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Funcionários dos Correios no ES votam por prorrogar negociações

Funcionários dos Correios no ES votam por prorrogar negociações

A categoria aceitou uma proposta do Tribunal Superior do Trabalho de não paralisar as atividades, tendo em compensação a prorrogação do acordo coletivo - que termina nesta quarta (31) - por mais um mês, enquanto continuam as negociações pelas propostas de reajuste salarial e de benefícios feitas pela estatal

Publicado em 31 de julho de 2019 às 23:42

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Funcionários dos Correios reunidos. (José Carlos Schaeffer | CBN Vitória)

Os funcionários do Correios no Espírito Santo rejeitaram as propostas de reajuste salarial e votaram pela prorrogação das negociações com a empresa. Com isso, as atividades não devem ser paralisadas nos próximos dias. A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite desta quarta-feira (31) na Praça Oito, em Vitória.

A categoria aceitou uma proposta do Tribunal Superior do Trabalho de não paralisar as atividades, tendo em compensação a prorrogação do acordo coletivo - que termina nesta quarta (31) - por mais um mês, enquanto continuam as negociações pelas propostas de reajuste salarial e de benefícios feitas pela estatal.

Funcionários dos Correiros no ES votam por prorrogar negociações

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Correios, Prestação de Serviços Postais, Telégrafos, Encomendas e Similares do Espírito Santo (Sintect), Toni Braga, explicou o que foi apresentado, votado e deliberado pelos trabalhadores na assembleia realizada nesta quarta-feira.

"Foi apresentado aqui para os trabalhadores a proposta da empresa da retirada de direitos e benefícios e um reajuste salarial de 0,8%, o que foi totalmente rejeitado pela categoria. Também fizemos uma apresentação da proposta do vice-presidente do TST que ofereceu a prorrogação das negociações, com a condição de que a empresa garantiria o nosso acordo coletivo que termina hoje, enquanto a gente não deflagrasse de fato a greve. Isso foi aprovado pela ampla maioria. Vamos continuar com as negociações mas mantendo o estado de greve até que se encerrem essas negociações".

Apesar de permanecerem em estado de greve, o diretor tranquilizou a população, garantindo que não haverá paralisação dos serviços por parte dos funcionários nos próximos dias.

"A população pode ficar tranquila que as atividades permanecem normais. Mas, como disse, ainda tem as negociações sendo intermediadas pelo TST. Se não houver avanço, podemos convocar nova assembleia para deflagração de greve. Mas, enquanto houver negociações, segundo a proposta do Ministro nesses próximos 30 dias, os serviços serão realizados normalmente pelos trabalhadores", disse.

NO BRASIL

De acordo com Fischer Moreira, secretário de imprensa da Fentect, a categoria protesta contra o baixo "reajuste salarial e contra a retirada de direitos históricos da categoria". Uma das alterações propostas pela empresa é a exclusão de pais como dependentes no plano de saúde dos funcionários e aumento na coparticipação do plano, que hoje está por volta de 30%. O reajuste salarial proposto é de 0,8%, valor considerado irrisório pela federação.

A greve foi anunciada ao presidente dos Correios, Floriano Peixoto, na última segunda (29). Apesar do indicativo de paralisação, os trabalhadores não descartam novas negociações. "Ainda que tenha uma data marcada para greve, o comando continua a disposição de negociar. Entendemos o momento da empresa, mas é necessário também ver o lado do trabalhador", afirma Moreira.

Os Correios estão em meio a uma possibilidade de privatização, defendida pelo presidente Jair Bolsonaro. Os planos do governo, por enquanto, são de investir esforços na reforma da Previdência, enquanto as privatizações ficariam para um segundo momento. Fischer Moreira alega que a base aliada do governo no Congresso Nacional, como a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), divulga informações sobre a empresa que "faltam com a verdade".

"Não necessariamente a privatização vai trazer preços mais acessíveis, inclusive para regiões periféricas, e a precarização de serviços vai ser ampliada. A gente sabe que existe esse fantasma da privatização e combate essa perspectiva", diz.

Os Correios afirmaram que "continuam em negociação com representações dos empregados", com mediação do Tribunal Superior do Trabalho, e que "não é oportuno tratar de greve neste momento".

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Com informações da Agência Estado

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