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Lojistas e sobreviventes falam sobre incêndio na Vila Rubim há 25 anos

Lojistas e sobreviventes falam sobre incêndio na Vila Rubim há 25 anos

Destruição do mercado tradicional ocorreu no dia 1º de julho de 1994, por volta do meio dia. A cidade ficou paralisada com a cena das explosões e o fogo que tomou conta da Vila Rubim

Publicado em 5 de julho de 2019 às 15:21

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Incêndio na Vila Rubim completou 25 anos em 2019. (Arquivo/Chico Guedes )

O dia 1º de julho de 1994 está marcado na história do Espírito Santo como a data do maior e mais trágico incêndio em Vitória. O fogo que tomou conta de uma distribuidora de fogos de artifício na Vila Rubim resultou em uma série de explosões que deixou quatro pessoas mortas, mais de 20 feridos e um número incontável de pessoas que têm aquelas cenas marcadas na memória mesmo que não estivessem lá. Vinte e cinco anos depois da destruição do Mercado, comerciantes da região ainda não enxergaram a completa reconstrução da área ou a retomada do brilho que as lojas da região detinham. 

As marcas materiais e psicológicas não são poucas: a reportagem da Rádio CBN Vitória esteve na Vila Rubim para ouvir pessoas que testemunharam o acidente e constatar a situação atual daquele que já foi um dos principais centros comerciantes da cidade. Encontramos Roque Rasseli no mercado em sua loja atual. A antiga foi destruída pelo fogo em 1994, e ele relembra que só não estava no estabelecimento porque saiu para almoçar, mas um sobrinho dele e um funcionário da loja morreram no incêndio.

Lojistas e sobreviventes falam sobre incêndio na Vila Rubim há 25 anos

"Ele matou a última aula e mandou eu ir almoçar e ficou no meu lugar. Eu peguei o carro e saí. Quando cheguei em casa, vi os carros saindo do Corpo de Bombeiros, na Praia do Suá. O telefone tocou e minha esposa atendeu. Foi aí no que nós entramos no pesadelo", relembrou Roque Rasseli.

De frente para o local que antes abrigava a estrutura que veio abaixo após as explosões, Emanuel Luis Teixeira, conhecido como Luiz da Vila, hoje mantém uma lanchonete. Dia após dia de trabalho na Vila Rubim, ele conta que mesmo após 25 anos, ainda tem pesadelos que o fazem lembrar do acidente.

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Foi de repente, parecia um terremoto. Eu saí correndo. Deus que me livre, eu não gosto nem de lembrar mais disso

Emanuel Luis Teixeira
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A secretária da Associação Comercial da Vila Rubim, Celina Pivetta, afirma que convive com os traumas do acidente. Ela revela que ainda sente desespero quando escuta barulhos de ambulância. No dia do incêndio, Celina afirma que ajudou no reconhecimento dos feridos.

Celina Pivetta é secretária da Associação dos Comercial da Vila Rubim e afirma que até hoje convive com os traumas do dia do acidente. (Eduardo Dias)

"As pessoas, sabendo que eu conhecia todo mundo, me levaram para a Santa Casa para reconhecer algumas pessoas que estavam queimadas. Isso traz uma tristeza muito grande para a gente ainda", disse Celina.

COMERCIANTES PEDEM MELHORIAS NA ESTRUTURA

Em relação ao estado atual da Vila Rubim, o comerciante Roque Rasseli avalia que o centro comercial precisa de melhorias.

"Eu sinto que estamos muitos abandonados. O governo deveria revitalizar os prédios abandonados, colocar gente para morar e fazer uma melhoria geral. Senão, daqui uns tempos, a Vila Rubim e o centro da cidade vai virar uma cidade fantasma", disse o comerciante.

O comerciante Roque Rasseli teve sua loja destruída com o incêndio e relembra que só não estava no estabelecimento porque saiu para almoçar. (Eduardo Dias)

A representante da Associação Comercial, Celina Pivetta, também espera por obras para que o local atraia mais clientes. Segundo ela, o estado de conservação ruim de alguns prédios e a falta de organização no trânsito são dois dos principais problemas no local.

PREFEITURA: OBRAS NA VILA RUBIM

O secretário de obras e vice-prefeito de Vitória, Sérgio Sá, afirmou que a prefeitura está realizando obras de reurbanização da Vila Rubim, perto da Ponte Seca, para melhorar a circulação de pedestres e veículos.

"Será feita uma área de convívio perto da Ponte Seca, para as pessoas poderem circular e aumentar a interação das pessoas ali. Além da obra de drenagem que vai melhorar a situação de acúmulo de água na região", explicou o secretário.

Vila Rubim recebe intervenção artística. (Caíque Verli)

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A prefeitura estima que as obras ficarão prontas em um prazo de 10 meses, com um custo previsto de R$ 500 mil. Atualmente, a Vila Rubim tem 425 pontos comerciais em funcionamento, onde muitos guardam a tradição de vender produtos artesanais que não são encontrados em outros locais da capital capixaba, além de farto material de pesca, diferentes tipos de tecidos e peças variadas. E mesmo com a saída do mercado do peixe para a Ceasa, a Vila Rubim resiste em ser a referência para quem quer conhecer diferentes ingredientes para uso na gastronomia capixaba.

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