A audácia de criminosos tem exigido que os cuidados com as compras de produtos pela internet sejam cada vez maiores. Só na Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos, em Vitória, a média de registros de boletins de ocorrência sobre golpes envolvendo compra de carros através de sites é de um por dia, segundo o delegado Brenno Andrade. Em alguns casos, o golpista consegue enganar compradores e vendedores ao mesmo tempo.
De acordo com Andrade, o golpista vê o anúncio real de um carro em um site e, a partir das informações contidas nele, cria um anúncio falso do mesmo veículo. Quando um comprador se interessa, o golpista marca um encontro entre o interessado e o verdadeiro vendedor. Sem que as duas partes saibam que se trata de um golpe, ele arma uma negociação para ficar com o dinheiro.
O comprador, de boa fé, vê o anúncio falso e entra em contato com o golpista. O golpista fala que tem interesse em mostrar o carro, mas diz que está em viagem e que não pode se encontrar com o comprador. Ele combina que um amigo ou um parente vai mostrar o carro para o interessado.
O golpista marca a data e diz ao comprador para não comentar nada sobre o valor da venda do carro. Depois, o golpista entra em contato com o vendedor original do veículo. Ele diz que tem uma dívida com um ex-funcionário e que vai pagar com um carro. O golpista também orienta que o vendedor não comente nada sobre essa negociação entre os dois com o comprador.
Durante o encontro entre os dois, o comprador acredita que o vendedor é o referido cunhado e, por sua vez, o vendedor acha que o comprador é o ex-funcionário, mas nenhum dos dois comenta sobre isso. Depois do encontro, o golpista ainda consegue passar a conta bancária dele para que o comprador faça o depósito.
O que acontece no final é o comprador brigando com o vendedor, cada um achando que tem seu direito, e o golpista fica com o dinheiro, explicou o delegado.
CUIDADOS
O delegado chama a atenção para alguns cuidados importantes, como: conferir a tabela Fipe do carro, ter bom senso, ficar atento ao sotaque de quem entra em contato e de onde são as contas bancárias. Isso porque os golpistas geralmente são de fora do Estado.
Andrade ainda destaca que a polícia consegue chegar ao golpista, mas dificilmente o dinheiro da vítima é recuperado.
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