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CRM pede transferência de pacientes internados no PA da Praia do Suá

CRM pede transferência de pacientes internados no PA da Praia do Suá

Entidade diz ter recebido denúncia de pacientes em estado grave internados no PA da Praia do Suá por não conseguirem transferência

Publicado em 12 de julho de 2019 às 22:40- Atualizado há 4 anos

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Pronto Atendimento da Praia do Suá lotado nesta sexta-feira (12). (José Carlos Schaeffer)

Pacientes internados no Pronto Atendimento da Praia do Suá, em Vitória, não estão sendo transferidos para leitos hospitalares da rede estadual por falta de vagas. É o que afirma o Conselho Regional de Medicina no Espírito Santo (CRM-ES) após ter recebido denúncia de que quatro pessoas em estado grave, necessitando de leitos de UTI, estão no PA.

CRM pede transferência de pacientes internados no PA da Praia do Suá

Em um primeiro momento, o local contava com três pacientes necessitando de UTI. Durante coletiva, a informação foi atualizada pelo presidente do CRM-ES, Celso Murad. “A situação do PA da Praia do Suá continua caótica. Em uma enfermaria de 6 pessoas para serem atendidas, tem 14 pessoas, sendo que quatro precisam de leito de terapia intensiva e ainda estão no PA”, disse.

O local, que não possui estrutura para a acomodação permanente de pacientes nestas condições, estaria superlotado. Murad afirma que o modelo de atendimento atual sobrecarrega os Pronto Atendimentos e as UPAs.

“A porta de entrada do paciente pela forma normal, que seria pelo programa de medicina da família e nas unidades básicas, certamente melhoraria e muito a demanda que chegam nas UPAs e nos Pronto-socorros. Ia desafogar e muito. Da forma que a assistência está sendo feita, não tem organização que resista, é praticamente possível. Você vai ter sempre esse problema”, destaca.

Foto divulgada pelo CRM-ES mostra pacientes internados no PA da Praia do Suá. (Divulgação)

FALTA DE LEITOS COMPROMETE TRANSFERÊNCIA

A superlotação e a permanência de pacientes em estado delicado foi confirmada pela Secretaria de Saúde de Vitória. Responsável por providenciar os leitos, a secretaria estadual de Saúde (Sesa) informou que a falta de vagas em hospitais públicos, parceiros e até mesmo na rede privada, onde é feita a compra de leitos para acomodação dos pacientes, compromete transferências, como explica o subsecretário de Regulação e Organização da Atenção à Saúde, Tadeu Marino.

“Compramos em média, por dia, 15 leitos de UTI na rede privada. Isso dá um custo mensal de R$ 7 milhões. Nós só não tiramos os pacientes de maneira imediata porque, às vezes, a rede está extasiada. Nem na rede própria, na filantrópica e nem nas compras na rede privada. Isso, infelizmente, leva a essa consequência desses pacientes terem uma permanência maior do que seria necessário”, explicou.

PACIENTES E O TEMPO DE ESPERA

Com a superlotação da enfermaria, a capacidade de atendimento às pessoas que procuram o PA também fica comprometida. A professora Beatriz Fernandes, 58, disse que ficou mais de cinco horas aguardando atendimento para a mãe, de 96 anos, que chegou ao local com infecção urinária.

“Vejo um descaso com a gente que paga os impostos em dia. Eles colocam propaganda que tem médico e quando a gente procura a assistência é isso aí que acontece. A gente fica impotente, né?”, disse.

A secretária de saúde de Vitória, Cátia Lisboa, explica que quando há uma sobrecarga de pacientes internados no local, há uma necessidade de dedicação para estes, o que acaba gerando uma espera maior.

“Quando tenho uma sobrecarga de atendimento para dentro, como hoje quando tenho 14 pacientes internados, a nossa prioridade é atender eles. Hoje, a nossa média de espera foi de 2h15. Também tivemos, como em outros dias, uma demanda forte de pacientes verdes - pouco urgentes”, frisou.

RESULTADOS EM CURTO E MÉDIO PRAZOS

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Perguntado sobre as ações do Estado para aumentar a oferta de leitos e diminuir a sobrecarga nos Pronto atendimentos, o subsecretário Tadeu Marino informou que além da ampliação e construção de novos hospitais, o Governo está modernizando a gestão hospitalar e ampliando a atenção primária, e que os resultados devem aparecer a curto e médio prazo.

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