Mais um professor da Escola Estadual Clóvis Borges Miguel, na Serra, foi afastado por suspeita de assédio sexual. Este é o terceiro servidor da unidade denunciado por estudantes, que iniciaram um movimento de denúncias nas redes sociais em junho deste ano. Desta vez, a vítima é um aluno de 15 anos, diagnosticado com deficiência intelectual. Os assédios teriam acontecido em maio.
O afastamento do professor foi divulgado pela Secretaria de Educação (Sedu) nesta terça-feira (2). De acordo com o secretário Vitor de Angelo, o servidor foi afastado da instituição para garantir a segurança dele e dos alunos. A acusação de assédio será apurada.
A denúncia foi feita pela mãe do aluno à diretora da unidade há quase dois meses, porém o caso não foi reportado à Secretaria de Educação. Na época, trocas de mensagens entre estudante e professor foram entregues a escola. Segundo de Angelo, a diretora será ouvida nesta quarta-feira (3) para explicar porque não reportou a denúncia.
O caso veio à tona após outros dois professores da unidade serem denunciados por assédio por alunas da unidade. Com a repercussão, a mãe do adolescente procurou a Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Assembleia Legislativa na última segunda-feira (01).
Em depoimento, ela contou que no dia 5 de maio encontrou conversas de cunho sexual do filho com o professor em uma rede social. Nas mensagens, o professor insinuava que queria encontrar com o garoto e dizia, por diversas vezes, que gostava muito dele. Assustada, ela procurou a diretora da escola, denunciando caso.
Segundo a mãe do aluno, ela encaminhou uma cópia das conversas para diretora, que chegou a sugerir que o estudante fosse trocado de turno. Como a mãe não aceitou, ela disse que tomaria as providências necessárias e daria retorno à família. Porém, o aluno continuou tendo contato com o funcionário.
Mesmo tendo provas materiais, a diretora não levou o caso à Corregedoria da Secretaria de Educação nestes quase dois meses. Em depoimento à Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente e a CPI dos Crimes Cibernéticos em sessão na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (2), ela disse que ainda estava apurando o caso e realizando um procedimento interno.
O secretário de educação informou à reportagem que ainda não teve a oportunidade de ouvir a diretora, e que ela deve prestar depoimento na secretaria nesta quarta-feira (3). Questionado se ele acha que a diretora foi omissa ao não comunicar o caso à Sedu, Vitor de Angelo afirmou que ainda não sabe dizer se houve omissão mas que isso será apurado.
No final do mês de junho, um grupo de alunas da Escola Estadual Clóvis Borges Miguel, em Serra Sede, na Serra, denunciou um dos professores por assédio sexual. Elas escreveram cartas anônimas e depositaram em urnas para que funcionários da escola e outros alunos soubessem do assédio que acontecia na escola. De acordo com elas, foi a forma encontrada para pedir socorro.
As denúncias ganharam repercussão quando foram compartilhadas no Twitter, criando o movimento online #SuaAlunaNãoEumaNovinha. Na ocasião, as redes sociais foram tomadas por relatos de assédio de professores contra alunos em escolas. A Gazeta divulgou o caso com exclusividade.
Diante das denúncias, a Secretaria de Educação decidiu afastar o professor e iniciar um processo de investigação interna. A partir do movimento iniciado pelas estudantes, outras denúncias surgiram, inclusive de ex-alunas da escola. Dias depois, um segundo professor da unidade foi denunciado e também afastado.
Nesta terça-feira (2), após a mãe de um estudante procurar a Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da Assembleia Legislativa, outro caso veio à tona e um terceiro professor foi denunciado. Este é o terceiro servidor afastado após denúncias de assédio sexual na Escola Clóvis Borges Miguel iniciadas no último mês.
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