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'Enquanto não cair, a gente segue funcionando', diz dona de quiosque

"Enquanto não cair, a gente segue funcionando", diz dona de quiosque

Os quiosques da Curva da Jurema têm colocado as mesas na calçada para poder atender os clientes, que reclamam da situação

Publicado em 22 de julho de 2019 às 15:38

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Quiosques na praia da Curva da Jurema são afetados pela força do mar. (Reprodução/Whatsapp)

Os quiosques da Curva da Jurema continuam sendo afetados pela força do mar nesta segunda-feira (22). Agora, a preocupação dos quiosqueiros é o avanço da água até a área das mesas, que afeta o comércio, além do estrago físico. O secretário de Meio Ambiente de Vitória, Luiz Emanuel Zouain, afirma que a licitação para a obra de engordamento da praia já está com edital aberto.

A quiosqueira Ilair Margarida Rocha trabalha há 20 anos em um dos quiosques mais afetados pela ressaca da última semana na Curva da Jurema. Ela alega que o quiosque foi invadido pela água, que trouxe muita areia até a área do deque, e que é "impossível" tomar uma providência por conta própria para resolver o caso. Ela conta que, para poder trabalhar, tem colocado as mesas na calçada, mas que os clientes reclamam da situação.

"Está tudo destruído. Ontem (21) entrou água no quiosque, muita areia e a obra já está prometida há mais de ano, eles falam que estão fazendo licitação e processo, mas queremos saber datas. É impossível fazer algo por conta própria, a gente até coloca sacos de areia, mas só fazer isso também impacta o meio ambiente também", conta a quiosqueira.

CLIENTES RECLAMAM

Ilair diz que, "enquanto não cair", o estabelecimento irá funcionar, mas conta que os clientes reclamam sobre a situação e pedem que uma providência seja tomada.

"Os fregueses ficam incomodados e cobrando a gente, falam que que temos que fazer alguma coisa, mas tem anos que pedimos. Hoje (22) está pior que ontem, a maré continua muito alta e quase não tem mais faixa de areia, só que enquanto não cair, eu vou funcionando", desabafa.

PREOCUPAÇÃO

Renee Lauret também trabalha em um dos quiosques da Curva da Jurema. O local em que ele trabalha não foi tão afetado, mas ele conta que a água já avança para a região das mesas, o que o preocupa porque, segundo ele, uma situação como esta nunca tinha acontecido antes.

"No meu quiosque não chegou a acontecer danos financeiros, mas a gente vê o avanço que já está quase na área das mesas. O que a gente vai fazer? Não tem como a gente levar areia. Essa é uma obra de valores grandes e precisa de um serviço de engenharia", relata.

MAR AVANÇOU QUASE 30 METROS EM 10 ANOS

Durante entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, o secretário de Meio Ambiente de Vitória, Luiz Emanuel Zouain explicou que a obra não tem prazo e diz que os reparos são feitos a cada dez anos, sendo colocados 30 metros de faixa de areia na última obra, mas que o mar avançou quase três metros por ano.

"O prazo da obra é o prazo da lei que, infelizmente, burocratiza muito esse processo. Fixar uma data é ruim, mas esperamos que seja antes do próximo verão. Essa obra é cíclica por causa da manutenção que nós fazemos a cada dez anos e, desde o último reparo, em que foi colocado 30 metros de faixa de areia, o mar avançou 2,8 metros por ano", explica.

Zouain afirma que a obra é realmente cara e que no edital consta o valor de R$ 14 milhões, porém o valor será para um engordamento, como chama o serviço, para a Curva da Jurema e também para a Praia de Camburi. A estimativa é de que a próxima faixa de areia seja de 40 metros, para que o avanço da água seja contido por mais tempo.

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Com informações de Eliana Gorritti

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