crimes aconteceram. “Quero adiantar essa etapa. Há informações de inteligência que podem ser compartilhadas. Por que não juntar essa peças para montar o quebra-cabeça e nos dar oportunidade de nos anteciparmos? Isso não significa que será possível evitar tudo, que vamos adivinhar”, pondera.

No entanto, o secretário acredita que poderá fazer análises de algumas situações e montar quadros futuros, antes que os problemas aconteçam. “O crime não tem divisas, não tem fronteiras. As facções fazem contatos comerciais, compra, venda, estabelecem acordos, laços. Nós temos que estabelecer laços com as instituições, não podemos ficar atrás”, avalia.

SECRETO

A equipe será formada por um representante do setor de inteligência de cada órgão envolvido. Eles trabalharão juntos, em uma sala que não teve a localização revelada pelo secretário. “É um grupo que não aparece, não faz operação, porque não é esse o objetivo. Mas ele avança em um patamar muito importante no nível de troca de informação de inteligência que temos hoje. Na minha avaliação, para o nível de violência do país, precisa desse salto”, diz.

Roberto Sá afirma que essa é a segunda vez que ele implanta um grupo como esse. A primeira vez foi no Rio de Janeiro, onde também atuou como Secretário de Segurança Pública.

REESTRUTURAÇÃO 

A criação do Giosp faz parte de um pacote de mudanças na área da Segurança Pública que estão previstas para os próximos dois meses. Também houve uma reestruturação na Polícia Civil, que passou a contar com uma delegacia especializada em crimes de “colarinho branco”, chamada de Delegacia de Combate à Corrupção.

Ela estará sob a Divisão de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado com outras três unidades, entre elas a Delegacia de Investigação de Comércio Ilícito das Armas, Munições e Explosivos, a Desarme (veja quadro ao lado). “Quando falamos em crime organizado, tem aqueles violentos praticados por gangues ligadas ao narcotráfico e aqueles que se apropriam da relação com o Poder Público para enriquecer. Essa mudança é para preparar estruturalmente a Polícia Civil para ter foco em enfrentamento a esses crimes”, explica o secretário.

A Delegacia de Combate à Corrupção existia, mas tinha outro nome. Para Roberto Sá, a mudança na nomenclatura é simbólica. “Os policiais que estão nessa unidade têm que saber que estão combatendo essa chaga que assola o país (corrupção). E pessoas do setor público ou privado que eventualmente ainda cometam práticas como essas saibam que tem um grupo selecionado, focado e treinado para solucionar esse tipo de crime”, diz.

Roberto Sá também adiantou que a secretaria programa investimento tecnológico que deve contar com sistema de GPS nas viaturas, câmeras com leitor de placas de veículos e até reconhecimento facial. “Apresentei a proposta ao governador e ele já aprovou. Estamos na fase de termos de referência para depois fazermos as licitações”, afirmou, sem dar prazos.

Dentre as mudanças tecnológicas, a única que já começou a ser implantada é a instalação de GPS nas viaturas. “É fundamental para monitorar as viaturas. Comprei uma quantidade emergencial, mas é insuficiente. Quando colocarmos em todas, poderemos mandar a viatura que estiver mais próxima de uma ocorrência e avaliar se as patrulhas estão sendo feitas de fato”, diz Sá.

SAIBA MAIS

Reestruturação

Como era

Divisão de Assuntos Estratégicos abrangia três delegacias:

Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública

Delegacia de Repressão ao Crime Organizado

Delegacia de crimes contra a ordem tributária

Como ficou

A divisão mudou de nome e passou a se chamar Divisão de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado. Ela passou a ter quatro delegacias:

Delegacia de Combate à Corrupção

Delegacia de Repressão às Ações Criminosas

Delegacia de Investigação de Comércio Ilícito das Armas, Munições e Explosivos

A Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária foi mantida

Inteligência

Grupo de elite

Representantes de órgãos de inteligência que atuam no Estado vão se unir para tentar antecipar as ações de grandes criminosos

Quem participa

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Polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal, além do Corpo de Bombeiros, secretarias estaduais de Segurança Pública e Justiça e Secretaria Nacional de Segurança Pública

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